O grupo de gás russo Gazprom vendeu suas ações do diário Izvestia para a empresa de um aliado do primeiro-ministro Vladimir Putin. Em comunicado à imprensa, a Gazprom-Media informou ter cedido o controle de 50,19% do Izvestia, um dos jornais mais influentes do país, à empresa de seguros Sogaz, que faz parte do grupo controlado pelo Banco da Rússia, presidido por Yuri Kovalchuk.
No início de maio, após oito anos no poder, Putin passou a presidência a Dmitry Medvedev. Analistas afirmam, entretanto, que ele – agora como premiê – continua a controlar as decisões do governo. Durante a administração de Putin, a propriedade das maiores emissoras de TV e jornais da Rússia concentrou-se nas mãos de grupos estatais ou de empresários aliados ao Kremlin. As grandes organizações de mídia, sob controle e influência do Estado, passaram a exibir uma cobertura positiva ao governo e a marginalizar a oposição.
O Izvestia foi publicado pela primeira vez em 1917. Em 2004, seu editor, Raf Shakirov, foi demitido por causa da cobertura do seqüestro na escola em Beslan, que deixou mais de 300 mortos. Na ocasião, acionistas do jornal reclamaram das reportagens publicadas por Shakirov no fim de semana após o massacre, com grandes fotos de reféns feridos e mortos. De maio a outubro do ano passado, o jornal, um dos mais lidos na Rússia, teve circulação média de 371 mil cópias diárias, segundo a empresa TNS Gallup Media. Informações da Reuters [21/5/08].