Afeitos à cada vez mais descarada tentativa de impor ao Movimento dos Sem Terra (MST) a pecha de ‘milícia rebelde’, muitos midiáticos de plantão, uns troca-letras, não deixam passar nada. Os jornais de segunda-feira (16/5) trazem: ‘Stédile propõe ‘dar um pau’ em Palloci’; ‘Stédile convoca MST para ‘dar um pau’ em Palloci’. `Vamos pegar uns 30 economistas nossos e dar um pau no Palocci´, disse Stédile.
Não precisaria o líder nacional do MST ter explicado que ‘é uma força de expressão, dar um pau no sentido de fazer mudar a política econômica’. Os jornalistas não só queriam uma manchete atraente como insistiram, nas reportagens, se Stédile quer mesmo ‘dar um pau’ no ministro Palloci, em textos nos quais o que mais interessava era perguntar, não responder.
Nesse caso, não temos uma mídia que queira esclarecer o povo das declarações do líder do MST, mas de midiáticos de plantão que criam uma imagem para depois questioná-la frente àquele que virou notícia.
É democrático que se questionem algumas ações do MST, até porque sua análise é o que leva à reprovação ou simpatia com o movimento. Mas não cabe à mídia o papel de incitador da ‘ignorância’ alheia. Assim é ‘dar um pau’ na coerência e no leitor, com todas as letras.
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Jornalista, professor, estudante universitário e editor do site de crônicas Blog do Mel