O mundo teve acesso rápido a notícias sobre o terremoto que atingiu a China na semana passada através de mensagens trocadas por usuários da rede social Twitter. As pessoas usaram seus celulares para transmitir informações in loco da catástrofe. Fotos e vídeos também foram postados em serviços como o Flickr, do Yahoo!, e YouTube, do Google.
‘Twitters’ são mensagens curtas – de até 140 caracteres – postadas instantaneamente em boletins online e blogs e enviadas a celulares de amigos selecionados. O serviço Twitter foi lançado em março de 2006 e deu início à tendência dos microblogs, em que as pessoas podem informar à sua rede de contatos todos os passos de seu dia. Ironicamente, Biz Stone, co-fundador do Twitter, só percebeu o potencial da ferramenta de comunicação ao receber um alerta breve sobre um terremoto na Califórnia quando estava prestes a embarcar em um trem, no ano passado.
Furando a mídia
Acredita-se que o Twitter tenha servido de fonte de informações para a grande mídia logo após o terremoto, que deixou – contabiliza-se até agora – mais de 20 mil mortos na China. Blogueiros receberam mensagens sobre os tremores antes que veículos de comunicação e o US Geological Survey (USGS, sigla em inglês), serviço de monitoramento de terremotos do governo americano, divulgassem o ocorrido. ‘Diversas pessoas na China relataram, em tempo real, que sentiram o tremor’, escreveu o blogueiro Robert Scoble.
Já o blogueiro Danny Sullivan minimiza o poder do microblog. Ele considera absurda a hipótese de que usuários do Twitter tenham tido conhecimento do terremoto na província de Sichuan antes do USGS, que usa equipamento sísmico posicionado em todo o mundo para registrar tais eventos. ‘Lendo algumas mensagens, dá a impressão de que foram as pessoas no Twitter que alertaram o USGS sobre os tremores’, diz. Informações de Glenn Chapman [AFP, 14/5/08].