Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Comunique-se

RÚSSIA
Comunique-se

Procuradoria Geral da Rússia identifica assassino de Anna Politkovskaya, 23/3

‘A Procuradoria Geral da Rússia identificou o assassino de jornalista Anna Politkovskaya, morta no dia 07/10/06 porque vinha denunciando torturas sistemáticas na Chechênia. Ela preparava um artigo antes de ser assassinada e colegas de Anna o publicaram cinco dias após sua morte.

Segundo um porta-voz da Procuradoria, já foi ditada a ordem de busca e captura do suposto assassino. ´Já foram processadas nove pessoas, incluindo (o ex-coronel dos serviços secretos Pavel) Riaguzov´, afirmou o procurador Viacheslav Smirnov. Ele anunciou que a investigação será realizada até 07/09.

O procurador informou que 60 testemunhas foram interrogadas e cinco perícias judiciais realizadas.

A investigação é alvo de críticas. A publicação onde Anna trabalhava, o Novaya Gazeta, quinzenal, denunciou vazamento de dados da Procuradoria e a libertação de diversos suspeitos detidos.

Anna nasceu em Nova York em 1958 e tinha dupla cidadania. Era considerada a jornalista mais crítica à política do presidente russo, Vladimir Putin, principalmente quando o assunto era voltado à Chechênia e ao Cáucaso Norte russo.

Anna vinha recebendo ameaças de mortes dos serviços secretos russos, do Exército e de agências de segurança da Rússia.

As informações são da Agência Efe.’

BOLÍVIA
Carla Soares Martin

Heródoto Barbeiro conta os bastidores da entrevista com Evo Morales, 28/3

‘Foram dois meses de negociações. ´Quando estava quase desistindo´, conta Heródoto Barbeiro, deu certo: o jornalista conseguiu entrevistar o presidente da Bolívia, Evo Morales, no Palácio Presidencial de La Paz, capital do país, na segunda (24/03). A entrevista exclusiva vai ao ar no Jornal da Cultura, em uma série durante a próxima semana, a partir das 22h, e na Rádio CBN, em uma única edição, na segunda (31/03), às 07h40.

O objetivo de Heródoto foi contar ao público brasileiro como está a Bolívia num momento crucial: uma das províncias, Santa Cruz de la Sierra, se prepara para um plebiscito, em 04/05, para apontar se a população local quer independência do país. A Bolívia vota ainda uma Nova Constituição, que pretende unir, com ampla autonomia, os povos indígenas com suas 32 línguas.

´Quando o jornalista vai ao local, ajuda a compreender melhor a realidade e o público ganha, porque tem a informação com mais profundidade´, afirma. Como exemplo, ele aponta que entendeu muito melhor sobre a nacionalização do petróleo depois da entrevista. ´Diferente do que a mídia diz, a Bolívia não nacionalizou todo o petróleo, nacionalizou as refinarias. As áreas de prospecção continuam sendo utilizadas pela Petrobras.´

Heródoto vê como vantagem sua saída momentânea de âncora para a reportagem: ´No Brasil, pode não ser muito comum o jornalista sair do estúdio. Mas nos Estados Unidos é´, diz. ´Enriquece muito´, justifica.

Entrevista

Nos 40 minutos de conversa, Heródoto e Morales falaram de petróleo, gás, da conjuntura do país, mas também de futebol. ´Quem foi o melhor do mundo: Pelé ou Maradora?´. ´Maradona´, respondeu o líder boliviano.

Lá pelas tantas, Heródoto lançou a pergunta mais intrigante: ´Como vai reagir se Santa Cruz de la Sierra decidir se separar da Bolívia?´. A resposta? O público só saberá na segunda.

O apresentador do Jornal da Cultura e do Jornal da CBN ressalta a importância de ter ´astúcia` para entrevistar um grande líder político, pelo natural cuidado que tem com a imprensa. ´É bom guardar as perguntas-chave para o fim´, ensina o professor Heródoto.

Evo Morales

O jornalista brasileiro define Evo Morales como um ´humanista´. Em vez de encontrar um político nacionalista, Heródoto diz ter encontrado um presidente que se compara a Gandhi. ´Morales fala olhando para a humanidade´, diz.

Preparação

Para entrevistar um líder político, Heródoto se preparou lendo artigos do Brasil e de outros jornais, como o francês Le Monde e o espanhol El País. Mas foi além: ´Perguntei a todos os meus colegas se tinham perguntas para Evo Morales´, conta Heródoto. Fez uma triagem por temas. E partiu para a Bolívia, com o cinegrafista Edgar Luchetta e o senador boliviano Andrés Guzmán, que intermediou a conversa.

Heródoto esteve também com o ex-presidente Carlos Mesa, da oposição. A entrevista vai ao ar na semana seguinte à exibição de Evo Morales no Jornal da Cultura e na CBN.

Próxima aventura

Aos 62 anos comemorados nesta sexta (28/03), o jornalista Heródoto Barbeiro planeja a próxima entrevista: falar com o presidente do Peru, Alan Garcia.’

HOMENAGEM
Comunique-se

Redações do Dia e do JB também recebem moção de Verônica Costa, 28/3

‘As moções enviadas pela vereadora do Rio Verônica Costa (PMDB), conhecida como ´Mãe loura do funk´, a jornalistas do Globo se estenderam também para as redações do Dia e do Jornal do Brasil. Alguns contam que as homenagens viraram motivo de piada. ´Tem gente aqui dizendo que vai emoldurar´, disse um jornalista do Dia Online ao Comunique-se.

No JB Online, sabe-se que webdesigners e estagiários também receberam. ´Acho que leram o expediente do site´, observou Cláudia Silva, editora da versão online do JB. ´Parece coisa de província, de Sucupira´, brincou.

Pelo menos 40 profissionais do Globo receberam também a moção. Aydano André Motta, da equipe de Ancelmo Gois, chegou a publicar um post em seu blog dispensando a homenagem.’

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Moção de Verônica Costa vira brincadeira e é criticada na redação do Globo, 29/3

‘´Um breve olhar sobre o trabalho desenvolvido pelo agraciado bastaria para justificar o presente pedido, pela maneira prestimosa e dedicação, pelos seus valores morais e fundamentalmente profissionais de alto nível de capacitação destinada ao jornalismo´. Assim começa a ´moção de congratulação e louvor` que mais de 40 profissionais do jornal O Globo receberam, iniciativa da vereadora do Rio Verônica Costa (PMDB), conhecida como ´Mãe loura do funk´. A moção virou motivo de brincadeira na redação e foi criticada pelo jornalista Aydano André Motta, da equipe de Ancelmo Gois.

Além de todas as moções terem o mesmo texto e só mudarem o nome do agraciado e o gênero, dependendo de quem o recebeu, o blogueiro Aydano definiu a iniciativa como ´gentil´, mas disse ser desnecessária. ´Primeiro, pelo desperdício de tempo e dinheiro (meu, seu, nosso) com uma honraria descabida – aqui, se cumpre a obrigação de informar (e olhe lá), pela qual ninguém merece ser congratulado. Ainda mais porque a parlamentar derramou referendos iguais pelo jornal inteiro. O mesmo texto, só trocando o nome. Homenageou até gente que nem trabalha mais por aqui.´

Em nota enviada, a vereadora respondeu que ficou ´espantada` com a indignação provocada na redação.

Leia a resposta de Verônica Costa na íntegra:

´Ilustres jornalistas,

Causou-nos espanto vossa indignação no que achávamos ser uma justa homenagem a tão nobres profissionais que quando escapa-nos a visão global dos problemas da população estão os senhores sempre postos a nos informar e até mostrar aonde se encontram as mazelas desta cidade, do nosso estado e do nosso país, que eleitos fomos para tentar minimizar os problemas e fiscalizar a atuação que nos diz respeito da prefeitura municipal.

Talvez não seja de vosso conhecimento o trabalho social que eu como vereadora e cidadã, venho desempenhando e tentando melhorar a vida da nossa população procurando orientá-los para que saibam quais são seus direitos e muitas vezes auxiliando-os na ajuda de conseguir emprego, educação e cidadania.

Se não mais fazemos é porque propomos leis, mas não temos como torná-las leis , pois não dependem do meu desejo e sim também do executivo.

Continuamos achando que os senhores são merecedores de tal honraria, é que talvez também desconheça, que além de todo o trabalho social, cabe muito justamente homenagear a quem merece portanto apesar de não ser compreendida pela minha atitude, agradeço em nosso município do Rio de Janeiro, pelo bom trabalho que os senhores desempenham em prol de nossa sociedade.

Espero ter esclarecido suas dúvidas e sigo sempre a disposição de V.Sas´’

 

INTERNET
Milton Coelho da Graça

BBC pede ´arreglo` à internet, 28/3

‘A ´invasão` da internet pela BBC, rede pública britânica de TV e rádio, foi o assunto de longa matéria do jornal americano Wall Street Journal, que o Valor (acesso restrito a assinantes) transcreve em sua edição desta sexta-feira, 28/03.

Com o objetivo principal de manter sua audiência diante do avanço da internet, a emissora pública britânica optou pelo velho ditado ´se não puderes derrotar teu inimigo, junta-te a ele´; E já colocou quase toda a sua programação – noticiários, filmes, entrevistas, programas cômicos etc. – na web, ampliando dramaticamente a audiência internacional, antes limitada pela utilização de operadoras de satélites e tevês a cabo. A ferramenta principal para essa estratégia foi lançada no Natal: é o iPlayer, um programa de computador gratuito oferecido no seu site, já considerado um fenômeno cultural, porque 17 milhões de programas da emissora foram baixados no Reino Unido durante estes três meses e os números se multiplicarão rapidamente depois que for lançado nos Estados Unidos ainda este ano. Pode-se imaginar que, logo depois, o iPlayer será espalhado por todo o mundo.

Esse movimento da BBC rumo à internet começou quando a emissora descobriu que um quarto dos jovens britânicos entre 15 e 24 anos não viam, não liam nem ouviam a BBC.

A BBC é sustentada por seus usuários – um ´imposto` destinado diretamente à emissora, criada desde o início das emissões de rádio em 1922. Não tem publicidade, mas aceita patrocínios sem mensagens explícitas de venda, só exposição de marca. Sem acionistas, sem subordinação direta ao governo, a BBC tem um Conselho Diretor, mas a diretoria desfruta de ampla liberdade para ir à luta por audiência, só precisa tomar cuidado para não ferir as regras da livre concorrência. Novos adversários estão sendo os pequenos jornais regionais, que não estão nada felizes com esse gigante da comunicação ´morando` em quase todas as casas e oferecendo – em horários certos no rádio ou na TV e a qualquer momento na telinha do computador – tudo que o cidadão possa desejar em matéria de informação, cultura e diversão da melhor qualidade.

A TV Brasil, em início de montagem, seguiu o exemplo da BBC na criação de um, Conselho Curador, para garantir diversidade e independência de opinião em seus noticiários e programas jornalísticos em geral. A estratégia da BBC em relação à utilização da internet também poderia vir a ser usada aqui em futuro relativamente curto, não só para que a programação possa atingir todo o território brasileiro, mas também outros países onde se fala o português. E, dentro da visão geral de integração da América do Sul e da América Latina em geral, seria relativamente fácil produzir uma versão em espanhol, acessível à grande maioria de nossos vizinhos.

A PBS americana (Public Broadcasting System), embora sendo um modelo de TV pública completamente diferente tanto do nosso como do britânico, poderia servir de exemplo para outras iniciativas, especialmente na possibilidade de integração internacional. A PBS inclui 365 estações, controladas por 168 entidades não-lucrativas (86 organizações comunitárias, 56 colégios ou universidades, 20 governos estaduais e seis instituições municipais). Os programas são produzidos pelas emissoras associadas, produtores independentes e outras fontes nacionais ou internacionais.

Com um modelo não necessariamente igual mas parecido, a TV-Brasil poderia também montar uma programação ´sul-americana` com relativa facilidade.

Mesmo se tratando de situações totalmente diferentes, tanto de mercado como de história, é bom lembrar que a TV pública não é necessariamente uma ´perdedora` na competição com os canais privados. A BBC é líder de audiência no Reino Unido. A PBS, com 1,4%, é a sexta colocada nos índices de audiência média no chamado ´prime time` – 19 às 22h. Não é tão pouco assim, porque lá não existe Globo papa-tudo e a CBS, primeira colocada, chega só a 7% (estes números podem ter mudado, porque têm mais de um ano e, infelizmente, não houve tempo para atualizá-los).

(*) Milton Coelho da Graça, 77, jornalista desde 1959. Foi editor-chefe de O Globo e outros jornais (inclusive os clandestinos Notícias Censuradas e Resistência), das revistas Realidade, IstoÉ, 4 Rodas, Placar, Intervalo e deste Comunique-se’

MAIÔ
Marcelo Russio

Roupa faz ou não a diferença?, 26/3

‘Olá, amigos. O assunto da vez é a tal roupa que teria facilitado a quebra de um punhado de recordes no Campeonato Europeu de Esportes Aquáticos, na Holanda, na última semana. Segundo a maioria dos jornais, a roupa milagrosa estaria por trás dos tempos obtidos por atletas relativamente desconhecidos, como o francês Alain Bernard, novo recordista mundial dos 50m e 100m nado livre. Salvo algum engano, não li em lugar nenhum nada tão eloqüente quanto o comentário do ex-nadador Gustavo Borges, em entrevista ao SporTV nesta terça-feira.

´A roupa acaba dando ao nadador uma confiança maior, que pode fazê-lo melhorar seu desempenho em um décimo de segundo ou mais. Mas ouço muita gente falar besteira ao dizer que qualquer um poderia vestir a roupa e bater um recorde. Se é assim, veste a roupa, cai na água e bate o recorde!´

A forma direta com que um ex-nadador de ponta como Borges abordou o assunto me dá cada vez mais a certeza de que o aproveitamento de nomes de peso do esporte pode ajudar muito o jornalismo esportivo no papel de explicar ao leitor um pouco (ou muito) do que acontece no mundo exclusivíssimo do esporte de altíssimo nível. Pouca gente consegue ter acesso a tantos detalhes, que para os atletas são óbvios e corriqueiros, mas que, para a grande maioria, são absolutamente obscuros.

Detalhe importante: Gustavo Borges é formado em jornalismo, e sabe como poucos ex-atletas se relacionar com as câmeras.

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Uma coisa vem me intrigando: por que alguns insistem em dizer que o meia Valdívia, do Palmeiras, não é caçado em campo? Tem gente que diz que ele encena, outros dizem que ele provoca, mas o fato é que o chileno apanha demais todos os jogos, com bola rolando ou parada.

Ler e ouvir jornalistas experientes dizerem que o chileno provoca e que, por isso, apanha, entristece quem luta por um jornalismo mais decente e limpo, sem preconceitos e xenofobia desnecessários.

(*) Jornalista esportivo, trabalha com internet desde 1995, quando participou da fundação de alguns dos primeiros sites esportivos do Brasil, criando a cobertura ao vivo online de jogos de futebol. Foi fundador e chegou a editor-chefe do Lancenet e editor-assistente de esportes da Globo.com.’

JORNAL DA IMPRENÇA
Moacir Japiassu

Extremada burrice, 27/3

‘Estou só como no

pampa o cerro como

quero-quero aos berros

(Nei Duclós in Partimos de Manhã)

Extremada burrice

Janistraquis e o colunista pedem licença ao considerado leitor para destilar justo mau humor diante desta notícia publicada no UOL:

25/03/2008 – 20h48

Produtora da música ´Um Tapinha Não Dói` é multada

De Elder Ogliari

Em Porto Alegre

A Justiça Federal de Porto Alegre condenou a empresa Furacão 2000 Produções Artísticas ao pagamento de multa de R$ 500 mil pelo lançamento da música ´Um Tapinha Não Dói´, por entender que a letra banaliza a violência e estimula a sociedade a inferiorizar a mulher.

A decisão foi tomada pelo juiz federal substituto Adriano Vitalino dos Santos, da 7ª Vara Federal, e pode ser contestada em instâncias superiores.

A ação foi movida há sete anos pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela organização não-governamental (ONG) Themis Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero, que alegaram que a letra justifica a violência masculina a partir do comportamento sexual da mulher.

A ONG e o MPF sustentaram ainda que a liberdade de expressão não é direito absoluto e tem limitações reconhecidas pela Constituição em face do princípio da dignidade.

O juiz entendeu que houve dano moral difuso à mulher e estabeleceu a multa, que deverá ser revertida ao Fundo Federal de Defesa dos Direitos.

Meu assistente acha que a ´melô` deveria ter sido condenada apenas por ruindade, pois somente a burrice mais deslavada poderia enxergar na indigente letra a banalização da violência e estímulo à inferiorização da mulher.

(A letra ´condenada` está exposta no Blogstraquis.)

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Para rir um pouco

Janistraquis navegava pelos mais inteligentes e divertidos sítios quando encontrou estes ´Diálogos premiados` no Pavablog, do considerado Sérgio Pavarini:

– Como é que se chama um traficante armado até os dentes?

– É melhor chamar, no mínimo, de senhor…

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– Por que Hitler odiava os judeus?

– Porque ele não conhecia os argentinos.

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– O que é preciso para reunir novamente os Beatles?

– Mais duas balas.

Clique aqui e conheça os outros ´diálogos´.

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O nome do homem

Sob o título Montagem de Brecht pelo Armazém cria distanciamento sutil, saiu na Ilustrada:

´Mãe Coragem e Seus Filhos´, que retomou sua turnê com a presença no Festival de Curitiba, é antes de tudo o encontro entre Louise Cardoso e o grupo Armazém, e ambos ganharam com o encontro. (…) Ao visitar o universo do dramaturgo alemão Bertold Brecht, menos lírico do que o costumeiro no repertório da companhia, o Armazém…

Janistraquis, que já representou, com inesquecível incompetência, o papel do Desempregado em A Alma Boa de Setsuan, leu o texto, fez alguns gestos e caretas, segundo o Método Stanislavsky de interpretação, e disparou:

´Considerado, é Bertolt e não Bertold; devemos confiar num texto que erra o nome de autor tão conhecido?´

Respondi que não devemos.

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Velharias

O considerado Marco Antonio Zanfra, assessor de imprensa do Detran de Santa Catarina, despacha de seu QG em Florianópolis:

Que idade uma pessoa deve atingir para enquadrar-se no título Idosa morre em incêndio em Chapecó (Diário Catarinense, 20 de março)?

Sei que não há padrões rígidos, mas, aos 56 anos – como essa pobre coitada, que foi alcançada em casa pela tragédia – ninguém pode ser considerado um ´idoso´. A culpa por essa generalização, como escreveu Carlinhos Brickmann no Observatório da Imprensa, é o ´preconceito´.

Para mim, que estou, aos 51, me aproximando dessa falsa classificação etária – se o for, espero que seja numa notícia menos dolorosa – isso é estreiteza de idéias e incompetência para gerar títulos menos burocráticos e nivelados por baixo.

Nós, que já trabalhamos com tituladores exímios, sabemos a falta que essa raça extinta faz no jornalismo diário.

O colunista é, infelizmente, acoimado de macróbio, talvez com justiça; afinal, tem quase 66 anos, aparenta 83 e sente-se como a avó de Dercy Gonçalves.

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C. aralhal história

O considerado Roldão Simas Filho, diretor de nossa sucursal em Brasília, de cujo varandão debruçado sobre a licenciosidade vê-se o c.-de-mãe-joana em que se transformou a República, pois Roldão passou os últimos dias abraçado a ingente pesquisa e concluiu:

Hoje em dia, C. ARALHO é a palavra que define toda a gama de sentimentos humanos e todos os estados de ânimo.

Ao apreciarmos algo de nosso agrado, costumamos dizer:

´ISTO É BOM PRA C. ARALHO`

Se alguém fala conosco e não entendemos, perguntamos:

Mas que C. ARALHO você está dizendo?

Se nos aborrecemos com alguém ou algo, o mandamos pro C. ARALHO.

Pois visite o Blogstraquis e conheça toda a utilíssima história do C.ARALHO.

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Piada do ano

Obra-prima que percorre a internet com a velocidade de um foguete Patriot.

De Bush pai para Bush filho:

Você está pra cometer no Iraque o mesmo erro que eu cometi com a tua mãe; não retirei a tempo…

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Coisa de louco!

A ficha dos dois é esta:

JAIME FERREIRA LOPES, 53, bacharel em direito, assessor parlamentar da Câmara dos Deputados, é coordenador nacional do Movimento Nacional em Defesa da Vida – Brasil Sem Aborto.

HERMES RODRIGUES NERY, 42, bacharel em história, é membro do Grupo de Trabalho em Defesa da Vida da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e coordenador do Movimento Legislação e Vida de Taubaté (SP).

Pois uniram-se, como Joãozinho mais Maria, e, a quatro mãos, produziram o texto mais insipiente de quantos têm inquinado a imprensa quando esta abre espaço gratuito à obscuridade.

Leia no Blogstraquis o assombroso arrazoado publicado na Folha de S. Paulo em plena sexta-feira da paixão.

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Texto bonito

Derradeira frase do considerado José Sarney na Folha de S. Paulo da sexta, 21/3:

E aqui vai o meu sermão com o mesmo Deus da minha infância, da minha juventude, da minha maturidade, da minha velhice, que um dia me cobrará: ´José, onde estão tuas mãos que eu enchi de estrelas?´.

Janistraquis, que é meio refratário aos sentimentos religiosos, comentou com o colunista, que é filho de Maria:

´Considerado, com fé ou sem fé, ninguém pode negar beleza à frase de Sarney.`

É verdade; o escritor acerta quando sustém o coração e assim ocorre com o verbo do senador, aquele que veio de longe com seu balde de juçaras.

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Vingança

Pergunta da Folha de S. Paulo na seção Tendências/Debates:

O Brasil deveria agir de maneira recíproca no caso dos brasileiros barrados na Europa?

Cezar Britto, presidente nacional da OAB, respondeu SIM no artigo intitulado Reciprocidade não é vingança. Janistraquis leu, gostou, porém considerou o título algo rebarbativo:

´É claro que reciprocidade não é vingança; seria vingança se não fosse reciprocidade, ou seja, você é barrado no aeroporto de Barajas, volta ao Brasil, deixa passar um tempo, viaja de novo com uma navalha escondida na meia e degola o fiscal.`

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Nei Duclós

Leia no Blogstraquis a íntegra de Cerro, poema cujo excerto encima esta coluna. O poeta vagueia pelas campanhas e colhe as emoções que sempre desabrocham.

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Era tudo mentira

Deu no UOL Diversão e Arte:

CASO DE FALSA AUTOBIOGRAFIA AGITA UNIVERSO LITERÁRIO DOS EUA

Janistraquis adorou a expressão falsa autobiografia:

´Considerado, as autobiografias ´verdadeiras` já contêm, invariavelmente, balaios e balaios de ficção; já pensou o que uma falsa é capaz de contar?´

É mesmo, trata-se de um caçuá de mentiras que não tem tamanho!!!

A escritora Margaret B. Jones, cujo nome é Margaret Seltzer(*), inventou a história dramática da mãe solteira de 33 anos, com uma filha de 8, que sobreviveu num bairro de Los Angeles, marcado pela presença de gangues organizadas e drogas.

(*) Janistraquis descobriu que ela também não inventou o Alka-Seltzer.

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Nota dez

O considerado Mauro Santayana escreveu no Jornal do Brasil:

Oficiais da reserva das Forças Armadas, intelectuais, empresários e embaixadores estão ensinando estratégia militar a executivos brasileiros (Gazeta Mercantil, 11 de março). Ao mesmo tempo, ex-integrantes do Bope ensinam estratégia e táticas de assalto a outros executivos de grandes empresas. Nesse caso, o símbolo da doutrina é a caveira das SS de Himmler.

(…) Os executivos são instigados à agressão, como os contingentes da Polícia Militar são convocados para escalar as favelas, com seus gritos de guerra e o caveirão. Querem os patrões que ajam da mesma forma com que atuavam os esquadrões de execução de Himmler ao eliminar judeus, ciganos, comunistas, democratas ¬ e rivais na competição interna pelo poder.

Leia no Blogstraquis a íntegra deste artigo que revela aspecto curioso e assustador da barra pesadíssima que assola o país.

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Errei, sim!

´RABO DE CERA — Nesses tempos bloqueados, o único instante de contentamento no lamentável dia-a-dia de Janistraquis saiu na Folha. ´Considerado, a Folha cansou do nariz e criou o rabo de cera!´, exultou o, digamos, contribuinte. Intrigado, pedi explicações.

O tal rabo encontrava-se preso à matéria intitulada Secretaria diz como comprar ovo de Páscoa. Dada a relevância do assunto, o vibrante matutino reservou generoso espaço que o redator foi preenchendo como pôde. Ao final dessa penitência, quiçá acuado entre sua própria perplexidade e os urros do secretário de redação, nosso herói mostrou o rabo:

´( …) Os ovos devem ser levados para casa com cuidado e sem muitos rodeios, porque poderá (sic) quebrar, derreter ou se deformar. Em casa, guarde-o em lugar fresco e, depois de aberto, só o embrulhe com o próprio papel se ele for metalizado. Isso porque, segundo a Secretaria, alguns celofanes…´etc., etc., e

seguiu o texto a balouçar-se e derreter-se. Estava criado o rabo de cera.´

(maio de 1990)

( N. da R.: os ´Tempos bloqueados` foram aqueles do Plano Collor.)

Colaborem com a coluna, que é atualizada às quintas-feiras: Caixa Postal 067 – CEP 12530-970, Cunha (SP), ou japi.coluna@gmail.com.

(*) Paraibano, 65 anos de idade e 46 de profissão, é jornalista, escritor e torcedor do Vasco. Trabalhou, entre outros, no Correio de Minas, Última Hora, Jornal do Brasil, Pais&Filhos, Jornal da Tarde, Istoé, Veja, Placar, Elle. E foi editor-chefe do Fantástico. Criou os prêmios Líbero Badaró e Claudio Abramo. Também escreveu nove livros (dos quais três romances) e o mais recente é a seleção de crônicas intitulada ´Carta a Uma Paixão Definitiva´.’

MERCADO
Eduardo Ribeiro

IstoÉ reabre temporada de contratações, 26/3

‘Ricardo Boechat aceitou convite do diretor Editorial Carlos Marques, de IstoÉ, e a partir da edição que chega às bancas no próximo final de semana assinará uma coluna de duas páginas, no miolo de A Semana, com o nome de Coluna do Boechat. Ele chega à revista sem prejuízo de suas atividades na Band (tevê e rádio) e com o apoio de dois profissionais, que o ajudarão na apuração.

Esta talvez seja a contratação de maior visibilidade da revista, mas não foi a única. Aliás, longe disso. A revista reforçou as equipes de Rio de Janeiro e Brasília e, além disso, montou um belo time de articulistas que vai se revezar a cada semana ocupando o nobre espaço da última página. Não deixa de ser uma notícia auspiciosa, sobretudo em função de tudo o que aconteceu com a Editora Três, que esteve à beira da falência e que agora ensaia os passos de uma ampla recuperação.

Em Brasília, IstoÉ acertou a volta de Mino Pedrosa, profissional que deu a ela um dos maiores furos do jornalismo brasileiro, a história de Eriberto França, motorista de Collor, que foi decisiva para o processo de impeachment do ex-presidente. Mino retorna como editor especial. Ao todo, foram três passagens pela publicação. Como ele mesmo diz: ´Nunca cheguei a sair de lá. A revista é minha casa´. Mino começou em IstoÉ em 1990. Em 1994, saiu para montar a empresa Free Press, em Brasília, junto com Augusto Fonseca, que acabou se mudando para São Paulo e desfazendo a parceria. Nesse mesmo ano, trabalhou na campanha de Fernando Henrique Cardoso. Retornou à revista em 1997, quando dirigiu a sucursal no Rio. Saiu novamente, desta vez para integrar a equipe que fundou o site Quid Novi, ao lado, entre outros, de Tales Faria, Luís Costa Pinto e Maurício Nogueira. Ele diz estar apenas afastado temporariamente do site, no qual pretende atuar como colaborador. Permanecerá morando no Rio, e trabalhará em Brasília de 2ª a 5ª.feira.

Também a sucursal Rio de IstoÉ tem gente nova. Reduzida em função dos cortes feitos pela empresa no auge da crise, a equipe comandada por Eliane Lobato ganhou três reforços: o experiente e premiado Renato Garcia, que foi de O Globo e do Jornal do Brasil, Renata Cabral e Adriana Prado, todos contratados como repórteres.

Outra novidade de IstoÉ é o artigo/crônica da última página, que passa a se chamar Última Palavra e será assinado alternadamente por quatro convidados: o jornalista Marcos Sá Correia, o economista José Márcio Camargo (um dos principais inspiradores do programa Bolsa Família), o ator e diretor Miguel Falabella e o músico Zeca Baleiro.

IstoÉ Dinheiro – Outro título da Três que ganhou reforços foi IstoÉ Dinheiro, numa prova concreta de que a empresa volta a ter fôlego para contratar e para manter seus pagamentos (inclusive de salários) em dia.

Comandada por Luiz Fernando Sá, a publicação acaba de ganhar dois reforços: Amauri Segalla, contratado como editor especial, e Ricardo Osman, que chega como repórter de Negócios, na editoria que tem como titular Joaquim Castanheira.

Amauri estava em Época, após ter também atuado por um período em Época Negócios. Passou ainda vários anos na Abril, ali atuando pelas redações de Veja e Exame. Ricardo, que está em sua segunda passagem em Dinheiro, esteve por seis anos em Pequenas Empresas Grandes Negócios e foi também do Estadão.

Há outras contratações em vista, todas elas para repor vagas ceifadas durante o período de graves dificuldades vividos pela empresa de Domingo Alzugaray, hoje tocada operacionalmente pelo filho, Caco Alzugaray. Fontes deste J&Cia informaram que tem sido constante o assédio dos títulos da Três a publicações concorrentes, como Veja e Época. Ou seja, vem mais novidades por aí. E por aqui a gente fica na torcida de que a empresa volte aos bons tempos e resgate a credibilidade tão abalada nos últimos tempos.

(*) É jornalista profissional formado pela Fundação Armando Álvares Penteado e co-autor de inúmeros projetos editoriais focados no jornalismo e na comunicação corporativa, entre eles o livro-guia ´Fontes de Informação` e o livro ´Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia´. Integra o Conselho Fiscal da Abracom – Associação Brasileira das Agências de Comunicação e é também colunista do jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, além de dirigir e editar o informativo Jornalistas&Cia, da M&A Editora. É também diretor da Mega Brasil Comunicação, empresa responsável pela organização do Congresso Brasileiro de Jornalismo Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Públicas.’

BASTIDORES
Carlos Chaparro

Relações de poder entre fontes e jornalistas, 24/3

‘O XIS DA QUESTÃO – Se aos leitores, telespectadores e ouvintes de rádio fossem revelados os antecedentes e os bastidores da notícia, os cidadãos para quem os jornalistas escrevem e falam ficariam mais aptos para a relação crítica com o jornalismo. E descobririam que o jornalismo de hoje é marcado pelo poder competente das fontes – algo que jornais e jornalistas se empenham em esconder dos seus públicos.

1. Bastidores inacessíveis

Ainda não renunciei à velha crença pessoal de que seria bom para os leitores, telespectadores e os ouvintes de rádio que a eles fossem revelados os bastidores das notícias, reportagens e entrevistas mais importantes. Assim como seria também interessante para eles conhecer os caminhos percorridos pelas idéias e ações que resultam em editoriais exemplares. Acredito, até, que a realização da utopia seria uma coisa boa também para o jornalismo.

Afinal, que mal aconteceria ao mundo e ao jornalismo se as matérias de maior contundência social ou cultural tivessem, em sua estrutura, um espaço reservado à informação dos respectivos antecedentes?

Que prejuízo haveria para o mundo e para o jornalismo se ao cidadão destinatário da narração e da argumentação jornalística fossem revelados os bastidores da notícia? – para que, além das informações sobre os fatos, ele soubesse também coisas como a origem das pautas, a existência e a importância de protagonistas do ´off´, as negociações e entendimentos com fontes, as pressões eventualmente recebidas das áreas de marketing (externas e internas), a influência das amizades e dos pequenos interesses no pensar e no fazer dos texto jornalístico.

E que bom seria se as pessoas para quem os jornalistas escrevem descobrissem, também, o peso que tem numa boa matéria a ousadia criativa de bons pauteiros, repórteres, editores e editorialistas.

Se a utopia se realizasse, além de mais bem informados, os cidadãos para quem os jornalistas escrevem ficariam mais aptos para a relação crítica com o jornalismo e a atualidade que o jornalismo relata e comenta. E descobririam que o jornalismo de hoje é marcado pelo poder competente das fontes – algo que jornais e jornalistas se empenham em esconder dos seus públicos.

Há até manuais de redação que recomendam um quase ódio às fontes, identificando-as como entidades suspeitas. Como se, nesta ou em qualquer outra época alguém consiga ou tenha conseguido fazer jornalismo sem fontes, especialmente depois que, nos séculos 19 e 20, a notícia, a reportagem e a entrevista passaram a ser as formas nobres e eficazes da narração jornalística.

2. Senhores da Agenda

Fiz recentemente, em evento da Abracom, palestra sobre o poder das fontes – assunto frequente nesta coluna, mas que está na hora de voltar a abordar, com novos aportes conceituais. Se nada acontecer que justifique mudanças na agenda, está aí, já escolhido, o tema da próxima semana.

Como introdução, além do já escrito acima, conto o resultado de uma pequena e rápida desconstrução que fiz das capas da Folha de S. Paulo de hoje (segunda-feira) e de ontem (domingo).

O resultado foi este: com exceção da magnífica entrevista feita com Gay Talese na edição desta segunda-feira (pág. A14), todas, TODAS as notícias que por sua importância conquistaram chamadas na primeira página tiveram por trás ações competentes de fontes organizadas.

Mesmo a entrevista com Talese, que aos leitores se sugere ter sido uma iniciativa da pauta da Folha, pode perfeitamente ter nascido nos mecanismos ligados ao próprio jornalista e escritor americano. Trata-se de um cidadão planetário, protagonista notável nas artes do escrever, portanto, um sujeito social com espaço próprio no mundo de compra e venda de idéias, textos e imagens. Talese é um formidável criador de conteúdos de interesse universal. E se assim é, não constitui ousadia pensar que tem à sua disposição boas assessorias de imprensa (dele e da sua editora) atuando no espaço internacional do jornalismo.

Nada de mal existe nisso. E esse é um mundo novo sem retorno aos modelos do passado, mesmo do passado recente. Um mundo falante de sujeitos sociais organizados, capazes de formular e socializar os próprios discursos.

Digo mais: ao contrário do que se pensa por aí, este mundo falante não enfraquece o jornalismo. Ao contrário, fortalece-o – como linguagem, processo e espaço público. Mas nos cria problemas novos, o principal deles, esse tão evidente e evidenciado poder das fontes, que não se trata de um poder retórico ou um poder possível, mas um poder deliberada e efetivamente exercido.

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Ficam aí essas idéias preliminares, para eventuais pensatas. E a elas agrego uma reflexão, também preliminar, aplicável ao poder das fontes:

– O Poder exercido pode ir da capacidade de agir e interagir, até a capacidade de determinar o comportamento dos outros. É, portanto, uma relação de forças em que os modos de exercício podem ir da persuasão à manipulação, da ameaça à recompensa, do castigo à chantagem. E, na democracia, da força do voto à força da lei.

Na lógica de poder que organiza as relações entre fontes e jornalistas, as coisas não são diferentes.

(*) Manuel Carlos Chaparro é doutor em Ciências da Comunicação e professor livre-docente (aposentado) do Departamento de Jornalismo e Editoração, na Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo, onde continua a orientar teses. É também jornalista, desde 1957. Com trabalhos individuais de reportagem, foi quatro vezes distinguido no Prêmio Esso de Jornalismo. No percurso acadêmico, dedicou-se ao estudo do discurso jornalístico, em projetos de pesquisa sobre gêneros jornalísticos, teoria do acontecimento e ação das fontes. Tem quatro livros publicados, sobre jornalismo. E um livro-reportagem, lançado em 2006 pela Hucitec. Foi presidente da Intercom, entre 1989-1991. É conselheiro da ABI em São Paulo e membro do Conselho de Ética da Abracom.’

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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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