A TV Globo vai lançar, no segundo semestre, um novo serviço de vídeo por demanda. Evolução do Globo TV+, o serviço permitirá que o espectador veja os programas em qualquer tipo de dispositivo. Um aplicativo próprio vai facilitar a tarefa: com uma senha única, o assinante verá suas configurações e preferências, independentemente do aparelho usado.
A novidade foi anunciada ontem pelo diretor de tecnologia da TV Globo, Raymundo Barros, durante evento que reúne os membros da Academia Internacional de Artes e Ciência da Televisão, no Rio de Janeiro. A organização, formada pelas grandes emissoras de TV do mundo, é a responsável pela entrega dos prêmios Emmy.
Atualmente, o Globo TV+ custa por R$ 12,90 por mês. O preço do novo serviço não foi divulgado.
Para o líder global de mídia e entretenimento da Accenture, Francesco Venturini, estabelecer uma porta de entrada única para ver conteúdo em qualquer aparelho, sem obrigar o usuário a se identificar em cada equipamento, é tanto um desafio como uma oportunidade para as tevês abertas. “Os nativos digitais [público mais jovem, que cresceram acompanhados da internet] usam a redundância, o plano B, o tempo todo. Quantos aplicativos usamos pelo Facebook, sem precisarmos nos ‘logar’ a cada momento em todos os dispositivos?”, disse. “O jogo principal é no campo dos dispositivos.”
Barros, da Globo, afirmou que o conteúdo continuará sendo o diferencial, mas destacou a estratégia da empresa para se posicionar nesse novo cenário, incluindo a produção de conteúdo em 4K definição quatro vezes superior ao das telas Full HD e a organização adotada neste ano para combinar as atividades de TV e tecnologia.
Barros disse não acreditar que a TV aberta perderá espaço com a evolução do vídeo por demanda. Esportes, jornalismo e novelas, por exemplo, são mais adequados ao modelo tradicional de programação. “Nos Estados Unidos, há um crescimento da TV aberta. As pessoas combinam [a programação aberta] com serviços de vídeo por demanda. Não querem pagar pacotes caros para ter 200 canais a que não assistem.”
A TV aberta continua preponderante em diversas esferas, como a política e a econômica, afirmou o diretor de tecnologia da Sony, Hugo Gaggioni. “Os políticos não se elegem fazendo seus discursos na internet”, disse.
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Renata Batista, do Valor Econômico