Sazak Durdymuradov, comentarista da Radio Free Europe (RFE), financiada pelos EUA, foi preso e torturado pela polícia turcomena em uma tentativa de fazê-lo parar de trabalhar como jornalista na emissora. Pouco depois da detenção, Durdymuradov foi encaminhado a um hospital psiquiátrico. No dia seguinte, entretanto, a família não sabia mais seu paradeiro. Sua mulher conseguiu localizá-lo em 24/6, quatro dias após ele ter sido levado de casa, em um centro de detenção utilizado pela agência de segurança nacional do país.
A organização Repórteres sem Fronteiras, com sede na França, condenou a atitude da polícia. ‘Os métodos usados pelo serviço de segurança neste caso são, infelizmente, comuns. As autoridades agiram com um cinismo assustador ao prender um jornalista enquanto o Turcomenistão discute com a União Européia maneiras para aumentar o respeito aos direitos humanos’.
Em protesto por sua detenção, Durdymuradov está agora em greve de fome. O jornalista contou à mulher que prefere morrer a assinar uma carta na qual prometeria que pararia de trabalhar como comentarista da RFE, a pedido das forças de segurança.
Intimidação
Autoridades turcomenas usam todos os meios possíveis para intimidar correspondentes da estação de rádio. Um deles, Osman Halliev, conta ter sido colocado em prisão domiciliar sem notificação. ‘Meu celular foi desconectado e minha casa estava sendo vigiada. Se eu sair, eles me seguem. Até meu neto, que tem que ir à escola, está com medo’, diz. O filho do jornalista, de 23 anos, foi expulso da universidade depois que autoridades lhe alertaram que o pai deveria parar de trabalhar para a RFE.
Não apenas repórteres, mas também entrevistados têm sido alvos de ameaças. Policiais foram à casa de Gurbanburdy Durdykuliev, ativista que participa freqüentemente dos programas da emissora, para lhe recomendar a começar tratamento psiquiátrico.
Dois outros jornalistas também estão presos no Turcomenistão. Khudayberdi Kurbandurdiev, desde 2005, e Annakurban Amanklychev, desde junho de 2006, por ter ajudado a emissora francesa France2 a preparar uma matéria sobre o país. Em 2007, Ogulsapar Muradova, correspondente da Radio Free Europe no Turcomenistão, morreu na prisão, provavelmente por causa de pancadas que recebeu na cabeça. Ela foi detida após produzir reportagens críticas às autoridades e ajudar um jornalista francês a realizar um documentário no país.
No último ranking de liberdade de imprensa elaborado pela RSF, o Turcomenistão ficou em antepenúltimo lugar. O presidente Gurbanguly Berdymukhammedov também está na lista dos predadores da liberdade de expressão da ONG. Informações da RSF [26/6/08].