Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ataques a jornalistas no Líbano completam dois anos

No segundo aniversário da morte do jornalista libanês Gebran Tueni, em 12/12, o crime segue sem solução. Editor e colunista do diário an-Nahar, Tueni foi assassinado em um ataque a bomba quando estava em seu carro, em Beirute. O jornalista, que era também membro do Parlamento e um crítico ferrenho das políticas sírias, foi morto um dia após voltar ao Líbano de Paris, onde passou um tempo por temer por sua segurança.


A morte de Tueni ocorreu seis meses após o assassinato de Samir Qassir, também colunista do an-Nahar e também crítico à Síria, em junho de 2005. O crime ocorreu em circunstâncias similares: Qassir foi morto pela explosão de uma bomba colocada em seu carro. Entre os dois assassinatos, outro ataque a bomba também chocou o Líbano. Em setembro daquele ano, a apresentadora de TV May Chidiac – outra forte crítica das políticas sírias – sofreu uma tentativa de assassinato. Uma bomba foi colocada sob o banco de seu carro, e May ficou bastante ferida, perdendo um braço e uma perna.


Os três incidentes estão entre uma série de ataques, ameaças e tentativas de assassinatos sofridas por jornalistas e figuras políticas no Líbano desde a morte do ex-primeiro-ministro Rafiq Hariri, em fevereiro de 2005. Segundo Ziad Baroud, advogado da família de Tueni, não há dúvidas de que existem ligações entre os ataques que mataram Hariri e os jornalistas.


Tribunal internacional


Em maio deste ano, o conselho de segurança da ONU formou um tribunal criminal internacional para cuidar da investigação do assassinato de Hariri. Esta semana, a organização Repórteres Sem Fronteiras fez um apelo ao tribunal para que julgue também outros casos de carros-bomba desde outubro de 2004. ‘Parece que chegar a uma solução sobre o assassinato de Hariri é a única maneira de se resolver todos os outros casos. O tribunal internacional das Nações Unidas deveria cuidar de todos estes casos para que a justiça finalmente seja feita. É isso o que querem as famílias das vítimas’, declarou a RSF.


Segundo Joel Simon, diretor-executivo do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, é preciso, no aniversário de morte de Gebran Tueni, lembrar que ‘aqueles responsáveis pelo assassinato devem ser levados à justiça imediatamente’. Se isso não for feito, diz ele, a autocensura e ataques a jornalistas independentes serão cada vez mais encorajados. Informações do Comitê para a Proteção dos Jornalistas [12/12/07] e da Repórteres Sem Fronteiras [12/12/07].