Em sua coluna de domingo [29/6/08], a ombudsman do Washington Post, Deborah Howell, falou dos diversos erros cometidos ultimamente pelo diário. No dia 22/6, uma matéria escrita por John Scheinman sobre uma competição de turfe, em New Kent, na Virginia, despertou críticas de leitores. Uma delas, Susan Robinson, observou que alguns dados estavam equivocados. ‘Fiquei surpresa em saber que o Summer Doldrums foi o vencedor. Este cavalo nem sequer correu no sábado. Ele ganhou a competição do ano passado. Como este erro foi cometido?’, indagou, indignada.
Scheinman, que escreve sobre corrida de cavalos como freelancer, cobriu o evento, como fez no ano anterior, mas afirma que enviou por engano a matéria de 2007. Ninguém notou e ela foi publicada assim mesmo. O artigo correto foi publicado no dia seguinte, com uma nota do editor colocando a culpa em um ‘erro de computador’ e informando que a matéria incorreta referia-se ao ano passado. A nota, na opinião de Deborah, não deveria ter culpado o computador. ‘Lamento profundamente o que aconteceu e estou envergonhado. Foi um acidente e um erro’, justificou o repórter.
A cor de Obama
Diversos leitores também não ficaram nada satisfeitos com um comentário político no meio da coluna de esportes escrita por Angus Phillips, em 22/6. ‘Por favor, deixe o partidarismo de lado da seção de esportes’, pediu o leitor William Hunter. A ombudsman concorda com o leitor e acha que os temas não devem se misturar.
Uma outra observação feita pelo repórter político Jonathan Weisman em um chat do sítio do Post desagradou a muitos leitores. Um dos participantes comentou que as mais recentes imagens da campanha presidencial americana mostram o candidato democrata Barack Obama com sua mãe e avós brancos. ‘Até agora, ele era afro-descendente; agora ele virou branco?’, alfinetou o leitor. Weisman respondeu que a grande ironia é que Obama é muito mais branco do que negro, pois só teria feito uma ‘imersão’ na cultura afro-americana quando deixou a faculdade e foi para Chicago. O leitor Kendall Ridley criticou o comentário do jornalista. ‘Ele precisa especificar o que quis dizer. Ele está sugerindo que Obama tem um ‘comportamento branco’ ou ‘negro’?’. Weisman explicou a Deborah que tentou fazer um comentário sobre a cronologia da vida de Obama, pois o político passou sua infância em um ambiente branco, de elite, no Havaí e na Indonésia. ‘Mas não estou me defendendo. Foi um comentário estúpido e insensível; peço desculpas às pessoas que me mandaram e-mails’, diz.
Piada de mau gosto
Já o leitor Scott Deyo questionou um link no sítio do Post para um vídeo sobre pena de morte produzido pelo tablóide satírico Onion, que é impresso pelo diário, mas não feito por ele. O vídeo trazia uma reportagem falsa, recheada de palavrões, sendo posteriormente retirado da página do Post. ‘O Onion pode ser hilário, mas seu conteúdo não deveria ser postado sem contextualização’, diz Deborah. Procurado pela ombudsman, Jim Brady, editor-executivo do sítio, diz que não é intenção do Post que os leitores ‘tenham acesso a conteúdo inapropriado’. ‘Estamos conversando com o Onion, para garantir que todos os links deles estejam em consonância com nosso padrão de qualidade’.