Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Rita Célia Faheina

‘Leitores têm reclamado da não identificação correta dos internautas que enviam comentários para o Portal O POVO Online. E com razão. Muitos utilizam pseudônimos para comentar matérias e, frequentemente, com desrespeito ou para trocar insultos com outros internautas. Sem contar os erros e a má construção das frases. `É triste ver o jornal (O POVO) dar espaço para as pessoas comentarem matérias e se identificarem através de e-mails que podem até serem criados com dados falsos´, reclama. Luiz Ricardo Lima Nobre.

Outros leitores dizem – e é certo – que as pessoas aproveitam o espaço no Portal O POVO Online para brigas, discussões de banalidades e até para agredir colunistas, entidades e autoridades governamentais. Muitos escrevem o que querem, do jeito que entendem e adotam nomes como Pirulito, João Grandão, Bigode Branco, Magnata, Dr. Sabetudo, Marcos do Boi, Acustilau, o Observador e muitos ‘Zés’ Zé do Bode, Zé do Povo, Zé do Burro, Zé Chibata….

‘Queria saber o que o jornal O POVO ganha permitindo isso?’, pergunta o leitor através de e-mail. E ele dá uma sugestão para ser analisada pelo Portal O POVO Online: ‘Se a pessoa quer fazer um comentário que seja exigido um cadastro com o login e a senha fornecidos ao jornal. É necessário identificar o internauta que assim não fica se escondendo atrás de um e-mail falso’.

Observando os comentários feitos no Portal O POVO Online, vi que as matérias que mais despertam interesse para todos os tipos de comentários são referentes à religião e à política. Por exemplo, a cobertura sobre os festejos de Nossa Senhora de Fátima, último dia 13, recebeu 26 comentários e gerou discussões. As discussões, claro, são aceitas, porém não os insultos. Além disso, textos mal escritos, com erros gramaticais, como por exemplo: ‘No final de nossas vidas, saberemos quem estavam (sic) com a verdade. Outro assunto recente que teve 83 comentários foi a matéria que anunciou a operação tapa-buracos pela prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins. No meio dos comentários, desrespeito e chacotas com a assinatura de.um único nome ou pseudônimo.

Além dos nomes falsos, também há os homônimos e a utilização de nome de pessoas famosas,como o do padre Marcelo Rossi que, pelo teor do comentário, nota-se que o autor não foi o sacerdote. Leitores até sugerem que o jornal exija o número da identidade (RG) do internauta.

Quanto aos homônimos, recebi um e-mail do professor de jornalismo Ricardo Jorge. Ele descobriu que tinha um ‘xará’ enviando, com regularidade, comentários para o Portal O POVO Online. O professor afirma que não costuma fazer isso. Lendo os tópicos, Ricardo Jorge descobriu que o outro mora no Rio de Janeiro. Ele, em Fortaleza.

Mas algo o incomodou: o fato de as pessoas poderem achar que era ele, como seus familiares, os amigos, os que o conhecem por causa da profissão. Ele achou estranha a ideia de poder ser confundido com outra pessoa, mesmo que o estilo de escrita, o vocabulário, o tipo de construção frasal, etc, sejam diferentes do seu modo de escrever.

O professor de jornalismo pergunta se não seria possível que as indicações dos leitores pudessem ter mais informações, como o nome completo, cidade de procedência ou mesmo o e-mail de quem postou o comentário, pois ajudaria a diminuir eventuais confusões.

A editora de convergência Marília Cordeiro diz que a equipe do POVO Online está implementando uma série de ações para assegurar o respeito à finalidade do espaço dos comentários que é o exercício do debate e a manifestação plural de opiniões. A primeira destas ações foi impedir a liberação de comentários que contenham palavrões. Estão providenciando novos filtros e checagens. Diz ainda que vão considerar a sugestão do leitor Ricardo Jorge de exibir a cidade de origem do internauta que fez o comentário.

Cadê os roteiros de teatro?

A leitora Eliana Leonel procurou no O POVO, último fim de semana, um roteiro de peças teatrais e ficou decepcionada. ‘Pelas minhas contas só no Theatro José de Alencar tem três salas: o palco principal, o Morro do Ouro e Nadir Sabóia. Temos também o Teatro Chico Anísio, o Teatro São José, o Teatro Sesc Emiliano Queiroz, o Teatro do Dragão do Mar – são os que me vem à memória. Abro o jornal e procuro nos roteiros de teatro e, engraçado, só encontro dois espetáculos’. Ela diz que ligou para algumas casas de espetáculo e acabou encontrando o que queria assistir. E pergunta se não deveria constar do roteiro do jornal, todos os teatros, já que temos tão poucos.

Rodrigo Rocha, editor-adjunto do Núcleo de Cultura e Entretenimento, justifica que, obviamente, no espaço do jornal, não cabe tudo que acontece na Cidade. Além os espetáculos teatrais, ele diz que tem a divulgação das festas, shows, espetáculos de humor na semana inteira. Apenas alguns vão para o jornal impresso. Outros vão para o conteúdo extra no Portal O POVO Online.’