No domingo passado, enquanto aguardava o início do programa Fox and Friends, do canal americano Fox News, o reverendo e ativista negro Jesse Jackson fez um comentário vulgar a respeito do democrata Barack Obama, candidato à presidência dos EUA. Jackson não notou, porém, que o microfone já estava ligado. A gafe, rapidamente, virou notícia. Greg Mitchell, da Editor & Publisher [9/7/08], observou como a imprensa americana cobriu o incidente.
O New York Times foi brando. ‘Jackson fez um comentário desrespeitoso, supostamente incluindo uma chocante referência à genitália masculina, sobre o modo como Obama referia-se aos negros’, publicou. Posteriormente, um artigo do NYTimes usou o termo ‘uma referência vulgar’. O Los Angeles Times preferiu escrever que ele usou uma ‘linguagem chula’. Em um de seus blogs, o Washington Post preferiu não reproduzir as palavras de Jackson: ‘seja lá o que ele tenha dito no microfone ao vivo na Fox, foi muito ruim’.
Bolas
No meio termo, a AP declarou que o reverendo fez uma escolha infeliz de palavras. Posteriormente, foi mais específica e afirmou que Jackson usou uma ‘gíria para se referir ao desejo de cortar os testículos de Obama’.
Já a CNN foi mais direta, reproduzindo as palavras de Jackson. ‘Veja Barack tratando mal os negros, eu quero cortar as ‘bolas’ dele’, teria afirmado o reverendo. A Reuters também citou Jackson, sem meias palavras, e o New York Post destacou a frase em manchete. O veículo mais ‘gráfico’, entretanto, foi o Chicago Tribune, que, além de reproduzir o comentário, descreveu o movimento que Jackson fez com a mão enquanto falava, ‘como se estivesse agarrando a parte da anatomia masculina e então puxando’.