Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Executivos da televisão mundial discutem peso das redes sociais

Uso de redes sociais, sustentabilidade e superação marcaram a etapa final do International Academy Day, evento anual em que integrantes da Academia Internacional de Televisão, Artes e Ciências se encontram para debater os rumos da indústria e tendências do mercado, que desta vez aconteceu no Brasil. Na sexta-feira [26/6], executivos de emissoras de todo o mundo foram ao Planetário da Gávea para assistir a painéis comandados por profissionais da TV Globo, que organizou a edição deste ano.

No evento, o diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, contou a um grupo de jornalistas que a emissora deve lançar em breve um aplicativo que permitirá assistir ao canal em tempo real. Também poderão ser vistos programas depois que estes forem ao ar.

Comportamento no Twitter

Um dos painéis teve por tema as redes sociais. O diretor de mídias sociais da TV Globo, Erick Bretas, apresentou estudos que mostram que aplicativos como WhatsApp e Facebook aumentam o engajamento dos telespectadores. Carlos Moreira Jr., executivo do Twitter, exibiu relatórios da rede social em que é possível ver o comportamento do público ao longo da exibição de um capítulo de novela ou de um jogo de futebol.

A autora Gloria Perez, que costuma incluir a internet em suas tramas, relembrou a novela “Explode coração” (1995), em que os personagens se comunicavam por uma ferramenta semelhante ao Skype, que ainda não existia na época.

— Era o Skype jurássico — brincou a autora, que falou ainda da mudança na maneira como as pessoas veem TV. — Antes, você assistia à novela acompanhado, com a família, comentando o que estava acontecendo. Hoje, você comenta na praça, na rua.

Schroder contou ainda que há uma ação das associações das emissoras de TV no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a classificação indicativa se torne uma orientação indicativa. Isso permitiria que um determinado conteúdo fosse exibido sem imposição de horário.

Pela manhã, Sergio Valente, diretor de Comunicação da Globo, falou sobre mobilizações. O publicitário relembrou produções da emissora — que alcança 97% do território nacional — que influenciaram o comportamento dos telespectadores. Ele citou como exemplo a novela “Salve Jorge” (2012), que, ambientada em parte na Turquia, fez crescer o número de turistas brasileiros naquele país. E foram projetadas cenas da novela “Em família” (2014) mostrando um transplante de coração, que, com repercussão positiva entre os médicos, ajudaram a tirar dúvidas do público sobre o procedimento.

Valente falou ainda da comoção que as novelas causam nos brasileiros:

— Na Campus Party (encontro de fãs de computação), pediram para que abríssemos o sinal da Globo para verem o final da novela (”Amor à vida”).

Ecologia e superação

Em seguida, a jornalista Sônia Bridi conversou com o geólogo Carlos Souza sobre o desmatamento na Amazônia e a redução de emissões de gases do efeito estufa. Com imagens de satélite, eles comentaram sobre como o ecossistema tem sido prejudicado pela ação do homem.

Depois, o ex-campeão mundial de judô Flávio Canto debateu a influência do esporte em sua vida e relembrou experiências ao lado de Gustavo Kuerten, Juninho Pernambucano e Fernando Fernandes, todos comentaristas esportivos da TV Globo. Vítima de um acidente de carro que o deixou paraplégico, Fernando foi bastante aplaudido ao chegar ao evento em cadeira de rodas. Ele disse que a canoagem o ajudou a superar o acidente e a mudança em sua carreira de modelo.