MIGRAÇÃO
Mesmo com a web, as pessoas ainda se informam pelas mesmas fontes, 17/3
‘Apesar da variedade de fontes e enfoques que a web pode proporcionar, os leitores, mesmos os mais jovens, estão se informando, cada vez mais, por meio de produtos de tradicionais marcas do jornalismo [aka NYT, Washington Post, CNN etc].
Ou seja, a chamada ´grande mídia` não está perdendo audiência e revelância com a web, pelo contrário. O problema é que os anunciantes não estão migrando para a web com a velocidade desejada.
E mais. A pauta dos jornais ainda continua limitada. Os sites de notícias, em geral, oferecem os mesmos assuntos, segundo o The State of News Media 2008, relatório anual publicado nesta segunda-feira e que aponta tendências na área de jornalismo.
Produzido pelo The Project for Excellence in Journalism, ligado à Universidade da Columbia, o estudo tem relevância no meio online. A meu ver, ele vem mais para ratificar certos processos que já eram visíveis.
No ano passado, por exemplo, detectou que a internet deixou de ser inimiga e passou a ser aliada na busca de leitores e consolidação de marca para os principais jornais do mundo. Neste ano, pela 1a vez, sites de jornalismo cidadão e algumas comunidades online foram pesquisadas.
Grandes marcas do jornalismo não perderam relevância com a web
Outros pontos de destaque e convergentes foram apontados. Seguem com comentários:
* Notícias como um processo contínuo
As notícias não são mais vistas como um produto final e fechado – um jornal, uma revista -, mas um serviço, um processo contínuo que deve ajudar o leitor a ´responder perguntas e encontrar o que procura´. Faz sentido, até por que na internet, devido à atemporalidade, a notícia não consegue ser um produto final, acabado. Lembra daquele conceito de que a notícia não morre?
*Sites de notícias estão deixando de ser ´destinos finais´, ´jardins fechados` e estão se conectando com fontes externas. Devem ser vistos como porta de entrada, o começo da navegação para diversos assuntos.
A necessidade de serem encontrados nos mecanismos de buscas também forçou os sites de notícias a adotarem essa política de ´conteúdo aberto´, linkarem para fontes externas e correrem atrás de técnicas de SEO e processos de abertura de seus bancos de dados.
* Sites de jornalismo cidadão ainda não têm uma produção satisfatória
Ou seja, no jornalismo online, o chamado ´conteúdo gerado pelo usuário` ainda não dá para ser o conteúdo base. Deve estar ´remixado` com o conteúdo gerado por profissionais. É convergência, modelos híbridos e não divisão.
* Antes consideradas desconectadas do público, as redações passaram a ser vistas como importantes locais de experimentação e inovação.
Não dá para generalizar, não são todas as redações que estão abrindo espaço para experimentações. Vide a pequena quantidade de empresas de mídia que possui uma seção labs em seus sites.
O que acredito que está acontecendo é que as redações estão absorvendo mais rápido novas abordagens e formatos – vide microblogging, newsgames e videocasts.’
BLOG CORPORATIVO
Frase da semana, 15/3
‘´Elas têm usado o blog como branding e para estar na ´moda´. A matemática, ao que me parece, é simples.
´Contratei um blogueiro, abri um blog, paguei pouco, tive um milhão de acessos, gerei mídia pró-ativa e espontânea e coloquei meu produto no mercado. Pronto, foi um sucesso.`
E muitos desses blogs duram uma semana, um mês. Fica fácil aceitar as ´novas mídias` quando elas continuam servindo antigas mentalidades, velhos modos e costumes´.
Em entrevista ao blog do Juliano Spyer, Thiane Loureiro, gerente corporativa da Edelman Brasil, comenta sobre as empresas que têm lançado blogs corporativos.’
CUBA
Memory sticks para combater a censura na internet, 13/3
‘Atualização – O governo cubano anunciou que liberou a venda de computadores, microondas e outros aparelhos eletrônicos na ilha.
Em países onde a internet é censurada, já li sobre várias formas utilizadas pelas pessoas para acessar as informações que estão na internet – desde atualizar o blog por email até usar o SMS como uma espécie de chat.
Em Cuba, onde, para a maioria da população, o acesso à internet é escasso e controlado, é interessante notar o que as pessoas estão fazendo para deixar a informação circular. Usar chaveiros USB e memory sticks, desses de celular e câmera digital, para trocar informações.
Segundo matéria do New York Times, diversas informações sobre prisões de dissidentes e abuso de autoridades, além de simples dados sobre sites, blogs, músicas e filmes bloqueados na rede, circulam de mão em mão, digo, de memory stick em memory stick.’
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