A rede de TV americana CBS foi à justiça pedir que o caso aberto pelo veterano jornalista Dan Rather contra ela não seja levado a julgamento. Rather, que entrou com a ação em setembro último, acusa a emissora de violar seu contrato ao lhe dar pouco trabalho depois que foi forçado a deixar o horário nobre dos noticiários em 2005, por causa do escândalo sobre o presidente George W. Bush no programa 60 Minutes.
Na ocasião, o programa especial fez um segmento afirmando que Bush teria tido tratamento diferenciado quando serviu na Guarda Nacional, na década de 70. A alegação tinha como base documentos atribuídos ao então chefe de Bush, o tenente-coronel Jerry Killian, já morto. Blogueiros começaram a questionar a veracidade dos documentos, o que levou a uma investigação sobre o programa. No fim, nem o âncora nem a emissora conseguiram provar que os papéis eram verdadeiros.
Rather, que planejava deixar o posto de âncora do CBS Evening News um ano mais tarde, aceitou sair do telejornal. Ele afirma entretanto que, depois disso, a emissora passou a lhe dar ‘tempo insuficiente’ no ar. A CBS alega que existia uma cláusula no contrato do jornalista que dizia que, enquanto ele recebesse um pagamento específico, a emissora não tinha obrigação de lhe dar nenhuma exposição.
Opinião pública
Rather também acusa a rede de parcialidade política na investigação do polêmico segmento sobre a atuação de Bush na Guarda Nacional. A CBS afirmou, na Suprema Corte de Manhattan, que a ação é uma tentativa lamentável de Dan Rather para continuar em destaque na opinião pública, e pediu que ela não vá adiante.
A emissora fez questão de dizer que Rather é ‘uma das figuras mais importantes na história do jornalismo’ e afirmou estar triste com o processo. Um representante dos advogados do jornalista declarou ser lamentável que a CBS esteja tentando adiar o julgamento das queixas de Rather. Informações de Jacques Steinberg [The New York Times, 16/11/07].