A BBC anunciou na quinta-feira (18/10) que irá cortar 1.800 empregos, diminuir a transmissão de programas e unificar a produção de conteúdo para TV, rádio e internet. Recentemente, o diretor-geral da rede pública britânica, Mark Thompson, afirmou aos funcionários que 2.500 cargos seriam eliminados nos próximos seis anos, mas, em compensação, 700 novos postos poderiam ser criados.
‘A mídia está sofrendo transformações. O público também. Seria fácil dizer que o ritmo acelerado desta revolução é muito rápido para a BBC. Eu acredito que, daqui a alguns anos, iremos olhar para o momento em que a BBC fez algumas escolhas difíceis’, afirmou Thompson. ‘Eu não quero minimizar as conseqüências humanas de algumas de nossas decisões, mas esta não é apenas uma história sobre cortes de gastos. É sobre construir nosso futuro e agarrar algumas oportunidades fantásticas’.
A BBC também pretende vender seu centro televisivo na parte oeste de Londres, onde é produzida grande parte de seus programas de TV e rádios nacionais, para cobrir uma brecha de cerca de US$ 4 bilhões em financiamento. A falta de dinheiro foi sentida pela rede depois que o governo obrigou a administração, no início de 2007, a aceitar um valor menor do que o previsto pela taxa anual paga pelos telespectadores no Reino Unido.
Greve à vista
Líderes sindicais que representam os funcionários da BBC afirmaram que, diante do anúncio, uma greve era inevitável. Os departamentos de notícias e documentários seriam alguns dos mais prejudicados com os cortes. Jornalistas da rede alegam que a eliminação de tantos cargos ameaça a qualidade da programação. Pelo plano de Thompson, descrito por ele próprio como ‘radical’, cerca de 370 empregos seriam cortados nas operações de notícias; 660, na divisão que produz programas de entretenimento, infantis e documentários; e 550 em veículos de comunicação de alcance regional.
‘Nós não conseguimos entender como [a administração da BBC] pode alegar que está defendendo o serviço público enquanto faz os maiores cortes nas divisões de notícias e de programas de atualidades’, afirmou Jeremy Dear, chefe do Sindicato Nacional dos Jornalistas. ‘A não ser que a rede reconsidere sua posição, uma greve parece inevitável’. Informações de D´Arcy Doran [AP, 18/10/07].