Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

A banca ou bancadas

A página de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, de 22 de maio, diz: “Integrantes da bancada ruralista foram fundamentais na aprovação do nome de Luiz Fachin para o STF (Supremo Tribunal Federal).” A mesma página trouxe ainda mais duas notas sobre reuniões do novo juiz no gabinete do rei da soja e um dos maiores desmatadores do país, senador Blairo Maggi (PR-MT), com outros parlamentares ruralistas.

Mas o problema não é só esse. O problema é que existem ainda as bancadas da bala (a favor da pena de morte); da bola (a favor da CBF); evangélica (homofóbica e contra o aborto) além de outras inomináveis (suspeita-se de uma do tráfico, que combateria a liberação da maconha). Ou seja, os partidos brasileiros são um mito e disto não escapa o PT ou o PSDB, como se tem visto pelas suas atuações divididas.

Entretanto, nunca se ouve ou aconteceu qualquer punição a uma legenda desde a extinção do Partido Comunista Brasileiro – PCB – no Estado Novo de Vargas ou do extermínio de todos no golpe de 64. E nós, pobres eleitores, continuamos sendo obrigados a votar em pessoas que se dizem isto e aquilo: democratas, socialistas, liberais, cristãos (é) sendo de fato fazendeiros, empresários e coisas piores.

Enquanto isto, aliás, as doações de empresas a partidos permanecem abençoadas, inclusive na proposta de “reforma política” que trafega no Congresso. De modo que continuaremos com as bancadas Fiesp, Odebrecht, Bradesco, Globo etc.

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Zulcy Borges é jornalista