Os principais jornais e estações de rádio do Senegal organizaram um ‘blecaute de notícias’ no dia 21/7 em protesto contra o linchamento de dois repórteres por policiais em uma partida de futebol entre Senegal e Libéria no mês passado. Manifestantes pediram a interrupção da transmissão de todas as emissoras de rádio e de TV, além da não publicação dos jornais diários. As principais estações de rádio privadas, Sud FM e Radio Futurs Medias (RFM), não transmitiram na segunda-feira (21/7) e os maiores jornais diários – Le Populaire, L’Observateur, Le Quotidien e Sud Quotidien – não foram publicados nesse dia. Apenas o diário do governo Le Soleil, a rede pública de TV RTS e quatro outras emissoras privadas ficaram de fora do blecaute. Violência gratuita Boubacar Kambel Dieng, chefe de esportes da RFM, e Karamoko Thioune, da West Africa Democracy Radio (WADR), acusaram a polícia de baterem violentamente em ambos durante a partida. Dieng chegou a passar 20 dias se recuperando em um hospital na capital, Dacar. Diversas passeatas têm acontecido no país em protesto ao tratamento que os jornalistas receberam. Em 8/7, após reclamação dos advogados de Dieng, uma corte regional em Dacar abriu um inquérito judicial sob acusação de ‘violência e atos de tortura impedindo o direito de trabalhar’. O ministro do interior do Senegal absolveu os policiais de culpa em comunicado no dia 10/7. Segundo o ministro, Dieng ‘provocou a confrontação ao dar um soco em um policial’ e gritar insutos. Informações da AFP [ 21/7/08].