Em meio a fortes críticas, os criadores de um anúncio de alerta à Aids que mostra uma mulher tendo relações sexuais com uma série de ditadores – incluindo Adolf Hitler, Joseph Stalin e Saddam Hussein – defenderam o vídeo publicitário, noticia Kate Connolly [The Guardian, 7/9/09]. A agência alemã Das Comitee alegou que a ideia era justamente chocar o público, a fim de ressaltar os perigos do sexo sem proteção, em um período no qual a preocupação sobre os riscos tem diminuído. ‘Sabíamos que a cara que daríamos à doença não poderia ser bonita’, explicou o diretor-criativo Dirk Silz. ‘O anúncio tentou mostrar a feiúra da doença e não das vítimas da Aids’.
Organizações que representam portadores do vírus na Europa, no entanto, não viram desta maneira. Para elas, a peça publicitária reforça o estigma que os doentes já sofrem ao colocá-los como pares de assassinos em massa. O anúncio ainda recebeu críticas por não oferecer nenhum conselho de prevenção, como, por exemplo, o uso da camisinha.
Com duração de 45 segundos, a campanha está sendo lançada nos cinemas e canais de TV da Alemanha esta semana, mas não pode ser exibida antes das nove horas da noite, por conta de seu conteúdo. No fim do vídeo, o rosto do homem transforma-se no de Hitler, com o slogan ‘A Aids é um assassino em massa’. Há ainda versões impressas. A campanha deve ficar no ar até 1º/12, Dia Mundial da Aids. A Das Comitee disse não ter cobrado pelo anúncio e afirmou que tem recebido respostas positivas. ‘Se alertamos para os perigos do sexo sem proteção, estamos sendo eficientes’, resume Silz.