Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Li Yuanlong: dois anos por criticar o governo na rede

O jornalista chinês Li Yuanlong, de 47 anos, foi libertado na sexta-feira (14/9) após dois anos de cadeia por divulgar na internet artigos com temas sensíveis ao governo. O jornalista foi detido em setembro de 2005 e condenado por ‘incitar a subversão à soberania do Estado’ por seus ensaios – publicados em diversos sítios proibidos na China. ‘Eu nunca fiz nada contra a minha consciência, ou nada ilegal. Sou inocente’, declarou.

Repórter do Bijie Daily, na província de Guizhou, Yuanlong foi levado de seu local de trabalho por agentes de segurança do Estado em 9/9/05 e indiciado por criticar o governo chinês em diversos de seus artigos, incluindo um intitulado ‘Sobre se tornar um americano de espírito’. ‘Eu acredito que este dia não está longe: que o socialismo sob a liderança do Partido Comunista Chinês irá desintegrar-se’, escreveu ele na ocasião, completando que o regime comunista era responsável pela morte de dezenas de milhões de pessoas sob suas ‘regras fascistas’ desde 1949.

Licença revogada

Segundo Yuanlong, sua licença de repórter foi revogada pelo governo, e ele foi proibido de trabalhar em qualquer empresa estatal, incluindo veículos de mídia controlados pelo Estado, por pelo menos dois anos. Apesar da insistência do Partido Comunista de abertura das regras de mídia por causa das Olimpíadas de 2008, organizações internacionais de defesa da liberdade de expressão, imprensa e direitos humanos afirmam que os líderes do país continuam a exercer amplo controle sobre o que é publicado.

Segundo a Repórteres Sem Fronteiras, pelo menos 35 jornalistas e 51 ciberdissidentes estão presos hoje no país. A organização coloca a China no 163º lugar em um ranking global de liberdade de imprensa formado por 167 países. Informações da AFP [17/9/07].