Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Conteúdo gerado por usuário é cada vez maior

Para quem sempre teve o sonho de ser jornalista, o momento é favorável – desde que não seja fundamental ganhar dinheiro com isso, ironiza Jack Schofield [The Guardian, 2/6/08]. São diversos os sítios que aderiram ao chamado ‘jornalismo-cidadão’ e, com alguns cliques, internautas podem enviar matérias escritas, em áudio ou em vídeo de sua autoria.


O conteúdo gerado pelo usuário intensificou-se com a proliferação de telefones celulares equipados com câmeras e conectados à rede. Nunca foi tão fácil enviar a notícia diretamente do local onde ela ocorreu – e certamente muito mais rápido do que qualquer repórter que tenha que se deslocar até o acontecimento. Um dos pioneiros do jornalismo-cidadão foi o sítio sul-coreano OhMyNews, lançado em fevereiro de 2000. Um exemplo mais recente é o Topix, sítio de notícias americano que em 2007 passou a ser editado por um grupo de leitores voluntários.


iReport


Até grandes empresas de mídia investiram na tendência. O iReport, da CNN, é um exemplo. No mês passado, das mais de 10 mil matérias produzidas e enviadas por internautas, a emissora exibiu 915. O iReport assemelha-se muito ao YouTube, pois não é apenas um espaço para divulgar conteúdo gerado pelo usuário, mas sim uma comunidade online. Nele, os internautas colocam a matéria, dão notas a ela e postam comentários. É possível ver os vídeos mais comentados, mais votados, mais compartilhados, mais recentes ou ainda mais assistidos.


Ao desenvolver o iReport em uma plataforma diferente da CNN, a rede tenta garantir que não haja confusão entre o serviço profissional e a plataforma não editada, mantida por conteúdo de usuários. ‘Sabemos que, até mesmo na CNN, não é possível estar em todos os lugares, todo o tempo, cobrindo tudo o que queremos. Então, damos a vocês o iReport. Você irá abastecê-lo, monitorá-lo; você irá decidir o que é importante, o que é interessante, o que é notícia’, informa a CNN no sítio.