A ombudsman do Washington Post, Deborah Howell, dedicou sua coluna de domingo [20/7/08] à cobertura da campanha presidencial pelo diário. Segundo ela, o Post deveria escrever mais sobre os candidatos John McCain e Barack Obama – como o que os leitores pensam sobre eles e o que os dois farão caso sejam eleitos. Deborah acha que os repórteres do diário são bons em escrever matérias do dia-a-dia e em cobrir as gafes dos candidatos. Mas ainda há pouca biografia e cobertura de assuntos substanciais, de maior profundidade e relevância.
Os leitores escrevem diariamente à ombudsman pedindo imparcialidade na cobertura dos candidatos, embora isto signifique muitas vezes que eles querem uma cobertura mais privilegiada de seu candidato. Os que apóiam Obama, por exemplo, acham que a imprensa ama McCain. Já os que apóiam McCain estão certos em dizer que Obama recebe mais cobertura da mídia. Isto se deve ao fato de McCain ser mais conhecido e também por conta das concorridas primárias, que deram mais visibilidade a Obama. Leitores reclamaram (http://www.teste.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=494VOZ004) recentemente de uma matéria do Post sobre um desconto de empréstimo à compra de um imóvel concedido a Obama. Já outros criticaram uma pergunta de uma pesquisa do Washington Post-ABC News, que supostamente favorecia McCain em relação ao Iraque.
Em seu monitoramento da cobertura do diário desde novembro do ano passado, Deborah observou que há quase o dobro de matérias sobre a disputa em si (675), em relação a questões de assuntos substanciais (295) e biografia (99). Em parte, isto ocorreu devido às longas primárias e ao número de candidatos.
Bill Hamilton, subchefe de redação de política, disse que o diário tem intenção de contar mais sobre a vida de Obama e McCain, mas em um momento no qual os leitores estiverem mais focados nas eleições. Dois repórteres, Michael Leahy e David Maraniss, já foram escalados para escrever biografias dos candidatos.