Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas. ************ O Estado de S. Paulo Terça-feira,17 de novembro de 2009 MADE IN BRAZIL Conteúdo nacional na web mobiliza ANJ e Abert ‘A Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgaram nota em que reiteram a exigência de que a produção de conteúdo jornalístico para a internet seja feita apenas por empresas sob o controle de brasileiros. Segundo as entidades, a Constituição está sendo desrespeitada por empresas estrangeiras que atuam no Brasil e veiculam notícias em portais. ‘Nossos direitos constitucionais, mais precisamente o artigo 222, asseguram que, qualquer que seja o meio de exercício de atividade empresarial com finalidades jornalísticas, devem ser obedecidas regras de propriedade e gestão editorial por brasileiros.’ Essa posição já havia sido manifestada em debate na Câmara dos Deputados. ‘Há dois princípios dos quais a sociedade brasileira não pode, em qualquer hipótese, abrir mão: primeiro, a liberdade de expressão, pela qual tanto lutamos e vamos continuar a lutar, por ser, acima de tudo, um direito da sociedade, antes de ser dos meios de comunicação. Segundo, a preservação da produção do conteúdo nacional sob a orientação de brasileiros’, afirma a nota.’ LIBERDADE DE IMPRENSA Moacir Assunção ‘Censura é um enorme desserviço à sociedade’ ‘O desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo José Renato Nalini, considera a censura ao Estado, decretada pelo TJ do Distrito Federal em 31 de julho, ‘um enorme desserviço à sociedade’, além de retrocesso da ordem democrática. ‘Como poderemos garantir que a população em geral vai exercer o seu protagonismo, se ela não puder se informar do que está acontecendo?’, argumentou Nalini, autor de vários livros na área de direito e presidente da Academia Paulista de Letras (APL). Ele ponderou que os governantes gostariam de não sofrer fiscalização, mas essa é uma condição essencial da existência da democracia. O fato de um tribunal, portanto um órgão do Poder Judiciário, ter decretado a censura demonstra para o escritor que há problemas no aprendizado jurídico no País. ‘Sofremos de um anacronismo na formação que faz com que os juízes se enxerguem como representantes de um poder soberano estatal e não servidores públicos, portanto da sociedade’, afirmou. Os membros do Judiciário, lembrou Nalini, são os guardiães da Constituição e devem balizar suas ações pelo respeito irrestrito às normas constitucionais, totalmente contrárias à mordaça e às manifestações do poder absoluto. ‘Uma decisão como esta da mordaça nos causa perplexidade. Alguém que faça isso, me parece, se sente imbuído do direito divino do monarca, como se não pudesse ser criticado. O governo não pode ser imune à fiscalização’, ressaltou. Em sua opinião, pedidos de censura de veículos de comunicação poderiam até partir de governantes em início de governo, mas jamais ser acolhidos por juízes. Estes, em sua visão, devem perceber que a Constituição representa uma espécie de pacto entre a sociedade e os Poderes constituídos, de forma que o poder constituinte é superior ao Estado e ao governo de plantão. ‘Os juízes são os guardiães da Constituição, mas não são os únicos e privilegiados leitores dela; que deve ser lida e observada por todos’, afirmou. Nesse prisma, a censura, em sua opinião, se configura como uma espécie de aberração legal nos dias de hoje. ‘Esta é uma leitura tacanha das leis. Tanto se fala de transparência, mas esta só tem valor quando é a favor?’, questionou Nalini. SUPREMO No entanto, para ele, com o que concordam vários especialistas da área jurídica, a mordaça cairá tão logo seja submetida à apreciação do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Nalini, vários membros e decisões do Supremo têm demonstrado o repúdio do tribunal à mordaça.’Em boa hora, o STF, por seus membros, tem dito que a censura foi banida no espírito da Constituição de 1988.’ Liminar do Tribunal de Justiça do DF em ação movida por Fernando Sarney proíbe o jornal de publicar dados sobre a investigação da PF acerca de negócios do empresário, evitando assim que o ‘Estado’ divulgue reportagens já apuradas sobre o caso’ Fausto Macedo Juiz proíbe blogs de opinar sobre deputado sob suspeita ‘A Justiça proibiu dois blogs de Cuiabá – Prosa e Política, da economista Adriana Vandoni, e Página do E, de Enock Cavalcanti – de emitirem ‘opiniões pessoais’ sobre o deputado José Riva (PP), presidente da Assembléia Legislativa do Mato Grosso e alvo de quase uma centena de ações judiciais movidas pelo Ministério Público por supostos atos de improbidade. Em decisão do dia 10, o juiz Pedro Sakamoto, da 13ª Vara Cível, acolheu pedido de liminar em ação de indenização por danos movida por Riva, ‘conhecida personalidade pública do Estado’. Os blogueiros devem se abster ‘de emitir opiniões pessoais pelas quais atribuam àquele (deputado) a prática de crime, sem que haja decisão judicial com trânsito em julgado que confirme a acusação, sob pena de multa de R$ 1.000,00 por ato de desrespeito a esta decisão e posterior ordem de exclusão da notícia ou opinião’. ‘Em algumas matérias os réus extrapolaram o direito de informação e agrediram a dignidade do autor por meio de afirmação indevida da prática de crimes sobre os quais ainda não há decisão judicial irrecorrível’, asseverou o juiz. ‘Estou convicto de que a mantença dessas matérias jornalísticas em site da internet resultará em prejuízo à imagem do autor uma vez que este está sendo tachado de criminoso antes mesmo da existência de sentença com trânsito em julgado.’ ‘Não será esta concessão de liminar que me acovardará ou intimidará’, reagiu Adriana em seu blog (www.prosaepolitica.com.br). A censura provocou manifestações de solidariedade a Adriana até no Senado. ‘Fatos como esse, bem como a censura ao Estadão no caso da família Sarney, só demonstram que temos que caminhar muito para que tenhamos uma democracia não só formal, mas sobretudo material’, alerta o procurador da República Pedro Taques. ‘A decisão viola princípios constitucionais. A responsabilização não pode ser prévia, notadamente tendo em conta fatos narrados em peças judiciais e do Ministério Público.’ ‘Todo excesso deve ser combatido’, declarou o deputado. ‘A notícia pode ser publicada, mas dentro do limite da notícia. Não tenho condenação com trânsito em julgado. Em que pese os processos, ela (Adriana) não tem direito de emitir opiniões jocosas e agressivas contra a minha pessoa. Fiz o que devia fazer para acabar com exageros. Ser questionado na Justiça tudo bem, mas não é justo que a imprensa condene você.’’ OBAMA NA CHINA Cláudia Trevisan Discurso de Obama pela liberdade de expressão sofre censura na China ‘No seu primeiro dia de visita à China, o presidente americano, Barack Obama, fez em Xangai uma apaixonada defesa da liberdade de informação e de outros valores centrais dos EUA que considera universais, como participação política, liberdade religiosa e respeito às minorias. O discurso, porém, não foi transmitido pela TV nacional chinesa. Alguns trechos provocativos sobre a importância da liberdade na internet foram colocados nos sites de notícias chineses num primeiro momento, mas logo foram retirados. Além disso, o governo chinês fez uma pré-seleção dos estudantes que ouviram Obama. O discurso foi feito em uma universidade e depois os alunos puderam fazer perguntas. No entanto, as questões quase sempre refletiram o ponto de vista oficial. A única exceção foi a pergunta lida pelo embaixador dos EUA na China, Jon Huntsman, escolhida entre as que foram enviadas ao site da missão americana em Pequim. Segundo o jornal The Washington Post, a grande maioria dos estudantes presentes era membro do Partido Comunista. Ainda assim, funcionários do governo dos EUA disseram-se satisfeitos. ‘Entendemos que há limites’, disse o assessor da Casa Branca David Axelrod. ‘Obama teve a chance de dar suas respostas a uma audiência grande na TV local e na internet. Isso fez o evento valer a pena’, completou, numa referência a uma TV de Xangai e ao site QQ (com uma média de 43 milhões de acessos), que transmitiram o evento ao vivo. A China censura a imprensa e a internet, restringe a atividade religiosa, tem um Judiciário submetido aos interesses do Partido Comunista e é criticada por sua ação no Tibete e em Xinjiang, províncias habitadas por etnias minoritárias. Mas o tema que mereceu a maior parte da atenção de Obama foi a censura na internet. O presidente defendeu o acesso irrestrito à rede – até mesmo a sites como o Twitter, bloqueado na China, da mesma forma como o Facebook e o YouTube. ‘Quanto mais livremente a informação flui, mais forte as sociedades se tornam, porque os cidadãos dos países ao redor do mundo podem fiscalizar seus governantes. Eles podem pensar por si próprios. Isso estimula a criatividade’, disse Obama. A China tem o maior número de internautas do mundo – 350 milhões – e usa um sofisticado sistema chamado de ‘grande muralha de fogo’ para bloquear o acesso a milhares de sites de conteúdo considerado ‘sensível’ pelos censores de Pequim. As páginas mais censuradas são as que criticam a situação dos direitos humanos no país, defendem a independência de Taiwan ou do Tibete, propõem reformas políticas ou fazem menção a grupos religiosos banidos na China. O encontro de uma hora com 400 estudantes universitários foi intensamente negociado entre as autoridades chinesas e americanas. A agência oficial de notícias Nova China supostamente mostraria o evento ‘ao vivo’, mas apresentou apenas as transcrições do que foi dito. Obama foi cauteloso em suas afirmações e fez várias referências à necessidade de se respeitar as diferenças culturais e históricas entre os países. Mas ressaltou que considera certos direitos individuais universais. ‘Nós não buscamos impor nosso sistema de governo, mas não acreditamos que os princípios que defendemos são exclusivos de nossa nação’, disse. ‘A liberdade de expressão e religiosa, o acesso à informação e a participação política, nós acreditamos que são direitos universais, que deveriam estar acessíveis a todas as pessoas, incluindo minorias étnicas e religiosas – nos EUA, na China ou em qualquer outra nação.’ O líder americano respondeu a oito perguntas. A mais crítica aos EUA foi feita por um internauta de Taiwan que vive na China e se dizia preocupado com a possibilidade de Washington continuar a vender armas para a ilha. Obama disse que não modificará a política de ‘uma só China’ e se declarou satisfeito com a redução da tensão entre os dois lados do Estreito de Taiwan, impulsionada pelo fortalecimento do comércio e dos investimentos, além da eleição, em 2008, de um presidente taiwanês que não defende abertamente a independência da ilha. A questão da venda de armas ficou sem resposta. Obama reúne-se hoje pela manhã com o presidente Hu Jintao em Pequim. Originalmente prevista nos anúncios do próprio governo chinês, a entrevista coletiva dos dois presidentes foi transformada numa declaração conjunta, durante a qual não serão permitidas perguntas dos jornalistas.’ TELEVISÃO Gerusa Marques TV paga poderá ter 25% de publicidade ‘Os canais de TV por assinatura terão o mesmo tempo de publicidade que a TV aberta. Ou seja, 25% da programação serão ocupados com a veiculação de comerciais. A ampliação do limite está prevista na versão mais recente, apresentada ontem, do substitutivo do deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE) ao projeto de lei 29/2007, que traça novas regras para o setor de TV paga. Depois de quase três anos de tramitação na Câmara, o projeto alcançou um consenso, na opinião de Lustosa, e deverá discutido amanhã na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara. Ele acredita que, para dar tempo aos deputados de conhecerem o novo texto, a votação deverá ocorrer na quarta-feira da próxima semana. Alguns pontos específicos, porém, devem ser destacados para serem votados separadamente. ‘De todo mundo com quem eu conversei, não vi nenhuma intenção de inviabilizar a votação. Mas existem pontos que vão a voto’, afirmou o deputado, que diz ter se reunido com programadores, empresas de produção de conteúdo, produtores independentes e empresas de telecomunicações. A proposta aprovada em setembro na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara previa limite de 12,5% para a publicidade. Em seu substitutivo original, Lustosa dizia que o limite para os comerciais deveria ser inferior ao da TV aberta, mas não definia porcentual. Hoje, não há limite definido. Nos canais de seriados, a publicidade é também em torno de 25%, mas há canais de filmes que não admitem intervalos, reduzindo o espaço publicitário. Ele explicou que os programadores argumentaram que o sistema de cotas, também previsto no projeto, iria aumentar os custos e que a ampliação do tempo da publicidade serviria para aumentar a receita e equilibrar as contas. No substitutivo, Lustosa diz que decidiu acatar emendas que propunham um aumento do tempo de publicidade, porque a fixação de um limite inferior poderia resultar em um aumento dos preços dos serviços para o consumidor. Ele explica que as receitas do setor não vêm apenas da assinatura cobrada dos usuários, mas da venda de espaço publicitário. ‘Caso haja redução das receitas de publicidade, é possível que haja uma majoração dos preços cobrados pelos serviços.’ O substitutivo original recebeu 103 emendas, mas poucos pontos foram alterados. Outro item modificado foi a exigência da oferta de um segundo canal de jornalismo em um mesmo pacote. Agora, esta oferta será feita de maneira avulsa, sob demanda do cliente. Segundo Lustosa, o segundo canal poderia encarecer o pacote. Foi mantida, no substitutivo, a possibilidade de 100% de participação das empresas de telefonia na distribuição da TV por assinatura, eliminando as restrições previstas hoje no segmento de TV a cabo. Também foi preservado o limite de 30% para a participação de capital estrangeiro nas empresas de produção de conteúdo, porcentual que vale atualmente para jornais e emissoras de rádio e televisão aberta. Pelo sistema de cotas proposto, os programas brasileiros deverão ocupar pelo menos três horas e meia da programação semanal veiculada no horário nobre dos chamados canais de ‘espaço qualificado’, como filmes, seriados e documentários. Metade dessa programação nacional deve ser feita por produtora independente, desvinculada de grandes grupos de comunicação.’ Keila Jimenez Globo perde 25% ‘A Globo foi a maior afetada pela estreia da segunda edição de A Fazenda, anteontem, na Record. De todas as emissoras, a rede foi a que mais perdeu audiência no horário: 25% de seu público. Segundo medição do Ibope na Grande São Paulo, durante o embate, A Fazenda registrou média de 18 pontos, ante 13 pontos da Globo. No confronto entre o reality e o Fantástico, a surra foi menor: 19 pontos para a Record, ante 15 da revista da Globo (que alcançou 20 no domingo anterior). Já diante do Domingo Maior, A Fazenda registrou média de 18 pontos, ante 13 registrados pelo filme Piratas do Caribe. SBT e RedeTV! foram as menos afetadas pela volta do confinamento da Record. A média da emissora de Silvio Santos no horário se manteve na casa dos 8 pontos. No embate direto com A Fazenda 2, o Pânico na TV!, da Rede TV! manteve média de 10 pontos, ante 19 da Record. Quem perdeu também com a estreia do reality show foi Gugu. Apesar da audiência de sua atração ter se mantido a mesma no horário -12 pontos – por conta da A Fazenda 2, o Programa do Gugu perdeu quase uma hora, indo ao ar na Record das 19h30 às 22h23.’ CINEMA Luiz Zanin Oricchio Pré-estreia de Lula incendeia Brasília ‘Com a pré-estreia do aguardado e já polêmico Lula, o Filho do Brasil, de Fábio Barreto, o primeiro dia do Festival de Brasília será de arromba. A cinebiografia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inspirada no livro de Denise Paraná, será exibido hoje à noite no Teatro Nacional de Brasília com toda a pompa e alguma circunstância que uma obra desse tipo suscita. Todos os holofotes e atenções estarão sobre ele, pois se trata de um desses raros filmes sobre os quais um grande número de pessoas já tem opinião formada – seja contra ou a favor – mesmo antes de tê-lo visto. Lula, o filme, é um desses casos em que a avaliação estética terá de se medir com sua repercussão política, e vice-versa. Ninguém poderá escapar a essa dupla implicação, fruto do vínculo da obra com o personagem, ainda mais porque o lançamento comercial está marcado para o primeiro dia do ano eleitoral de 2010. O filme já foi exibido em particular para alguns formadores de opinião, mas esta será a primeira sessão pública para valer, em presença de convidados e jornalistas de todo o País. E também, supõe-se, de políticos, que verão como o atual presidente, que goza de um índice inédito de popularidade, será retratado na tela. Enfim, no mundo do cinema e da política não se falará de outra coisa, embora o produtor Luiz Carlos Barreto procure evitar o tom partidário ou o caráter chapa-branca da obra (Leia entrevista abaixo). Após essa abertura em tom maior, o desafio, para o festival, será manter o pique e o interesse. Como de hábito, Brasília, o mais antigo evento do gênero no País, traz um cardápio enxuto. São seis longas-metragens em sua mostra principal, na bitola de 35 mm. Todos inéditos, ponto de honra para o festival, que, mesmo diante de dificuldades, não dá mostras de transigir nesse ponto. Quem quiser concorrer em Brasília, pelo menos até agora, tem de guardar seu filme na gaveta e não ceder à sedução de outros concorrentes poderosos, como as mostras de São Paulo e do Rio, ou o Festival de Paulínia, que oferece altos prêmios em dinheiro. Assim, preservaram-se para Brasília os longas A Falta Que me Faz, de Marília Rocha (MG), É Proibido Fumar, de Anna Muylaert (SP), Filhos de João – Admirável Mundo Novo Baiano, de Henrique Dantas (BA), O Homem Mau Dorme Bem, de Geraldo Moraes (DF), e Quebradeiras, de Evaldo Mocarzel (SP). Com exceção dos filmes de Anna Muylaert e Geraldo Moraes, duas ficções, os outros concorrentes são documentários, ou parecem estabelecer uma interface entre a ficção, o ensaio poético e o documental. Esse veio, aliás, tem se mostrado fértil para o cinema brasileiro, como a obra recente de Eduardo Coutinho indica. Desse modo, pelo segundo ano consecutivo, Brasília tende ao documental, o que não é bom nem mau em princípio, mas apenas sintoma de que, na estrutura atual do calendário brasileiro de festivais, não existem filmes de ficção para abastecer a todos. Nem mesmo aquele que, em tese, é considerado o mais tradicional, sério e de peso cultural desse calendário. Até há poucos anos, os diretores e produtores se matavam para participar de Brasília. Hoje não é mais assim e outras vias de exibição – e competição – foram abertas. O desafio de Brasília para os próximos anos será manter a qualidade, o quesito de ineditismo e a data, quase no encerramento do ano. Há quem diga que para para fazer frente a todas essas exigências, Brasília não precisa de um diretor e sim de um malabarista.’ ************ Folha de S. Paulo Terça-feira,17 de novembro de 2009 CONFECOM Andreza Matais Governo quer marco para regular setor de comunicações ‘O governo federal compilou e encaminhou aos delegados da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, que será realizada no mês que vem em Brasília, pelo menos 59 propostas de mudanças no marco regulatório do setor. A Folha teve acesso às sugestões, encaminhadas por vários ministérios. Em geral, elas fortalecem os veículos estatais e públicos, incentivam a imprensa regional e criam mecanismos para fiscalizar o setor privado de rádio e TV. O pacote inclui a defesa de um ‘marco legal’ para o direito de resposta e indenização ‘a prejudicados por profissionais e empresas de mídia’. A maioria das medidas elencadas, no entanto, aparece de forma sumária e sem detalhamento. Autora da proposta, a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República) alega que a supressão da lei de imprensa neste ano pelo Judiciário deixou o setor ‘sem regulação específica’. A Secom, comandada por Franklin Martins, encaminhou à Confecom a ideia de criar ‘mecanismos menos onerosos de verificação de audiência e circulação’, o que ‘permitirá a jornais e rádios menores receber publicidade institucional ou de utilidade pública’. O ministério propõe, ainda, que o governo ‘crie mecanismos de compra de insumos básicos, como o papel-jornal, para os pequenos jornais, similares aos modelos disponíveis aos grandes’, ‘melhorando sua competitividade’. O pacote de propostas começou a ser submetido aos debates nos Estados que vão elaborar a agenda da Confecom. O documento final da conferência poderá servir de base para o governo definir um novo marco regulatório do setor. Todas as alterações, entretanto, dependem de aprovação pelo Congresso ou da assinatura de decretos pelo presidente. Marcada para ocorrer de 14 a 17 de dezembro, a Confecom é uma iniciativa do presidente Lula. Deve ser a última conferência monotemática de seu governo -já foram realizadas quase 60 de outros assuntos. Em agosto, as principais entidades representativas das empresas de mídia no Brasil anunciaram seu desligamento da conferência, por conta da possibilidade de aprovação de teses consideradas restritivas à liberdade de expressão e de livre associação empresarial. Ficaram a Telebrasil (Associação Brasileira de Telecomunicações) e a Abra (Associação Brasileira de Radiodifusão), que tem como sócios principais TV Bandeirantes e Rede TV!. Isso deixou o encontro composto em seu maioria por representantes do governo, organizações de trabalhadores e ONGs ligadas ao setor. Na área de radiodifusão (rádio e TV), a proposta do governo prevê garantias de que a distribuição de outorgas em tecnologia digital seja equitativa entre os sistemas público, privado e estatal. O aumento da oferta de canais permitiria a ampliação da rede da TV Brasil, criada pelo atual governo. O governo também enxerga a oportunidade para criar os canais digitais de TV dos ministérios da Cultura, da Educação e das Comunicações, além de distribuir canais para sindicatos e movimentos sociais. A Secom também quer proibir ocupantes de cargos públicos de receber outorgas de rádio e TV. Hoje, há limitações para congressistas. A proposta fala ainda em regular ‘a prática de proselitismo religioso’ em rádio e TV, reforçar a fiscalização para coibir a venda de horário na grade de TVs e rádios e garantir investimento publicitário em canais comunitários. O Ministério da Cultura formalizou a defesa de uma política de ‘restrição à propriedade cruzada’ de veículos de comunicação e da obrigatoriedade das emissoras de TV de veicular programas produzidos por produtoras independentes.’ ‘Faz bem discutir comunicação’, afirma ministro ‘O ministro Franklin Martins afirmou que ‘faz bem discutir comunicação’ e que a Confecom será uma oportunidade para isso. ‘O mundo mudou. Há uma convergência de mídias.’ Segundo ele, ‘o governo até agora tratou a imprensa com um grau de liberdade como nunca antes na história deste país’. O secretário-executivo da Secom, Ottoni Fernandes, disse que boa parte das políticas defendidas já é praticada pelo governo e se irritou ao ser questionado sobre o conteúdo das propostas: ‘Como você obteve isso?’. E se queixou ao ser indagado se a Secom iria defender o fortalecimento da mídia regional e de TVs públicas. Sobre a proposta de criar mecanismos para a compra de papel-jornal pela imprensa regional, disse que o governo ‘quer estimular as entidades a comprar em conjunto o material’. A respeito do marco regulatório para o direito de resposta, afirmou ser uma ideia para discussão. Tereza Cruvinel, presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), disse que a distribuição equânime de concessões de rádio e TV já estava prevista na Constituição, no artigo 223. O Ministério da Cultura afirmou que a proposta de restringir a propriedade cruzada de veículos de comunicação visa ‘colocar em discussão uma política que incentiva o respeito a direitos básicos do cidadão’.’ CENSURA Juiz de MT proíbe opinião de blogueiros contra deputado ‘O juiz Pedro Sakamoto, da 13ª Vara Cível de Cuiabá, proibiu em liminar que os blogueiros Enock Cavalcanti e Adriana Vandoni emitam opiniões pessoais sobre denúncias movidas pela Promotoria contra José Riva (PP), presidente da Assembleia. Mandou ainda excluir textos considerados ‘ofensivos’. Se eles descumprirem a decisão, terão de pagar multa diária de R$ 1.000. Riva é réu em mais de cem ações por conta de um suposto esquema de desvio de R$ 80 milhões. A defesa dele nega as acusações e que tenha havido censura no caso.’ TODA MÍDIA Nelson de Sá Infra ‘Passados os tantos elogios, o ‘Financial Times’ foi ao Mato Grosso e publicou ontem a longa reportagem ‘Infraestrutura de transporte compromete boom das fazendas’, na tradução da BBC Brasil: ‘Muitos ao redor do mundo estão acompanhando o despontar do Brasil como superpotência agrícola. Mas analistas dizem que a produção está chegando ao seu limite e que o investimento necessário para o crescimento está ficando curto.’ Em seu programa na CNN, Fareed Zakaria citou o apagão para abordar os Jogos no Rio. ‘Não espero que o presidente Lula resolva todos os problemas antes de 2016’, mas, na tradução destacada pelo Globo Online, trata-se do ‘grande teste para o futuro’. Sobre infraestrutura e a gestão de Dilma Rousseff, na manchete da Folha Online à tarde, ‘Ministério afirma que curto-circuito causou blecaute’. À noite, sobre a gestão de José Serra, ‘Falta de viga pode ter causado acidente no Rodoanel’. ‘WORLD IN 2010’ Saiu a edição anual com previsões da ‘Economist’. Para o Ocidente, ‘pequenos avanços’. Para o Brasil, com a foto e o título ‘Depois de Lula’, arrisca que vai manter, ‘pela primeira vez na história, crescimento, inflação baixa e democracia’. Lula deve ser sucedido por Dilma ou Serra, tecnocratas: ‘Quem quer que vença, o país deve permanecer em mãos capazes após a eleição’ UM MILHÃO E SUBINDO Da manchete da Reuters Brasil à escalada do ‘Jornal Nacional’, ontem, o ‘recorde’ no emprego em outubro, amontoando um milhão de ‘vagas líquidas’ no ano de crise. E para o ano que vem, de eleição geral, o ministro do Trabalho ‘estima dois milhões’. ‘ANALFABETO’ Um irmão de Caetano Veloso anunciou anteontem, em jornal da Bahia, e ontem o portal Terra confirmou com a mãe do cantor, Dona Canô, 102. Ela vai tentar falar com Lula ‘que foi a imprensa que gosta de fazer alarde’ e ‘que eu não aprovei o que Caetano disse’ THC Com o título acima, a coluna Radar deu na ‘Veja’ que FHC ‘está se preparando para subir uma favela carioca’ para o documentário ‘Rompendo o Silêncio’, em sua ‘cruzada pela descriminalização da maconha’. A disputa com Lula agora vai ‘também às telas’. E as entrevistas prosseguem. FHC falou longamente ao espanhol ‘El País’, mas nada de atacar Lula, chegando até a afirmar que ambos dividem ‘o modelo social-democrata do Brasil’, alternativo ao de Hugo Chávez. ‘Que diferença há entre meu governo e o de Lula, no modelo econômico? Muito pouca. É basicamente social-democrata, quer dizer, respeito ao mercado, sabendo que o mercado não é tudo, e políticas sociais eficazes’. E TOME PCC O portal iG noticiou ontem que os ataques do PCC estão virando documentário de uma hora do Discovery Channel, a ser apresentado no final do mês. Na locução do trailer, com as imagens acima: ‘Maio de 2006. Uma guerra urbana que deixou um governo acuado. E transformou a maior cidade da América do Sul na capital do terror’ SERRA E O TWITTER Em entrevista ao mesmo iG, o líder democrata Cesar Maia elogia o tucano Aécio Neves e ‘compara José Serra a um caudilho’, por manter o PSDB à espera da eventual candidatura. E ironiza: ‘O que é o twitter dele? É uma tentativa de humanizá-lo’. OBAMA E O TWITTER Barack Obama fez encontro público em Xangai, típico da política americana. Sobre o Twitter, admitiu que nunca postou e que seu perfil com 2 milhões de seguidores é feito por assessores. No Twitter, destaque do Gawker, reações como ‘chocante’, ‘triste’.’ CHINA Raul Juste Lores Na China, Obama critica censura à internet ‘O presidente americano Barack Obama criticou a censura contra a internet na China em encontro ontem à tarde com 200 universitários em Xangai. No único evento aberto em sua visita de três dias, a primeira à China, ele disse não temer a ascensão do país asiático. ‘A China é bem-vinda como um membro forte e próspero na comunidade das nações’, disse. O governo americano queria mil estudantes na plateia e transmissão ao vivo para todo o país. Os membros da audiência mais enxuta foram escolhidos pelas autoridades chinesas, e as perguntas evitaram temas polêmicos. Vários jovens presentes, de terno e gravata, são membros da Liga da Juventude Comunista, braço do partido. O encontro foi transmitido apenas em Xangai, por um canal de televisão local, além do site da Casa Branca. Nele, Obama disse que ‘o fluxo livre de informação fortalece a sociedade’ e que ‘quanto mais ideias houver, mais dinâmica fica a sociedade, é uma fonte de força que deve ser encorajada’. ‘Defendo a abertura e sou contra a censura, o que é uma tradição nos EUA’, disse. A declaração ficou poucos minutos nos portais chineses, até ser substituída por declarações mais amenas. Centenas de blogs e sites como Facebook, Twitter e Youtube são bloqueados no país. Apesar de apresentado como uma tentativa de Obama de chegar à opinião pública chinesa, o evento frustrou quem esperava um debate franco sobre a relação bilateral. Na maior parte do tempo, os dois lados foram vagos. Estudantes perguntaram se ele levaria a família à Exposição Universal de Xangai, que acontece no ano que vem e o que ele estudou para se tornar um premiado com o Nobel da Paz. Ao abordar os direitos humanos, Obama falou de opressão feminina e respeito à infância, temas que passam ao largo das denúncias concretas de repressão contra budistas no Tibete e muçulmanos em Xinjiang e contra dissidentes políticos em todo o país. Dezenas de ativistas e religiosos estão em prisão domiciliar durante a visita do líder americano para evitar protestos. 100 mil estudantes Obama também anunciou que os EUA aumentarão para 100 mil o número de estudantes americanos na China para aprender o idioma e a cultura. ‘Os jovens são nossos melhores embaixadores’, afirmou ele, sem dizer se patrocinará um novo programa de bolsas. Atualmente, são 20 mil americanos estudando no país. À tarde, ele voou para Pequim, onde jantou com o presidente chinês, Hu Jintao. Hoje ele se encontra novamente com Hu e com o primeiro-ministro Wen Jiabao e deve discutir o desequilíbrio econômico entre as duas nações, sanções aos programas nucleares de Coreia do Norte e Irã -aliados chineses- e o combate ao aquecimento global. A China é o maior credor dos EUA, com US$ 1,4 trilhão em moeda e títulos do Tesouro americano. O comércio bilateral entre os dois países supera os US$ 400 bilhões por ano – a China tem superavit de US$ 275 bilhões com os americanos. Obama deve reclamar do câmbio artificial do yuan, a moeda chinesa, ‘congelada’ desde agosto do ano passado, o que distorce seu valor real no comércio exterior. Já os chineses acusam os americanos de protecionismo. Fragilizado por sua enorme dívida com a China, acredita-se que o presidente evitará críticas à situação de direitos humanos. À tarde, Obama visitará a Grande Muralha, a 70 km de Pequim.’ EUA Janaina Lage Sarah Palin lança livro em que faz críticas à mídia e à campanha de McCain ‘A ex-candidata republicana à Vice-Presidência americana Sarah Palin iniciou ontem uma longa campanha de lançamento de seu livro de memórias ‘Going rogue: an american life’ com uma entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, uma das maiores apoiadoras da campanha de Barack Obama. Na entrevista, Palin teceu críticas à campanha do candidato John McCain e disse que não está nos seus planos ‘neste momento’ uma candidatura à Presidência em 2012 -mas foi cuidadosa nas respostas e não descartou de todo a possibilidade. Palin afirmou que pretende se concentrar nas eleições para o Congresso em 2010, na qual os republicanos almejam ganhar espaço sobre os democratas. ‘Estou me concentrando em 2010 e tenho certeza de que vamos ter questões para tratar. Não sei o que estarei fazendo em 2012’, disse. Palin fez queixas sobre a interferência da candidatura em seu visual e da falta de estrutura para rebater acusações menores que poderiam ser facilmente desmentidas. Disse que o pior episódio da candidatura foi quando teve seus e-mails abertos, com a divulgação de mensagens para familiares. Entre as pequenas mentiras que diz que facilmente poderiam ter sido rebatidas, afirma que foi acusada de banir ‘Harry Potter’ na cidade onde foi prefeita antes mesmo do livro ter sido lançado. A imprensa é alvo de algumas das maiores críticas da ex-governadora do Alasca. Os comentários mais ácidos foram feitos em relação à jornalista Katie Couric, da CBS. A entrevista a Couric, na qual Palin não conseguiu citar nomes de jornais e revistas que lia regularmente, é considerada um dos maiores pontos da derrocada da candidatura republicana. Na entrevista, disse a Oprah que estava irritada com a jornalista e que tinha ficado ofendida com a pergunta. Afirmou ainda que tinha sido convidada para participar de uma entrevista leve, feminina. Palin acusa a campanha de McCain de não ter percebido o efeito devastador da entrevista. ‘A campanha disse: siga em frente. Você está mostrando sua independência.’ Com o livro, Palin ganhou um canal direto para se comunicar com a base de eleitores republicanos sem o filtro da mídia. Ela pretende fazer uma longa campanha de lançamento do livro, que inclui viagens e participação em outros programas de TV.’ TELEVISÃO Sílvia Corrêa ‘CQC’ grava especial na África do Sul ‘A Band aposta numa das maiores audiências da casa para iniciar os preparativos para a cobertura da Copa 2010 -que marcará a volta da emissora à transmissão do Mundial depois de 12 anos de afastamento. Os meninos do ‘CQC’ embarcam na quinta da semana que vem para a África do Sul. O objetivo é ‘apresentar o país aos brasileiros e ver como andam as obras na sede da Copa’. As gravações serão editadas num programa especial. Por isso, na segunda semana de dezembro, a Band exibirá duas edições do ‘CQC’. Uma será nos moldes tradicionais, na segunda-feira (dia 7). Outra, com as reportagens da África, irá ao ar na quinta-feira (dia 10). Em ambos os casos, às 22h15. ‘Eu vou levar o Rafael comigo para dar lições de futebol a ele. Dizer que são 11 de cada lado, que o de preto é o juiz. Porque, o Rafael, se você jogar a bola, ele pega com a mão’, diz o jornalista Felipe Andreoli, 29 anos, sobre o colega de viagem, o humorista Rafael Cortez. A dupla, dois produtores e dois cinegrafistas embarcam rumo a Johannesburgo e Cidade do Cabo, mas devem passar por outras das nove cidades que receberão os jogos da Copa. ‘Vou aos estádios ver a animação do país para receber as seleções e explorar a cultura local. O que a gente sempre quer é achar o curioso e eliminar os clichês’, diz Andreoli, que risca num mapa-múndi os países que visitou pelo ‘CQC’. Em um ano e meio, ele chegará agora a 15, em quatro continentes. GLOBO NA ROÇA A Record bateu a Globo na estreia de ‘A Fazenda’. O reality foi ao ar das 22h23 à 0h16. Nesse período, a Record teve 18 pontos de audiência na Grande São Paulo, contra 13 da Globo. Cada ponto equivale a 57 mil televisores ligados. A RedeTV!, com o ‘Pânico’, marcou oito. APESAR DO VERÃO Em final de ano, as emissoras sempre atribuem ao calor as quedas de audiência. Dessa vez, apesar do verão, a estreia da segunda temporada de ‘A Fazenda’ superou a da primeira -que foi no inverno, marcou média de 16 pontos e ficou atrás da Globo, que teve 23 pontos. FORA DO AR Alguns assinantes da Telefônica não viram a primeira prova do reality. A chuva interrompeu o sinal da Record. CLÁSSICOS NO AR ‘Por Toda a Minha Vida’ (Globo) deve ter um episódio clássico no ano que vem. O diretor Ricardo Waddington quer reconstituir a história da obra de Heitor Villa-Lobos. Waddington diz que, na Itália, o maestro passava os cabelos a ferro, para deixá-los mais lisos. CAZUZA INÉDITO O ‘Por Toda a Minha Vida’ volta ao ar nesta quinta, com Cazuza. Há fotos, vídeos e áudios inéditos. Num deles, Cazuza, Dé e Bebel estão compondo ‘Eu Preciso Dizer que te Amo’, na região serrana do Rio. RECICLAGEM ‘O Preço Certo’, que a Record estreou ontem com Juan Alba, ressuscita -com o mesmo nome- programa que o SBT exibiu na década de 80 com Christina Rocha.’ Lúcia Valentim Rodrigues Adolescente ganha família e lugar nas férias de ‘Gossip Girl’ ‘A série ‘Gossip Girl’ já tem uma substituta. Pelo menos temporária, para ocupar seu horário enquanto o seriado das fofocas teen está de férias. ‘Life Unexpected’ estreia no dia 18 de janeiro no CW, nos EUA. Quando os episódios inéditos de ‘Gossip Girl’ voltarem, em 8 de março, ‘Life Unexpected’ troca para a vaga de ‘One Tree Hill’. Termina em 12 de abril. A história gira em torno de Lux (Britt Robertson), uma garota de 16 anos que foi criada em diversos lares adotivos em Portland (Oregon), até que decide pedir sua emancipação. Durante o processo jurídico, acaba encontrando seus pais verdadeiros: o irresponsável Nick (Kristoffer Polaha), que tem um bar e parece ainda estar na puberdade, e a radialista Cate (Shiri Appleby), que namora com seu colega de trabalho. O juiz acaba considerando que Lux não está pronta para ser dona do próprio nariz e dá sua custódia para os pais, embora eles vivam separados. Para Liz Tigelaar, roteirista e produtora-executiva da série, não há pressão por substituir ‘Gossip Girl’. ‘Talvez um pouco porque o horário reflete a fé que estão colocando em nós. Não queremos estragar isso.’ Ela diz que a série vai cativar quem procura o drama de experiências reais, ‘de se sentir abandonado ou fora do lugar’. ‘É sobre amadurecimento. A diferença é que os dois adultos são os que têm de amadurecer, enquanto a filha adolescente acaba dando uma de mãe.’ Se depender do currículo da autora, que começou em ‘Dawson’s Creek’, o seriado vai ser bem na linha familiar, sem polêmica nem ‘ménage à trois’ -’ia ser difícil, já que os protagonistas são parentes’, brinca.’ CINEMA Ana Paula Sousa Pré-estreias de ‘Lula’ tentam criar clima emotivo ‘Certo de que os 1,4 mil lugares do cinema desenhado por Oscar Niemeyer serão poucos para a noite de hoje, o presidente do Festival de Cinema de Brasília, Fernando Adolfo, providenciou 300 cadeiras extras. Habituado ao público jovem que frequenta o evento, ele incluiu, na aritmética dos convites, o chão do Cine Brasília. ‘Os corredores são largos, dá para sentar.’ Os organizadores do Festival de Brasília nunca se sentiram tão prestigiados. ‘Sempre convidamos todo o corpo diplomático e os ministérios. Pela primeira vez, todos aceitaram o convite’, diz Adolfo. Pelas contas da organização, haverá, ao menos, 300 pessoas ligadas ao Palácio do Planalto na primeira exibição pública de ‘Lula, o Filho do Brasil’, superprodução dirigida por Fábio Barreto (‘O Quatrilho’). Os jornalistas credenciados quadruplicaram em relação a anos anteriores. Já a presença do presidente da República foi confirmada e desconfirmada uma dezena de vezes. A última informação é de que não irá, mas mandará a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. ‘A gente não tem a confirmação dele para nada. Ora dizem que vai, ora dizem que não vai’, diz a produtora Paula Barreto. O vai-não-vai se estende às exibições no teatro Guararapes, em Recife, nesta quinta-feira, e na Vera Cruz, em São Bernardo do Campo, no próximo dia 28. Fontes ligadas à produção confirmaram, porém, que a exibição em Pernambuco foi remanejada para se encaixar na agenda de Lula. O Estado natal do presidente é ponto estratégico no mapa do lançamento. O plano era fazer a exibição em Caetés, com a presença da família, mas, no país dos sem-tela, a opção mostrou-se complicada. ‘Era uma estrutura caríssima e, além disso, os órgãos antipirataria nos desaconselharam. Eles sugeriram que evitássemos exibições a céu aberto’, diz a produtora. Nos cafundós O triângulo de cidades foi desenhado para dar conta da política, da família e do sindicalismo, envolvendo o filme numa atmosfera emocional. ‘A partir de agora, o filme vai poder ser julgado pelo que é’, diz Bruno Wainer, responsável pela distribuição. ‘Todo mundo verá que é uma história forte e não tem nada a ver com política.’ Será esse também o tom da publicidade que tomará rádios, jornais e ruas em duas semanas. Em 26/12, começa a campanha de TV, tiro final para a estreia nacional, em 1º/1. Até lá, pré-estreias voltadas a sindicalistas e políticos devem correr outras capitais. ‘Queremos ajudar a divulgar a história de um trabalhador de sucesso para mostrar a importância da filiação aos sindicatos’, diz Wagner Freitas, dirigente da CUT, que organiza a venda de ingressos mais baratos para sindicatos. ‘Queremos chegar aonde o cinema geralmente não chega’, resume Paula Barreto. ‘Os dois cinemas de Garanhuns, por exemplo, nunca receberiam cópias na semana de estreia.’ Desta vez, receberão. Programas voltados à exibição de filmes em cidades órfãs de salas, como o Cine Tela Brasil e o Cine Magia, também foram mobilizados pelos produtores do candidato a blockbuster.’ ************