MÍDIA NA JUSTIÇA
Juiz reverte ação de fiel da Iurd contra Extra, 2/5
‘O Juizado Especial Adjunto de Miracema, no Norte Fluminense, julgou improcedente ação de danos morais movida por Oswaldo Pinto Júnior contra o jornal Extra e seu diretor de redação, Bruno Thys. O processo, que teve a sentença lida na terça-feira (29/04), é mais uma das várias ações movidas por fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus contra veículos de comunicação.
O mesmo autor já havia processado o jornal, no Juizado Especial de Bom Jesus de Itabapoana. Pinto Júnior foi processado por litigância de má-fé.
A ação foi motivada por matéria publicada no diário em 04/12/2007, em que um fiel da Iurd teria danificado uma imagem sacra em Salvador. Pinto Júnior alegou que o conteúdo ‘extrapolou a narrativa dos fatos’, atingindo a igreja. Na sentença, foram lembradas as diversas ações das quais foram alvos não só o Extra, mas O Globo, A Tarde e Folha de S. Paulo.
‘Tudo isso, segundo os aludidos informes, numa tentativa de instrumentalizar a Justiça, inclusive por veredas perigosas e, porque não dizer, comprometedoras do direito constitucional de acesso à informação. Essa situação, além de lamentável, não poderá ficar à margem das reflexões dos magistrados em sendo eles instrumentos do próprio Estado-democrático na composição dos litígios’, escreveu-se na sentença.
Além disso, o autor informou que é residente de Bom Jesus do Itabapoana (RJ), mas apresentou documentação de Bom Jesus do Norte, no Espírito Santo. ‘Ademais, não há nenhuma comprovação nos autos de que autor tenha legitimidade ativa ad causam para representar a IURD’, argumentou a juíza, antes de arquivar o processo.’
FUTEBOL
Marcelo Tavela
SDE recomenda multa a Globo e Clube dos 13, 2/5
‘A Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça publicou no Diário Oficial de sexta-feira (02/05) um longo despacho de processo administrativo sobre modelo de venda dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de Futebol. As conclusões atingem diretamente a Rede Globo, detentora dos direitos, e o Clube dos 13, responsável pela negociação, com a recomendação de multas e alteração no modelo das transações.
O texto foi encaminhado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que fará sua avaliação para que as punições sejam postas em prática. São analisadas as vendas dos direitos entre 1997 e 2005. A SDE concluiu que o Clube dos Treze praticou ‘infração à ordem econômica’ por negociar as transmissões de forma agrupada, independente de mídia, e com cláusulas de exclusividade e preferência de renovação de contratos.
Multas
À TV Globo, a SDE determinou que a emissora prejudicou a concorrência ao exercer influência direta sobre a venda dos direitos, abusando do seu poder de mercado. Caso seja condenada pelo Cade, a Globo terá que pagar multa que pode chegar ao valor correspondente a 30% do seu faturamento em 1996. O Clube dos Treze pode ser punido em até R$ 6 milhões.
Mudanças no modelo
A SDE recomenda também mudanças no formato da negociação, baseados na Lei de Defesa da Concorrência. A de mais impacto é a criação de dois pacotes, separando os jogos de quarta e sábado dos de quinta e domingo. Emissoras diferentes poderiam adquirir os pacotes, mas o órgão não tem objeção de concentração em um só canal.
Outras recomendações incluem:
– Venda em pacotes separados dos direitos por mídia (TVs aberta e por assinatura, internet e plataformas móveis), como já foi feito na negociação sobre os anos 2009/2011;
– Limite máximo de quatro temporadas por contrato, como também já ocorre;
– Proibição de cláusula de preferência na renovação;
– Permissão de exclusividade somente para televisão fechada.
A Central Globo de Comunicação informou que o departamente jurídico da emissora está analisando o parecer da SDE, e se pronunciará futuramente. O Clube dos Treze ainda não se manifestarou sobre as recomendações. A íntegra do despacho pode ser lida, em PDF, aqui.’
TECNOLOGIA
Bruno Rodrigues
Eu ainda me surpreendo, 29/4
‘Que a evolução das tecnologias de comunicação está aceleradíssima, não é segredo algum. Há efeitos colaterais – alguns até ruins, mas estes eu ignoro -, porém o que eu mais gosto é ser pego de surpresa, surpreendido pelas maravilhas do mundo digital.
Na semana passada não deixei passar em branco dois detalhes do dia-a-dia que me fizeram sorrir e pensar: ‘uau, como as coisas estão caminhando…’.
O primeiro detalhe foi a nova versão do Microsoft Office dos computadores lá de casa. Minha esposa havia instalado a versão trial – de teste – que nos deslumbrou durante algumas semanas. Longe de querer fazer propaganda dos softwares do tio Bill, mas o bichinho é porreta, gente! Vale a pena conhecer o programa.
Com o tempo de uso permitido chegando ao fim, batemos o martelo: valia comprar o Office. A Ana encontrou uma promoção imperdível na Saraiva.com (quase 50% de desconto – nada mal, não?) e pronto: compra feita.
A grande surpresa, contudo, foi o que aconteceu com o pack no momento que o bicho pousou na nossa portaria. Apenas abrimos a embalagem – de um design absurdo de bonito, vale comentar – mas ficou só nisso. O CD-ROM continua lá, quietinho.
Por quê? Simples e, ao mesmo tempo, de cair o queixo. Como já tínhamos o programa instalado, o que precisávamos, apenas, era digitar a ‘chave’, um código de acesso, que nos deu o direito de usar o programa para todo o sempre e ‘libertou’ funcionalidades que estavam escondidas na versão de teste. Para quê o CD-ROM? Para nada. Precisávamos apenas de um código. O ‘meio físico’, neste caso, era apenas para o caso de ter que reinstalar o programa – ou seja, um facilitador.
Quer outra? A moça do RealVisa liga lá para casa. Quer nossa autorização para enviar o extrato do cartão de crédito por e-mail. Um momento, eu pergunto: *também* por e-mail, não é isso? Não. O e-mail vai substituir o papel, e ponto final, se salva mais uma árvore. Autorização dada, vem a pergunta – é assim, mesmo, a mensagem que chega para mim qualquer um, em tese, pode acessar?
Of course, not! Havia um segredinho, outra senha – para variar – que só me dá acesso às informações se eu digitá-la. Em suma: o e-mail, o mundo inteiro pode receber; o extrato, só eu vejo, se digitar a senha. Nunca mais receberei o extrato pelo correio. Confesso que não terei saudades.
Sei que acordei um romântico digital no dia de hoje, mas não é o máximo? 😉
E você, ainda se maravilha com o admirável mundo novo? Ou já se acostumou com tudo isso, e assimila e vai em frente?
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Para quem quiser ficar por dentro dos segredos da redação online e da distribuição da informação na mídia digital, é só entrar em contato pelo e-mail extensao@facha.edu.br ou ligar para 0xx 21 2102-3200 (ramal 4) para obter mais informações sobre meu curso ‘Webwriting & Arquitetura da Informação’. A próxima edição acontece em junho – até lá!’
PREMIAÇÃO
Em jogo, o futuro do Prêmio Esso, 30/4
‘Após anos ensaiando sua retirada do País, a Esso Brasileira de Petróleo anunciou no último dia 24/04 o fim de sua longa história em território brasileiro. Vendeu seus ativos de distribuição de combustíveis para a Cosan, maior produtora de açúcar e álcool do País e junto os direitos de uso da marca. Como a Cosan não tem ainda identidade própria no setor de petróleo, deu a entender que continuará a usar a marca Esso. E mais do que isso, garantiu a continuidade do nosso maior prêmio de jornalismo, há anos organizado sob a batuta de Ruy Portillo e Guilherme (Bill) Duncan.
Os boatos sobre o fim do prêmio circulavam há mais de ano pelas redações, por conta da situação empresarial indefinida da própria Esso no Brasil. Eles só não eram de todo verdadeiros porque a decisão de descontinuar um programa de tal magnitude realmente dependeria efetivamente de quem viesse a comprar a empresa e a marca. Como o Prêmio Esso agrega valor à marca, espera-se por sua continuidade, com o mesmo nome e nos mesmos moldes. A abertura das inscrições deste ano, aliás, está prevista para junho.
Presente no País desde 1912, a Esso tem sua imagem ligada à notícia de forma consistente. Primeiro, com a veiculação do Repórter Esso, entre 1941 e 1968, na Rádio Nacional, e de 1952 a 1970 na TV Tupi. Desde 1955, ano de criação do Prêmio Esso de Reportagem, nome mais tarde mudado para Prêmio Esso de Jornalismo, o certame percorreu um caminho que o tornou a instituição mais tradicional, e das mais importantes, para o reconhecimento do trabalho jornalístico no Brasil. Nos 52 anos de existência, concorreram ao Esso mais de 20 mil trabalhos. Os candidatos são avaliados sucessivamente por três comissões de julgamento independentes, com 85 jornalistas envolvidos, metodologia esta que caracteriza o prêmio e reforça sua credibilidade.
Tudo isso é muito bonito, muito emocionante, muito natural, mas a questão que a ninguém cala é saber se a Cosan tem efetivamente interesse em manter, no futuro, o prêmio, que carrega consigo na alma um nome que, de repente, os acionistas da empresa não mais queiram que exista, para dar lugar à própria marca Cosan ou outra que venham a escolher. Essa é uma real possibilidade, como aliás vimos acontecer com a consagrada marca Kolynos, que por anos esteve em todas as principais novelas brasileiras e que era companhia de milhões de lares no País. Hoje ainda lembramos dela, mas quando vamos às prateleiras do mercado, temos lá a Sorriso. Outro exemplo é o Banespa, que de uma das mais importantes marcas do setor financeiro do País foi pouco a pouco cedendo lugar para a marca do banco que o adquiriu, o Santander. O exemplos se multiplicam e realmente é difícil imaginar a Cosan mantendo e investindo numa marca que não tem nada a ver com o seu DNA.
E se a Cosan não quiser ser mais a Esso, o que será do prêmio? Saber com exatidão é muito difícil nesse momento, mas não é difícil vislumbrar que algum dos 150 prêmios de jornalismo hoje existentes e que surgiram no rastro do sucesso do Esso queiram ocupar esse nobre e ambicionado lugar. O maior candidato hoje em dia é sem dúvida o Prêmio Imprensa Embratel, que paga excepcionais prêmios e tem um alcance muito grande em todo o País e em todas as redações. Exatamente como o Esso.
Vamos ver o que o tempo nos reserva e até lá torcer para que o Esso continue inspirando e premiando o bom jornalismo de nossa imprensa.
(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ‘Fontes de Informação’ e o livro ‘Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia’. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’
CASO ISABELLA
Lula está certo mas não em tudo, 28/4
‘‘Fico preocupado quando a pirotecnia toma conta da investigação. São 24 horas por dia tocando no assunto, termina inocente sendo culpado. Quem sabe os verdadeiros culpados ainda não apareceram. O que todos queremos é que a polícia descubra quem praticou o crime e que seja severamente punido. (…) O que acho grave, nesse caso de Isabella, é que o mesmo que o casal seja inocente, eles já estão condenados. É preciso tomar cuidado dessas coisas, porque são vidas que estão em jogo e vidas destruídas que dificilmente se recuperarão.’
Esse comentário sobre o ‘linchamento moral’ do casal Nardoni foi feito pelo presidente Lula. Ele está rigorosamente certo na avaliação de que o casal já está condenado pela opinião pública, antes mesmo do encerramento do inquérito policial e da denúncia criminal. Mas Lula erra porque condena o conjunto da mídia. Os jornais mais importantes estão todos fazendo uma cobertura correta. E, para fazer uma boa comparação, é só acompanhar a repercussão mundial desse caso na Áustria, em que o pai manteve uma filha em cárcere privado durante 24 anos como escrava sexual, tendo com ela sete filhos (um dos quais morreu ao nascer).
A ‘pirotecnia’ ocorre unicamente na televisão e é um fenômeno não-jornalístico, apenas conseqüência inevitável da natureza da relação entre o ser humano e a imagem em movimento – cinema e TV.
No extraordinário livro ‘Amusing ourselves to death’ (Divertindo-nos até a morte), publicado inicialmente em 1985, o americano Neil Postman demonstra essa natureza – desde a recordação dos filmes de Lina Riefenstahl sobre as demonstrações nazistas em Nuremberg até curiosas informações sobre a filmagem de ‘Witness’ (um longa-metragem de grande sucesso, estrelado por Harrison Ford, numa época em que o ‘making of’ ainda não estava em moda).
Para quem não viu o filme faço um breve resumo: um menino do grupo puritano Amish, que considera pecado ver qualquer imagem ou se deixar fotografar, assiste a um crime; Ford, um policial, vai à região dos Amish para ouvir o menino; os líderes da seita proibiram os fiéis de participar da filmagem; mas vários deles interpretaram a proibição da forma mais suave possível, chegaram bem pertinho para ver a ação ou ficaram mais longe, deitados na grama, acompanhando tudo com binóculos. ‘Vimos tudo sobre o filme no jornal e os meninos recortaram fotos de Harrison Ford’, contou depois uma mulher Amish..
Postman conta muitos outros exemplos demonstrativos da irresistível atração de humanos e primatas em geral pelas câmaras e, se possível, ser de alguma forma ‘papagaio de pirata’? Alguém já viu um macaco se ver no espelho ou leu histórias sobre as reações de nossos indígenas no século XVI vivendo pela primeira vez essa experiência?
Presidente Lula, nem todos os meios de comunicação são responsáveis pela pirotecnia. É a natureza humana. A televisão sabe disso e, como os índices de audiência refletem essa natureza e seus efeitos sobre o faturamento… Esses índices mostram um aumento de 46% para as imagens sobre o caso Isabella.
Em países democráticos, os limites éticos para a mídia em geral – inclusive para se evitar ‘pirotecnias’ e risco de ‘linchamentos morais’ – são determinados por instituições independentes não-estatais. Por que o senhor, presidente, que tem corrigido tantos erros do presidente Fernando Henrique, não acerta com o Congresso a transformação do Conselho da Comunicação Social (simples assessoria do Senado) numa instituição semelhante à desses países?
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Turma da Época, olho no passaralho
Transcrevo parcialmente nota da coluna Radar, da revista Veja que está nas bancas desde sábado, 26/4: ‘Sem alarde, a Globo acaba de vender a Globo Cochrane, a gráfica onde imprime suas revistas. Quem comprou foi o investidor e ex-banqueiro Antonio José Carneiro, o Bode. Pagou 130 milhões de reais.’
Há muita gráfica por aí querendo serviço. Mas, por via das dúvidas, sugiro que a turma da redação de Época trate de apurar o ouvido: há algum rufar de asas daquele pássaro preto, com bico vermelho, o jornalisticida passaralho?
(*) Milton Coelho da Graça, 77, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se’
JORNAL DA IMPRENÇA
Dez pro dr. Drauzio!, 30/4
‘As nuvens são para morrer:
deve ser bom poder chover-se
assim que se cansa de ser
(Léo Bueno in Deve ser bom ser uma nuvem)
Dez pro dr. Drauzio!
De vez em quando passa na TV por assinatura o filme Revelações, no qual o protagonista, Anthony Hopkins, arianíssimo louro e de olhos azuis, dissemina o segredo que guardou pela vida afora: é negro. Neto, filho e irmão de negros. É claro que o Reino Unido, preconceituoso e racista, desabou sobre ele.
Revela-se pra lá de óbvio, manifesto, claro e patente que o personagem não leu o artigo do doutor Drauzio Varella, pois este somente foi publicado no sábado, 21/4, na Folha de S Paulo; se tivesse lido o texto de nosso mais famoso doutor/escritor, poderia somar argumentos suficientes para calar a boca dos, digamos, falsos brancos que o rodeavam, iguais a esses da vida real que por aqui também desfrutam a existência farta de arroz e feijão, apesar do perverso aumento dos preços.
Éramos todos negros, intitula-se o polêmico artigo, que recebeu a Nota dez da coluna e cuja íntegra pode ser lida no Blogstraquis. Meu assistente, que nunca se orgulhou da cor de sua pele mas desde a remota e tormentosa infância sertaneja se imaginou branco, ou pior, ruivo-sardento dos cabelos vermelhos, deixou cair o queixo:
‘Considerado, como sou ignorante! E se Fernando Henrique diz que tem um pé na cozinha, assalta-me a certeza de que tenho os quatro!!!’
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Bolsa-extorsão
O empresário Flávio Maluf, filho desse mesmo que lhe passou pela cabeça, teve a prisão preventiva decretada porque atrasou a pensão da ex-mulher, pensão de R$ 217 mil reais por mês!!! Quando fixou a exorbitância, a Justiça considerou que Jacqueline não poderia perder seu padrão de vida. Horrorizado, Janistraquis comentou, entre engasgos e acessos de tosse:
‘Pois é, considerado, ex-mulher não pode perder o padrão de vida, enquanto o resto da população brasileira morre de fome ao cair na besteira de se aposentar. E as feministas mais esclarecidas hão de concordar que não há mulher no mundo que valha tanto, principalmente quando é ex.’
Leia aqui a íntegra da matéria do indispensável Consultor Jurídico.
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O poeta do ABC
Pertencem à lavra do jornalista e poeta Léo Bueno os versos cujo excerto epigrafa esta coluna. Nascido em Porto Rico, chegou a Santo André com quatro meses de idade, está com 34 anos e recheia, com necessária paciência, o primeiro livro de versos. Leia a íntegra do poema nas páginas do Blogstraquis.
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Padre voador
Percorre a internet com a velocidade de um balão desgovernado a matéria do UOL Últimas Notícias com a entrevista do instrutor de vôo livre Márcio André Lichtnow, de Curitiba, que expulsou de sua escola, ‘por indisciplina e exibicionismo’, o ainda desaparecido padre Adelir de Carli.
‘Ele era indisciplinado e não participava das aulas teóricas, que são fundamentais para se compreender as questões meteorológicas. Ele não tinha nada de humilde, se acha o bom, o que conhecia tudo, o que sabia tudo. Parecia um playboy’, diz Lichtnow.
Se o considerado leitor ainda não leu, então leia no Blogstraquis o texto integral da matéria e veja como alguns pecados podem levar às profundezas do mar até um servo do Senhor, quando este abandona os votos a um mísero aceno do Capiroto.
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Vexame cearense
O governador Cid Gomes, na Assembléia Legislativa do Ceará, tentando explicar por que levou a sogra:
‘Minha mulher tem 27 anos, é muito ligada à mãe, não queria deixar ela sozinha…’.
A jornalista Marcia Lobo assistiu ao vexame e comentou:
‘Ué, se não queria deixar a mãe sozinha, por que não ficou com ela?!?!’.
É bem pensado.
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Nobel pra Pelé
Janistraquis sopesou o tal filminho, adorou ver o Fenômeno vestido com a camisa do Flamengo, somou à vergonhosa aventura as ‘carreiras’ de Maradona e pediu minha atenção:
— Considerado, Pelé, que foi e é mais craque e mais homem que esses dois, merecia ganhar o Prêmio Nobel.
— Prêmio Nobel?!?! E de quê?!?!
— De qualquer coisa. Pode ser o Prêmio Nobel de Física.
— Mas logo o de Física?
— Ora, ele e a bola não ocupavam o mesmo espaço no campo de futebol?
Taí uma verdade. Portanto, iniciemos agora a campanha ‘Nobel pra Pelé’.
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Estamos com o Verdão
Chamadinha na capa do UOL:
Só catástrofe tira título do Verdão, diz Juca Kfouri.
Janistraquis deu um sorrisinho maroto:
‘Considerado, o mais-que-considerado Juca torce fervorosamente pela catástrofe, como todo bom corinthiano…’.
É verdade. Já meu assistente e eu, anônimos torcedores do Vasco, estamos com o Verdão, não por causa do Verdão, mas por Vanderlei Luxemburgo, o melhor treinador do mundo, e, principalmente, por Valdívia, cujo triunfo representará a vitória do craque sobre a mediocridade violenta que passeia nos campos de futebol.
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Trabalho facilitado
O considerado Jonas Marcondes, talento que o jornalismo perdeu para a administração de empresas, despacha de seus domínios em Praia Grande, São Paulo, onde curte a aposentadoria, escreve sonetos e fiscaliza os telejornais:
No dia 18/04/2008, às 11h25, o jornalista Brito Júnior disse, ao vivo, na Rede Record: ‘Em frente à delegacia onde deverão depor os acusados pelo crime do assassinato de Isabela, foi providenciado um banheiro químico para que a imprensa possa fazer o seu trabalho.’
Janistraquis sempre foi fã do Brito Júnior, ó Marcondes, justamente pela franqueza inconcussa com que guarnece a competência.
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Vigilância desperta
O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal no DF e que em 1993 já era o mais fiel colaborador desta coluna (confira abaixo no Errei, sim!), pois mestre Roldão encostou o binóculo com o qual procura a decência nos arredores do Palácio do Planalto, voltou às páginas do Correio Braziliense e tropeçou em mais uma, escondidinha sob o título Remédio contaminado nos EUA:
‘A Baxter International (indústria farmacêutica) fez um recall do remédio em fevereiro.’
Roldão, químico aposentado que ainda mantém esperta a antiga vigilância, apontou o erro:
A mania de usar o idioma inglês leva ao emprego errado de termos. Recall é convocação de compradores para reparo de defeitos de fabricação de produtos permanentes ou semi-permanentes, tal como de veículos automotores. No caso do remédio é o RECOLHIMENTO do produto ainda nas prateleiras das farmácias.
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Vira-lata na estrada
Janistraquis encontrou na estrada Cunha-Paraty um cachorro a cair aos pedaços, vira-lata-do-rabo-entre-as-pernas, tomado por bernes, pulgas & carrapatos, uma tristeza. Levamos o traste ao veterinário e este lhe deu um banho de produtos químicos, extraiu os parasitas, aplicou injeções no que restava de músculos, quer dizer, fez uma faxina geral.
Menos de uma semana depois, já gordo e lustroso, recebeu com uivos lupinos aquele arremedo de terremoto que nos assustou e estava pronto para ganhar um nome e virar cidadão. Sugeri que homenageássemos um influente político, porém meu assistente não me deu ouvidos:
‘Considerado, se é um vira-lata com aparência de cachorro de raça, não abro mão deste nome: Leandro Amaral. E Leandro, craque do Vasco que torce pelo Fluminense, ficará por aqui até que apareça o dono, o qual só levará o bicho se nos reembolsar de todas as despesas; veterinário, remédio, ração, tudo custa muito caro, e carinho mais amor, a gente sabe, nem preço tem.
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Teste do pezinho
O considerado Ewerton Dias de França, estudante de sociologia em São Paulo, almoçava em casa quando a irmã zapeou e, inadvertidamente, estacionou num jornalístico chamado Balanço Geral, da Rede Record:
‘Mantivemos a sintonia por não mais de um minuto, tempo suficiente para não gostarmos do tal ‘balanço’. Apareceu uma apresentadora, cujo nome me foge agora, dizendo-se ‘chocada’ com a notícia de que clonaram um cachorro farejador na Coréia do Sul e os filhotes nasceram com as qualidades policiais do bicho, digamos, original. A apresentadora ficou ‘chocada’ por que, afinal? Por causa da clonagem em si? Se foi por isso, a coitada não está preparada para viver neste Século 21!’
Janistraquis acha, ó Dias de França, que as emissoras só deveriam contratar apresentadores depois do Teste do Pezinho.
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O ‘Caso Isabella’
Janistraquis acompanha o ‘Caso Isabella’ desde o início, com aquele malévolo interesse tão comum aos telespectadores, e hoje de manhã, depois doutras notícias sem nenhum conteúdo jornalístico, chegou a esta transordinária objeção:
‘Considerado, tudo indica que o casal matou a menina, apesar da fantástica burrice do pai, exibida pela Globo, porém a gente só pode acreditar na versão policial se tiver absoluta e total confiança na polícia. O amigo tem absoluta e total confiança na polícia deste país de m…? Eu não tenho.’
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Errei, sim!
‘GRITO DESAFINADO — O implacável leitor Roldão Simas, que exerce marcação cerrada sobre a Tribuna da Imprensa, pega em flagrante de desleixo um importante cronista político, colaborador do jornal.
Sob o título Independência: um grito que não foi dado, lia-se: ‘( …) Assim d. Pedro foi para São Paulo e, assim, na segunda quinzena de abril de 1822…’ e foi por aí afora. Mais adiante, escreveu o jornalista: ‘( …) Foi exatamente desse jeito que, na madrugada do dia 21, o imperador (…)’.
Janistraquis examinou o texto e concordou com Roldão: o articulista simplesmente confundiu o Grito do Ipiranga, a 7 de setembro de 1822, com o Descobrimento do Brasil, a 22 de abril de 1500. Meu secretário foi, todavia, magnânimo: ‘Considerado, até que o lapso não foi tão grave; afinal, como se trata deste país, Descobrimento e Grito são tudo a mesma …’.
(junho de 1993)
Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.
(*) Paraibano, 65 anos de idade e 46 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ‘Carta a Uma Paixão Definitiva’.’
JORNALISMO E A CIDADE
Crônica inacabada sobre as contradições de uma cidade parideira, 28/4
‘Tanto no sentido histórico-filosófico quanto no entendimento antropológico da experiência humana de viver, Cidade e Civilização são termos e fenômenos que se confundem. É o que pelo menos dizem alguns dos sábios no assunto. Chegam mesmo a proclamar que sem as cidades não existe civilização. Porque é nas formas de organização e viver dos grandes aglomerados urbanos que o produto ‘civilização’ brota e evolui, nos ciclos vitais da dinâmica reprodutiva da cultura – e Oswald Spengler (1880-1936) que me desculpe a liberdade com que o interpreto.
Vai ver, é por isso mesmo que jornais e jornalismo têm na cidade o seu hábitat natural. E nas cidades ocupam espaço e papel de mecanismos importantes, nos processos culturais do ‘produzir’ civilizatório.
Se me permitisse dar asas às liberdades com que ouso interpretar Spengler, arriscaria dizer que a relação (que vem a ser uma relação reciprocamente vital) entre o jornalismo e a cidade se dá por estar a cidade em permanente estado de prenhez. Prenhez de múltiplos conteúdos em ebulição.
Olhemos para São Paulo, a cidade maior. Quando as televisões nos exibem pequenas amostras dos gigantescos engarrafamentos dos fins de tarde, vemos imagens de uma cidade gemendo dores de mau parto. Também isso é gestar civilizatório. Neste fim de semana, porém, a prenhez foi outra, linda, poética, arrebatadora, criativa, feliz. Prenhez misteriosamente orgástica, em que viajantes da cidade (quatro milhões de pessoas) se entregaram, de forma ao mesmo tempo livre e disciplinada, a 24 horas de arte plural partilhada, em enlaces e embalos com cinco mil artistas espalhados por dezenas de palcos.
É provável que jamais esta surpreendente São Paulo tenha vivido orgasmo tão intenso, tão prolongado e tão coletivo como este, que até nome teve: Virada Cultural de 2008.
Mas a cidade apaixonante da Virada Cultural é cidade parideira, de múltiplas barrigas, nem todas gestantes de boas cepas.
Assim, brotam da cidade, e chegam ao espaço e ao tempo do jornalismo, conteúdos que nos envergonham, nos machucam, no atarantam. E ficamos sem critérios para olhar e entender esta cidade capaz de tão estranhas contradições.
Sim, penso na reconstituição do hediondo crime ocorrido no Edifício London. Por coincidência ou estranha malvadez, foi marcada para o mesmo dia em que a Virada Cultural crescia para seus ápices – e também virou show, jornalisticamente tratado até com mais requintes do que os dispensados à cobertura dos muitos e belos shows da virada.
Se conversarmos com alguns dos poderosos das redações, aqueles que decidiram que assim deviam ser as coisas, eles nos derrubariam com o velho chavão que tão eficazmente amansa consciências: ‘Nós temos que dar ao público aquilo que ele quer’. Outros, hipócrita e pretensamente mais sofisticados, mudariam a frase: ‘Nós temos que dar ao público não aquilo que verdadeiramente lhe interessa, mas aquilo que o satisfaz. E o público gosta de crime’.
Pois já que é assim que eles pensam e agem, peço licença para parar de escrever. Quem quiser, que dê continuidade ao texto.
(*) Manuel Carlos Chaparro é doutor em Ciências da Comunicação e professor livre-docente (aposentado) do Departamento de Jornalismo e Editoração, na Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo, onde continua a orientar teses. É também jornalista, desde 1957. Com trabalhos individuais de reportagem, foi quatro vezes distinguido no Prêmio Esso de Jornalismo. No percurso acadêmico, dedicou-se ao estudo do discurso jornalístico, em projetos de pesquisa sobre gêneros jornalísticos, teoria do acontecimento e ação das fontes. Tem quatro livros publicados, sobre jornalismo. E um livro-reportagem, lançado em 2006 pela Hucitec. Foi presidente da Intercom, entre 1989-1991. É conselheiro da ABI em São Paulo e membro do Conselho de Ética da Abracom.’
TELEVISÃO
A indiferença do público, a TV preguiçosa e o terrorismo, 30/4
‘É bem provável que você não saiba, não tenha percebido ou não esteja interessado. Mas um dos principais projetos do atual governo, a TV Brasil, está no ar desde o dia 02/12 do ano passado e não consegue apresentar absolutamente nada de novo ou que valha a pena conferir em sua programação preguiçosa. Ou seja, no ar há quatro longos meses, o mega projeto do governo já gastou milhões e continua ignorada pelo público.
Segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada esta segunda-feira, ‘62% dos entrevistados nunca ouviram falar da emissora pública e apenas 33% conhecem ou ouviram falar de sua criação’.
Lançada às pressas por uma medida provisória e aprovada no Congresso com rara e polêmica mobilização da bancada governista, a programação da TV Brasil já está sendo criticada até mesmo pelos maiores defensores das TVs públicas brasileiras. Em artigo para a FSP (ver aqui), com o pertinente título de ‘TV Brasil – tropeços estruturais’, Jorge da Cunha Lima, ex-presidente da TV Cultura de SP, cobra as promessas não realizadas das TVs públicas brasileiras:
‘A medida provisória que autorizou a criação da TV Brasil fixou os princípios sobre os quais ela deveria atuar. Isso nos dá força para avaliar os primeiros tropeços.’
‘Melhor seria tê-la subordinado ao Ministério da Cultura ou da Educação, cujas finalidades coincidem com a missão da TV pública em muitos aspectos. Subordiná-la à Secom é condicionar o coelho ao regime prioritário de cenouras temperadas pelos interesses de propaganda do Planalto’.
‘Outro erro, o Conselho Administrativo, com poder de nomear, dar diretrizes de gestão e autorizar despesas, cujos componentes são ministros do governo, política e moralmente atrelados à vontade da administração’.
Mais adiante, Cunha Lima insiste na auto-crítica e aponta os problemas de intenção e gestão:
‘Fundamental é a grade de programação: seu conteúdo, sua capacidade inovadora, sua qualidade, isto é: independência, criatividade, representatividade regional, pluralismo, interatividade da programação e abertura às fontes de criação disponíveis.’
‘Há um sério problema de audiência não resolvido nas TVs públicas. E a questão não se resolverá nunca enquanto se buscar para o impasse o modelo da televisão comercial. Somos covardes diante dela e de seus Ibopes. Em vez de ousarmos nos limites da linguagem e dos conteúdos, buscamos a pátina erudita para cobrir a enganação do espetáculo.’
‘TV pública só se justifica se acertar sua programação, em parceria com o público e os criadores. Mas, para isso, é indispensável uma estrutura jurídica que favoreça a intenção e uma gestão que possibilite essa realização’.
Ainda em relação à ‘crise de audiência’, o atual presidente da TV Cultura, Paulo Markum, durante o debate promovido pelo jornal Folha de S. Paulo, ‘acredita que a busca pela audiência não deve ser prioridade na TV pública. A busca da audiência não deve ser algo fundamental, essencial e neurótico, como é na TV comercial. Mas não se pode fazer TV para ninguém’, afirmou Markun.
Durante programa recente do Observatório da Imprensa, o diretor de TV e presidente do Instituto de Estudos de TV, Nelson Hoineff, comentou que ‘a televisão não-comercial no Brasil não estaria retornando à sociedade aquilo que se espera de uma televisão pública: experimentação, renovação, criação de novos formatos, ousadia, comprometimento com a produção independente e com o regionalismo. A TV Pública brasileira seria uma imitação ‘pobre’ da TV comercial, classificada por Hoineff como uma das piores do mundo.
Ou seja, todos concordam. A TV pública brasileira não deve ser do jeito que é ou está. O lançamento precipitado, as promessas não cumpridas ou sempre adiadas, as demissões polêmicas e os demais ‘tropeços’ se acumulam e condenam a própria idéia de uma TV de qualidade seja ela pública ou privada em nosso País.
E o público de TV que não é bobo, é obrigado a bancar o mega projeto do governo, mas ignora a atual programação (programas requentados da antiga TVE do RJ) e se torna indiferente às promessas do futuro que não chega.
As TVs públicas brasileira são aquelas televisões que adoramos comentar e defender, mas que raramente assistimos.
Terrorismo
Mas enquanto isso, prefere-se criticar os críticos, a mídia e condenar o velho e recorrente inimigo número um para tudo que dá errado em nosso país: o capitalismo. Ou agora seria…o terrorismo?
No painel ‘TV Pública e a Democratização da Informação’, realizado no último sábado durante o Fórum Social do Mercosul, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), ‘Palestrantes denunciam ‘terrorismo midiático’ (ver aqui), o presidente da Telesur, Beto Almeida, ‘falou sobre a evolução da TV Pública no Brasil durante o Governo Lula e também criticou o terrorismo midiático feito pelas grandes empresas de televisão privada contra as TVs estatais’.
‘Os meios de comunicação devem estar veiculados a projetos soberanos dos nossos povos e a democracia. O terrorismo é uma manobra do sistema capitalista’, reforçou.
Ou seja, a TV Brasil tem uma programação muito ruim, é preguiçosa e ignorada pelo público brasileiro por causa… do ‘terrorismo do sistema capitalista’. Agora está tudo claro e bem explicado. O presidente norte-americano George Bush não poderia explicar melhor. Tudo é culpa do ‘terrorismo’.
(*) É jornalista, professor de jornalismo da UERJ e professor visitante da Rutgers, The State University of New Jersey. Fez mestrado em Antropologia pela London School of Economics, doutorado em Ciência da Informação pela UFRJ e pós-doutorado em Novas Tecnologias na Rutgers University. Atualmente, faz nova pesquisa de pós-doutorado em Antropologia no PPGAS do Museu Nacional da UFRJ sobre a ‘Construção da Imagem do Brasil no Exterior pelas agências e correspondentes internacionais’. Trabalhou na Rede Globo no Rio de Janeiro e no escritório da TV Globo em Londres. Foi correspondente na América Latina para as agências internacionais de notícias para TV, UPITN e WTN. É responsável pela implantação da TV UERJ online, a primeira TV universitária brasileira com programação regular e ao vivo na Internet. Este projeto recebeu a Prêmio Luiz Beltrão da INTERCOM em 2002 e menção honrosa no Prêmio Top Com Awards de 2007. Autor de diversos livros, a destacar ‘Telejornalismo, Internet e Guerrilha Tecnológica’, ‘O Poder das Imagens’ da Editora Livraria Ciência Moderna e o recém-lançado ‘Antimanual de Jornalismo e Comunicação’ pela Editora SENAC, São Paulo. É torcedor do Flamengo e ainda adora televisão.’
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