Deborah Howell comentou, em sua coluna de domingo [4/11/07], a morte do comandante Charles Riechers, da Força Aérea dos EUA, aparentemente por suicídio. Duas semanas antes de sua morte, no dia 14/10, o Post havia divulgado que ele teve um emprego fictício, tendo recebido durante dois meses, em 2006, salários para um fornecedor do Pentágono, enquanto esperava ser nomeado para o serviço de compras da Força Aérea – um cargo político. No dia 17/10, a Força Aérea reclamou com a ombudsman sobre as matérias envolvendo Riechers. Segundo Deborah, notícias de suicídio são uma tragédia para a família, mas também um pesadelo para jornalistas.
A matéria na qual o repórter Robert O’Harrow Jr. acusou o oficial de ter mantido um emprego fictício fazia parte de uma série investigativa do Post sobre o complexo sistema de contratos do governo. No entanto, o coronel Edward W. Thomas, porta-voz da Força Aérea, classificou o artigo como ‘altamente manipulador’. Segundo ele, o acordo com Riechers era uma ‘prática comum no governo federal’. ‘Estávamos trabalhando para manter um indivíduo qualificado com credenciais impecáveis no governo’, alegou o coronel, acrescentando que detalhes importantes do trabalho de Riechers foram informados a O’Harrow, mas não constavam no artigo. A Força Aérea pediu à empresa para contratar o oficial por dois meses. William Davidson, responsável pelo contrato, disse que o acordo, além de legal, era ético, pois Riechers tinha a tarefa de ser apenas um consultor técnico.
Deborah consultou especialistas no assunto, que informaram que este tipo de contrato é usado para manter o vínculo com o governo até que a pessoa seja indicada para algum cargo. Alguns especialistas consideraram o acordo de Riechers questionável; para outros, o artigo pecou ao não fornecer dados para contextualizar melhor o caso. Segundo Deborah, o artigo não era impreciso, mas sim incompleto – era importante informar mais sobre estes contratos, se eles são comuns ou não, e o que exatamente Riechers fazia para a empresa.