Quando os leitores descansam, os jornalistas também devem descansar ou é o contrário – exatamente nestes momentos de relaxamento é que os produtos da indústria jornalística devem ser melhores e irresistíveis?
A urn@ eletrônica do Observatório da Imprensa levanta a mesma questão: a mídia consegue manter algum padrão de qualidade nas coberturas durante os feriados prolongados? Leitores, ouvintes e telespectadores não têm duvidas: 91% acham que durante os feriadões baixa muito a qualidade jornalística. Eles pagam o preço estipulado e, em troca, recebem produtos deficientes.
O consumidor de informações está sendo lesado. Esta é também a preocupação do ombudsman da Folha de S.Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva, que no domingo (1/3) reclamou contra a supressão ou encolhimento de cadernos nos grandes fins de semana. Reclamou também contra a cobertura preguiçosa da grande festa popular, contra o relaxamento e o desleixo de outras matérias.
Convém lembrar que o mundo não pára durante o Carnaval, nem os nossos problemas atenuam-se ou somem de repente. Se a mídia jornalística frustra o seu público quando este está mais disponível e carente, assume que não tem apetite ou capacidade em atendê-lo.
Mesmo que todos os veículos sejam igualmente ruins nos feriadões, algo precisa ser feito antes que o público descubra que pode sobreviver sem a mídia informativa.
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