Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Tânia Alves

“Será que um dia eu possa ser um pouco mais feliz ao ler uma manchete do O POVO?” A pergunta me foi feita na quinta-feira passada (2/6) por uma leitora, logo no início da manhã. Ela, naquele dia, não estava satisfeita com o cardápio apresentado na primeira página do jornal. O conteúdo da capa ao qual ela se referia versava sobre fraudes, guerra em presídios, cassação de deputado, protesto, violência e preço da gasolina, “que deve subir”, dizia a notícia. Após ler ao telefone os títulos das chamadas, afirmou: “Eu não aguento mais tanta notícia ruim”. De fato, naquele dia, das 16 chamadas apresentadas na capa, nove eram de conteúdo que poderia resultar em alguma carga de sentimento negativo.

A angústia da leitora me soou familiar. No entanto, quando se trabalha com jornalismo, não se tem como fugir de notícias negativas. Elas existem e precisam ser noticiadas. Ocorre, no entanto, que, nos últimos anos, estão existindo o exagero e a potencialização do noticiário negativo. Os assuntos fervilhavam de várias fontes: política com corrupção; segurança com violência, assassinatos e estupros; economia com inflação e desemprego; meio ambiente com catástrofes naturais ou induzidas pelo homem. Para entrar em contato com elas, basta lançar mão do controle para assistir aos noticiários de TV ou programas policiais; ligar o computador; ou abrir as páginas dos jornais. É absolutamente previsível o reforço do negativo, do desgaste.

opovo_grafico1_maioSó que isso tem um limite e está estressando o usuário. Por isso, cada vez mais, as pessoas estão buscando o positivo, o compartilhamento de histórias inspiradoras e proveitosas. Alguns mais radicais vivem na busca exclusiva de conteúdo ameno. É preciso prestar atenção a este público. Já existem experiências no jornalismo nesse sentido. Por aqui, funciona a Agência da Boa Notícia, informativo eletrônico só com informação construtiva. No O POVO, há o projeto “Tempo das Delicadezas”, que também procurar contar, periodicamente, boas histórias de pessoas e projetos. Porém o jornal jamais poderá deixar de noticiar os fatos como eles são, como naquele dia citado pela leitora. Só precisa não ficar preso ao negativismo. É necessário noticiar o fato apontando caminhos e pautando solução.

FALTOU DESTAQUE
Durante a semana que passou, dois assuntos importantes deixaram de merecer o devido destaque no O POVO. Os dois numa mesma edição, segunda-feira passada (30/5). O primeiro, a Festa do Pau da Bandeira, de Barbalha, que abre os festejos de Santo Antônio, padroeiro do município da Região do Cariri. A festa, um misto de cultura popular e fé católica, é considerada patrimônio imaterial brasileiro. Neste ano, ganhou contorno diferente a partir de mudanças estabelecidas para melhorar a segurança do evento. O POVO limitou-se a publicar uma matéria de canto de página em Cotidiano e outra secundária (que não é manchete) em Política, abordando especificamente a hostilização sofrida pelo senador Eunício Oliveira (PMDB) durante o percurso, sem que houvesse relação entre elas. Um jornal fortemente regional não pode deixar de olhar para um evento deste porte.

A segunda pauta que passou praticamente batida diz respeito ao cenário nacional. O encontro na noite de sábado (28/5) entre o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, e o presidente interino Michel Temer. A reunião entre os dois se deu fora da agenda institucional. O ministro é o relator no TSE do processo que analisa as contas da chapa Dilma/Temer nas eleições presidenciais de 2014. No O POVO, o conteúdo se resumiu a uma nota Breves. Merecia um destaque maior, até mesmo para que no futuro se entenda o momento presente.

ERRAMOS E ATENDIMENTO AO LEITOR
Leitor entrou em contato com a ouvidoria na terça-feira passada (31/5) para informar que os números do sorteio da Quina, concurso 4.096, publicado na Radar estavam errados. “O resultado foi 17, 35, 58, 74 e 79. O POVO publicou 17, 35, 58, 74 e 78. O concurso é 4.096. Foi a segunda vez que isto ocorreu. Por isso, estou ligando”, explicou. Enviei a observação do leitor no comentário interno no mesmo dia. Até sexta-feira passada, ainda não havia sido corrigido.

O POVO mantém a seção Erramos para corrigir os erros cometidos na mesma edição ou em edições anteriores. De acordo com o Guia de Redação e Estilo, devem ser privilegiados na seção “os erros de informação, créditos, fotos e erros graves de português ou cometidos em títulos e resumos de matérias”. O resultado da Quina do dia 30 de maio é um típico caso que merece reparo, pois é um erro de informação. Além disso, pode prejudicar quem se baseou pelo jornal para verificar os números sorteados.

Na coluna de hoje, apresento quadro com os Erramos de maio publicados no O POVO. Vinte e seis correções foram editadas no mês passado, segundo levantamento feito pelo Banco de Dados do O POVO. Em abril passado, foram 20 Erramos publicados.

Também publico o atendimento ao leitor do mês passado. A estatística representa a interação da ombudsman com o público externo. São computados os casos que resultaram em algum tipo de retorno ao leitor/assinante.