FIM DA GZM
Carta Capital
A agonia da Gazeta Mercantil
‘Na quinta-feira 28, o empresário Nelson Tanure considerou encerrada a sua gestão à frente da Gazeta Mercantil, o mais tradicional jornal de economia e negócios do País. Ao que tudo indica, 29 de junho de 2009 marcará o fim da saga da publicação que, por décadas, foi referência para o jornalismo econômico brasileiro.
A partir da segunda-feira 1º de junho, os funcionários entrarão de férias por 30 dias, na expectativa de que surja um investidor disposto a bancar o diário.
O empresário rescindiu o contrato de licenciamento e devolveu o jornal a Luiz Fernando Levy. Há a possibilidade, remota é verdade, de a família Levy reassumir o jornal.
Fundada em 1920 pelo empresário e político Herbert Levy, a Gazeta acumulava uma dívida trabalhista de 200 milhões de reais, quando passou ao controle de Tanure.
A Companhia Brasileira de Multimídia (CBM) de Tanure argumenta que não é sucessora da empresa de Levy, embora uma decisão judicial tenha declarado a responsabilidade da empresa. Tanure afirma dispor de ‘farta munição’ para contestar judicialmente esse vínculo.’
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Felipe Marra Mendonça
A obsessão da Microsoft
‘A obsessão da Microsoft com a concorrência é histórica. A estratégia consiste em soterrar os oponentes sob uma montanha de dinheiro usada na criação de um produto semelhante. Foi o que se viu com o nascimento do Internet Explorer e a derrocada do Netscape Navigator. A empresa também utiliza a vantagem financeira na divulgação de produtos inferiores, enquanto desqualifica a concorrência, como contra a Apple e seus produtos supostamente caros demais.
Agora, a meta é tirar do Google a primazia entre as ferramentas de busca na internet. Isso foi tentado antes, mais recentemente no fim de 2008, quando a empresa pagava para que usuários baixassem um programa que registraria os usos do Microsoft Live Search. A cada busca efetuada o usuário recebia um tíquete virtual, para um acúmulo máximo de 25 por dia. Ao final da promoção, o usuário poderia trocar os vales por prêmios ou doar o valor equivalente para caridade. Ou seja, a conhecida estratégia de jogar dinheiro na direção de um problema.
Infelizmente para a gigante de Redmond, esse esforço não rendeu grandes frutos. Mas o próximo passo promete ser bem mais contundente. A Advertising Age publicou, em sua edição do dia 25, que a empresa pretende gastar entre 80 milhões e 100 milhões de dólares para promover o Bing, a ferramenta de buscas em que aposta as fichas para ficar mais próxi-ma do Google. A publicação compara o gasto com os cerca de 25 milhões de dólares investidos pelo Google no ano passado. Isso dá uma medida de quanto a empresa espera do novo produto.
A Microsoft parece não querer falar diretamente sobre a concorrência, e não deverá mencionar o Google ou o Yahoo! pelo nome, mas sim explicar que as ferramentas de busca atuais não funcionam tão bem e não acham exatamente o que os usuários querem. Resta saber se por trás de tanto marketing estará um produto que seduza as pessoas a trocar a ferramenta de buscas favorita.
Foi o que o Google conseguiu ao longo da caminhada até o topo da preferência dos usuários. Ofereceu um produto notavelmente melhor do que a concorrência, embora os antecessores fossem bem diferentes e ado-tassem nomes hoje esquecidos como Altavista, Lycos e Hotbot. O embate mais recente da Microsoft foi contra o iPod, da Apple, com o lançamento do Zune. Os números apontam o fracasso da plataforma. O Zune vendeu pouco mais de 3 milhões de unidades nos últimos três anos. O número impressiona, mas a Apple vendeu mais de 156 milhões de iPods no mesmo período. O Zune HD (confira no Prazer de Ponta) é a nova aposta da companhia e parece ser um rival muito competente, mas o chão a percorrer até o líder de vendas é grande.
O lançamento oficial do Bing ocorreu durante a conferência D: All Things Digital (http://allthingsd.com/d/) do Wall Street Journal. Por mais que seja complicado tirar o Google do pedestal das buscas, será interessante acompanhar o esforço da Microsoft. E qualquer produto com um nome como Bing não pode ser de todo ruim.’
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