Organizado por Rogério Christofoletti, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, o livro, lançado na primeira semana de novembro, reúne treze textos que questionam a atividade jornalística, sugestões de solução para a chamada crise dos impressos e alternativas para as redações e a indústria de conteúdos.
A obra surgiu a partir dos debates nas aulas do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo. Mestrandos e doutorandos foram motivados a produzir textos e a enfrentar problemas surgidos com as mudanças tecnológicas e culturais dos últimos vinte anos. É irônico, mas ultimamente as notícias não têm sido boas para o jornalismo. Queda nas tiragens dos meios impressos, redução das verbas publicitárias, demissões nas redações e até fechamento de jornais e revistas. Para piorar, os públicos têm dado sinais claros de desinteresse frente ao que a mídia tradicional oferece.
O diagnóstico é de crise e ela não se limita à indústria jornalística brasileira. Está em todas as partes. Diante desse quadro, empresas, gestores e jornalistas se dividem entre lamentos, desespero e busca de soluções. Nos meios acadêmicos, também existe muita apreensão. “Para os que acreditam no jornalismo e na sua importância para sociedades mais evoluídas, equilibradas e justas, o livro reúne reflexões de quem se preocupa com os próximos anos nas redações e fora delas”, argumenta o professor Christofoletti.
As perguntas incômodas que servem de títulos aos capítulos são endereçadas a profissionais, empresários do setor, públicos e demais grupos interessados. São questões para o aprimoramento das práticas produtivas e para relações mais honestas produtores e consumidores de notícias. Os capítulos indagam, mas também arriscam respostas, mesmo que provisórias. Os temas são diversos: o convívio entre profissionais e amadores, newsgames, reportagens multimídia, infografias interativas, a segunda tela, a convergência dos meios, redes sociais, novas audiências, ensino de jornalismo, crítica de mídia, privacidade e a natureza endêmica da crise. “A academia não tem todas as respostas, mas fazer as perguntas é uma forma de enfrentar os muitos dilemas que temos na área”, justifica Christofoletti.
Estrutura do livro
Sumário
Prefácio: A experimentação e o risco no jornalismo pela internet
Carlos Castilho
Apresentação: Garrafas ao mar!
Rogério Christofoletti
O que o futuro nos reserva?
Ana Russi, Magali Moser e Maurício Oliveira
A crítica de mídia pode ajudar a superar a crise?
Adriano Araújo
Qual o papel das novas ferramentas na transformação do jornalismo?
Kérley Winques e Ricardo Torres
Vale tudo pelo clique?
Lívia Souza Vieira
Já temos uma alternativa para a reportagem multimídia?
Alexandre Lenzi
Que novas possibilidades a segunda tela traz para a TV?
Mariane Ventura e Tássia Becker Alexandre
É possível pensar um rádio esportivo pós-industrial?
Jéssica Gonçalves
Dez anos depois, como estão os newsgames?
Ana Bourscheid e Carlos Marciano
Como profissionais e amadores usam o Facebook para fazer jornalismo?
Alexandre Bonacina e Mauren Rigo
A paródia do jornalismo contribui para sua crise representativa?
Ricardo Sékula
Que imagem precária é essa que surge nos jornais?
Vinicius Batista de Oliveira
Como fica o ensino do jornalismo em meio às turbulências?
Amanda Miranda e Maurício Frighetto
Privacidade: o que podemos esperar quando não podemos mais esperar?
Rogério Christofoletti