Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Críticas à cobertura da guerra de Gaza

Esperava por parte deste Observatório o mínimo de equidade na cobertura do genocídio de Gaza. Mas, pelo visto, este Observatório segue a linha da mídia oficial totalmente pró-Israel. Salvo as honrosas exceções de sempre, como as revistas CartaCapital, Caros Amigos, Diplô-Brasil, Brasil de Fato e a revista eletrônica Carta Maior, o que se vê é mais do mesmo. Aliás, por que este Observatório não dá espaço para os professores Paulo Daniel Farah, Memede Mustafa Jarouche, Emir Sader e ao jornalista José Arbex Jr, entre outros? Enfim, por que só um lado é ouvido? É lamentável.

Saudades do Cláudio Abramo, do Aloysio Biondi, do Fausto Wolff e de tantos que, acima de jornalistas, eram seres humanos. Oxalá que podemos contar com um Mino Carta e um Newton Carlos.

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A Carta Capital nº 529 tem o mérito de publicar dois textos interessantes que merecem ser reproduzidos, divulgados e discutidos. Em 1930, Sigmund Freud escreveu uma carta a Chaim Koffler sobre o sionismo:

‘Não penso que a Palestina possa tornar-se um Estado judaico nem que o mundo cristão como o mundo islâmico possam um dia estar dispostos a confiar seus lugares santos aos cuidados dos judeus. Pareceria mais sensato uma pátria judaica sobre um solo não conotado historicamente…’

Sobre o mesmo tema, Gandhi escreveu em 1938:

‘A Palestina pertence aos palestinos da mesma forma que a Inglaterra pertence aos ingleses ou a França aos franceses.

‘É errado e desumano impor os judeus aos árabes. O que está acontecendo na Palestina não é justificável por nenhuma moralidade ou código de ética.’

Não nos compete decidir os destinos do Oriente Médio, mas em razão das atrocidades cometidas pelos israelenses em Gaza que foram amplamente divulgadas pela mídia (assassinato de 300 crianças, destruição do prédio da ONU, ataques a comboios humanitários, intimidação da imprensa etc.) temos a obrigação humana de nos posicionar. Eu fico com Gandhi e Freud. E você? (Fábio de Oliveira Ribeiro, advogado)

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Sem dúvida, notícias sobre as mortes de civis, ataques a agências da ONU e locais com jornalistas internacionais não são nada agradáveis e, como judeus, não nos traz prazer e alegria a morte de seres humanos. Principalmente quando estes são utilizados como escudos humanos, cujas mortes, direta e indiretamente, aumentarão o ódio e a vingança na região e justificarão o apoio e o crescimento de organizações terroristas e pseudo-humanitárias.

Com autonomia limitada ou não, em todo esse tempo não se viu quaisquer progressos nas áreas sociais e econômicas promovidos pelos dirigentes palestinos. Recursos e terras abundantes não faltariam nos países dos ‘irmãos árabes’. No entanto, isso não os interessa, pois, desde a criação do Estado de Israel, o povo palestino que vivia na região é tratado como objeto e moeda de troca para a preservação de governos e privilegiados nos países árabes e muçulmanos, e foco para a destruição do Estado de Israel.

Vi este link na página inicial do Google. Creio que, na imprensa profissional, opiniões ou análises de jornalistas devem ser assinadas e opiniões do jornal, mencionadas em editorial. Ou seja, com a coragem e desprendimento de quem assume uma posição e não fomenta a desinformação e ódio nas entrelinhas da notícia. (Milton R. Cukierman, consultor de empresas, São Paulo, SP)

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Independente de mérito despertado pela questão, causou-me estranheza o silêncio da imprensa ante a justificativa utilizada pelo Presidente da Câmara dos Deputados para o cancelamento de gratificação a ser atribuída aos servidores concursados da Casa. Pensei que, após 20 anos de democracia, o ‘quarto poder’ se manifestasse criticamente em relação à declaração de um dirigente que justifica o não cumprimento de uma lei (por ele aprovada) porque ‘um cidadão ameaça buscar seus direitos na justiça’. Descrevo o texto do artigo 12 da Lei 11.335/06: ‘Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos financeiros a partir de sua implantação, que ocorrerá no percentual de 50% em janeiro de 2006 e o restante até janeiro de 2007’. Calar ante comportamento tão antidemocrático movido unicamente por ideologias constitui-se em um filme já visto. (André Carvalho Silva, analista legislativo, Brasília, DF)

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Historiador, São Paulo, SP