A crítica gastronômica nunca mais será a mesma depois da criação do Google. Se, antes da ferramenta de busca, os críticos tinham liberdade para trabalhar no anonimato e a certeza de não ser reconhecidos ao visitar restaurantes, agora a superexposição – voluntária ou não – levou a uma mudança nas regras da crítica gastronômica. Alguns profissionais desistiram do anonimato, revelaram sua identidade e criaram até blogs para interagir com o público.
O Los Angeles Times, diz Regina Schrambling [12/9/07], requer que seu crítico trabalhe de forma anônima, chegue aos restaurantes sem ser anunciado, faça no mínimo três visitas ao local e sempre pague pelas refeições. O New York Times e o Philadelphia Inquirer, que seguem as normas utilizadas pela Associação de Jornalistas Gastronômicos, agem da mesma forma.
Tratamento diferenciado
Por vezes, alguns deslizes levam à revelação da identidade do crítico. Craig LaBan, há 10 anos anônimo no Philadelphia Inquirer, teve recentemente sua foto publicada na revista do diário. Tratava-se de um artigo sobre um processo aberto por um restaurante descontente com uma crítica. Na era da internet, sua imagem espalhou-se na rede e ele já não está mais no anonimato.
Aqueles que aproveitam a superexposição – como Danyelle Freeman, que após o sucesso com um blog em Nova York foi contratada como crítica no New York Daily News no mês passado – e os que tiveram a exposição forçada, como LaBan, concordam em um ponto. Para ambos, quando é conhecida a identidade de um crítico, a atenção dada a ele pode ser diferenciada, mas se o chef não for bom, não há como melhorar a qualidade dos pratos.