A oposição francesa acusou o partido de situação, UMP, de tentar intimidar a mídia, noticia a Reuters [11/5/08]. No início de maio, o presidente Nicolas Sarkozy, há um ano no poder, afirmou que cinco empresas de comunicação, incluindo a agência AFP, têm uma cobertura tendenciosa contrária à direita.
Sarkozy alega que a mídia não tem dado atenção suficiente a uma decisão judicial contrária à socialista Ségolène Royal, que disputou a presidência com ele. A determinação é referente a uma antiga disputa de Ségolène com dois sócios sobre salários que não foram pagos.
Nuvem de fumaça
‘Esta é uma nova nuvem de fumaça criada para ocultar os erros do governo e os baixos índices de popularidade do presidente’, acusa Faouzi Lamdaoui, porta-voz do partido socialista. ‘O que a direita está tentando fazer é intimidar todos os jornalistas’. A popularidade de Sarkozy atingiu recentemente um dos mais baixos índices, com mais de 70% dos franceses insatisfeitos com o governo. O momento ruim seria conseqüência de problemas na economia e no grande destaque dado à vida pessoal do presidente nos últimos meses. Dois dos maiores sindicatos de jornalistas do país, o CFDT e o CFTC, emitiram uma declaração na qual dizem estar preocupados com o fato de Sarkozy acusar a mídia para ‘desviar a atenção’ de sua baixa popularidade.
O presidente também sofre com acusações de que teria poder para influenciar a cobertura jornalística de grandes veículos de mídia da França, que pertencem a amigos seus – o que ele nega. O porta-voz do UMP, Frederic Lefebvre, defende Sarkozy, afirmando que ele deseja apenas uma imprensa ‘neutra’. Lefebvre acusa a AFP de ‘censura’, pois a agência não divulgou as declarações do partido sobre a determinação judicial envolvendo Ségolène. Em resposta, a AFP alegou que é livre para avaliar o que tem, ou não, valor jornalístico.