Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mais dois jornalistas assassinados no país

Dois jornalistas iraquianos foram mortos em incidentes separados na quarta-feira (21/5). Wissam Ali Ouda, cinegrafista da emissora de televisão privada Afaq, foi assassinado por um franco atirador quando seguia para casa no distrito de al-Obeidi, próximo a Bagdá. Já o corpo de Haidar Hashem al-Husseini, repórter do jornal al-Sharq, foi encontrado na cidade de Baquba, dois dias depois de o jornalista ser seqüestrado.


O incidente com Wissam Ali Ouda ocorreu quando soldados americanos entraram em confronto com o que chamaram de ‘militantes xiitas financiados pelo Irã’. Onze destes militantes morreram no ataque, próximo à Cidade Sadr, reduto xiita em Bagdá. A Associação para a Defesa dos Jornalistas do Iraque afirmou que, por causa da troca de tiros, o corpo do repórter ficou estirado na rua por três horas até poder ser carregado. A Afaq pertence ao partido xiita Dawa, do primeiro-ministro Nuri al-Maliki. Um porta-voz do Exército americano afirmou ao Comitê para a Proteção dos Jornalistas [22/5] que o incidente estava sendo investigado, mas que não havia a confirmação de morte de civis iraquianos como resultado da operação militar em questão.


Execução


O cadáver de Haidar Hashem al-Husseini tinha as mãos e pés amarrados e apenas uma marca de tiro na cabeça, sinais de execução. Ele foi jogado em uma vala comum com outros oito corpos. A morte foi confirmada pelo editor do al-Sharq, Abdul Rassul Ziyara. Segundo ele, Husseini morreu ‘na mão de terroristas’. Ziyara fez um apelo para que o governo proteja os jornalistas do país.


Segundo dados do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, pelo menos 127 jornalistas e 50 assistentes de mídia foram mortos no Iraque desde a invasão americana ao país, em março de 2003. Cerca de 90% destes mortos são iraquianos. Informações da AFP [22/5/08].