O discurso único adotado pela grande mídia nos últimos meses motiva o debate da próxima edição do Observatório da Imprensa. A falta de diversidade de pensamento nos principais veículos gera um discurso único que não prioriza a contraditório. A impossibilidade de dar uma visão divergente da vida na sociedade impôs aos leitores limitações na forma de ver o mundo gerando problemas que hoje começam a se tornar críticos. Na visão do editor Carlos Castilho, “o primeiro é a insatisfação, cada vez maior, de segmentos sociais que questionam o conteúdo da agenda informativa e a confiabilidade das noticias publicadas pela imprensa. O outro, ainda mais grave, é a tendência à formação de “guetos” informativos compostos por veículos jornalísticos e segmentos do público que compartilham a mesma percepção do mundo”.
No livro Going to Extremes (Oxford University Press, 2009), o norte-americano Cass Sunstein mostrou como os grupos fechados tendem à radicalização por conta de uma auto-intoxicação informativa que os isola cada vez mais da realidade e os conduz a situações imprevisíveis. O correspondente do El País no Brasil, Juan Árias se queixa em artigo que no Brasil não se pode falar de felicidade no momento atual.
O Observatório quer ouvir as vozes dissidentes que remam contra a corrente, principalmente dentro da grande mídia, desde a política até a filosofia.