Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Comentários de leitores

Espaço periódico destinado à publicação comentários, sugestões e críticas de nossos leitores e colaboradores:

Jornal da Cultura e a questão islâmica

Comentário de Theófanes Rabelo Nobre, professor, Porto Ferreira, SP

Desde os tempos em que era exibido na TV Cultura, admirava o Observatório da Imprensa, pois este faz o papel realmente imparcial, procurando mostrar os fatos sem quaisquer pendores ou dirigismos, apontando onde e como a imprensa opera. Bem, tenho ficado indignado com os comentários da professora Arlene Clemesha, que, segundo penso, têm feito com que eu questione o valor de um dos poucos jornais que admiro na TV aberta, o Jornal da Cultura. A professora não se contenta em ser da cátedra de Cultura Árabe, aproveitando as mais diversas oportunidades para enaltecer o islamismo e sua cultura. Uma incauta audiência poderá relacionar arabismo com islamismo, pensando serem a mesma coisa. Acho que é dever dessa professora a não “forçação de barra” tendendo a criar uma espécie de “contiguidade” entre cultura e religião. Penso que um veículo de informação não deveria permitir tal barbaridade. Na penúltima semana, e.g., ela saiu com um comentário do tipo: “As três tentações de Abraão… conforme a Torá”. Escrevi pedindo que me indicasse em que texto, capítulo e versículo ocorre tal situação. Não obtive resposta. Acho que comentários políticos embolados com religiosos é uma armadilha. Por gentileza, gostaria de ouvi-los. Talvez eu esteja enganado ou esperando demais de um meio do qual não deveria esperar tanto…

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Jogos duplos que a grande imprensa ampara

Comentário de Xikito Affonso Ferreira, aposentado, Salvador, BA

No dia em que governo suíço põe por escrito a existência de quatro contas naquele país em nome de Eduardo Cunha, e que o PSDB prefere oficialmente disso duvidar, o Estadão dedica meia página (edição 6 de outubro 2015, A7) para amparar o jogo duplo dos tucanos. Sentindo a pressão popular montante sobre o presidente da Câmara na esteira da Lava-Jato, o jornal agora divulga que Fernando Henrique Cardoso teria barrado a indicação de Eduardo Cunha para a Petrobras em 1996. Em outras palavras, quer lavar a honra tucana sabendo do isolamento crescente do parlamentar carioca antes que a História esfregue no nariz do PSDB o cavalo podre que vem aplaudindo. Carlos Sampaio, líder do PSDB na Câmara, afirma dar ao deputado do PMDB – penta denunciado nas delações premiadas – o benefício da dúvida. Porque no fundo o que de fato interessa ao PSDB é jogar mais lama no PT, ainda que neste momento dramático de crise na economia brasileira. O PSDB, assim, vai terminando de lacrar a presidente Dilma nos tentáculos do pior do PMDB. Pois a Dilma Rousseff, tendo que governar com um Congresso dominado com indiciados pela Polícia Federal, como Cunha e Renan Calheiros, não resta outra saída. Estou convencido de que o interesse da sociedade brasileira ainda seria ficar com a presidente enquanto contra ela não aparecer acusação de ter embolsado recursos públicos. Aproveitar confissão do dono da UTC, Ricardo Pessoa, de ter custeado despesas da campanha de Dilma Rousseff, mas não divulgar exatamente a mesma informação por ele dada relativa a Aécio Neves é algo tendencioso (Xikito Affonso Ferreira, aposentado, Salvador, BA)