Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Jornalistas estrangeiros livres para entrar no país

O primeiro-ministro do Zimbábue, Morgan Tsvangirai, deu uma boa notícia para a mídia internacional na quinta-feira (21/5): jornalistas estrangeiros estão livres para trabalhar no país africano – onde antes eram proibidos, ameaçados e presos. O líder da oposição, que formou, em fevereiro, uma coalizão com o presidente Robert Mugabe, no poder há 28 anos, afirmou que violações contínuas do acordo de divisão de poderes ameaçam a unidade do governo, mas insistiu que já foram observados progressos no país. Tsvangirai criticou, ainda, prisões recentes de jornalistas independentes e advogados e defendeu uma ‘nova cultura de respeito’. Ele também disse que uma nova comissão estatal de mídia seria formada para ‘facilitar a abertura para a mídia’.


O credenciamento rígido para jornalistas locais e estrangeiros proibiu a maior parte de organizações de notícias internacionais de entrarem no país e foi interrompido sob o acordo da coalizão. Assim, não é mais legalmente obrigatório solicitar credenciamento até que uma nova comissão de mídia seja formada. Algumas organizações, como a britânica BBC, foram proibidas de entrar no Zimbábue, enquanto outras foram desencorajadas pelas altas taxas de credenciamento, que chegavam a milhares de dólares. Por isso, alguns jornalistas acabavam trabalhando de maneira não oficial. ‘Não há razão para que organizações de notícias não estejam no país’, afirmou Tsvangirai.


Muitos cargos nomeados no governo de Mugabe permanecem ativos no governo de coalizão, como o do secretário de Informação George Charamba, crítico severo da mídia ocidental e partidário leal do presidente. O primeiro-ministro alertou, no entanto, que alguns funcionários podem ser demitidos em breve. ‘Estamos vindo de um histórico de afiliação política por indivíduos. A partir de hoje, isto deve ser algo do passado’, prometeu Tsvangirai. Informações de Angus Shaw [AP, 21/5/09].