Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mais sítios bloqueados pelo governo; mulheres são alvo

Autoridades iranianas bloquearam o acesso a diversos sítios e blogs jornalísticos críticos ao governo e sobre direitos das mulheres, noticia a AFP [20/5/08]. A medida foi tomada depois da proposta, feita por um comitê responsável por identificar sítios ilegais, de uma nova legislação para provedores de serviços de internet. ‘Parece haver uma atitude mais dura, desta vez em sítios e blogs relacionados a ativistas de direitos das mulheres e direitos humanos, escritores críticos ao governo e jornalistas renomados’, escreveu o jornal reformista Etemad Melli.


Provedores de internet no Irã têm recebido, com freqüência, ordens para bloquear o acesso a centenas de sítios que expressam opiniões dissidentes ao governo ou páginas consideradas pornográficas ou anti-Islã. Desta vez, foram bloqueados diversos sítios feministas, como Meydaan-e Zanan (Campo das Mulheres), Kanoon Zanan Irani (Centro das Mulheres Iranianas), Shir Zanan, que cobre eventos esportivos femininos, e o Change for Equality. Desde o início de abril, jornalistas do sexo feminino enfrentam uma onda de repressão por parte das autoridades iranianas – algumas foram presas, outras intimadas e uma foi impedida de deixar o país.


Em busca de eqüidade de gênero


Desta vez, a proibição de sítios de internet parece ter tido como alvo a campanha ‘um milhão de assinaturas’, lançada por sítios em diversas cidades do Irã e também na Alemanha, Kuait, Chipre e Califórnia, nos EUA. A campanha tem como objetivo mudar as leis da República Islâmica referentes a mulheres e casamento, divórcio, herança e custódia de filhos.


Com mais da metade da população de 70 milhões de pessoas abaixo dos 30 anos, o Irã é um dos países com o maior número de blogueiros no mundo. Blogs em língua persa multiplicaram-se desde uma sanção na imprensa iraniana em 2000, quando 12 jornais reformistas foram fechados e outros, suspensos.