Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Morte de jornalista inglês continua sem explicação

Procuradores ingleses afirmaram que não há provas suficientes para culpar ninguém pela morte do jornalista britânico Terry Lloyd, de 50 anos, no Iraque em 2003. Lloyd trabalhava para a emissora britânica ITN e acompanhava uma invasão americana no sul do país. Na época, as investigações e evidências indicavam que ele havia sido morto pelas tropas americanas.


Lloyd e mais três jornalistas foram pegos em fogo cruzado entre tropas americanas e iraquianas. Os quatro foram poucos dos jornalistas que resolveram cobrir a guerra sem se incorporar ao exército dos EUA ou do Reino Unido. O tradutor e intérprete de Lloyd também foi morto e o corpo de um câmera francês nunca foi encontrado. Apenas um colega belga sobreviveu.


Em 2006, um inquérito britânico determinou que as forças americanas ilegalmente mataram o repórter ao atirarem em sua cabeça enquanto ele deitava em uma ambulância improvisada. No dia 28/7/08, no entanto, o Serviço de Procuradoria da Coroa Britânica pronunciou que não é possível determinar quem disparou o tiro fatal.


A equipe de Lloyd viajava para a cidade de Basra quando foi atacada por iraquianos. Forçados a voltar por onde vieram, as forças americanas se enganaram achando que se tratava de um carro inimigo e abriu fogo contra a equipe. Depois disso, um mini-ônibus civil carregando Lloyd e feridos iraquianos ao hospital, foi atacado, aparentemente pelos americanos.


Análises de laboratório indicam que ele foi morto por uma bala disparada por arma americana, mas que é possível que ele foi primeiro baleado por iraquianos. ‘Foi uma investigação difícil e complexa’, afirmou Sue Hemming, chefe da divisão antiterrorista da procuradoria. ‘Todo cuidado foi tomado na formação do inquérito e na revisão das evidências.’


A ITN se disse decepcionada com a decisão e acusou as autoridades americanas de não cooperarem. O Pentágono afirmou que a investigação do caso de Lloyd foi encerrada em maio de 2003 e determinou que ‘as tropas americanas seguiram as regras’. Reportagem de Raphael G. Satter [AP, 28/7/08].