Jornais e revistas pareceram neste fim de semana estar dispostos a manter o Senado sob pressão a fim de eliminar os abusos que começaram a pipocar a partir de 2 de fevereiro.
A sondagem de opinião pública publicada pela Folha de S.Paulo no sábado (21/3) acrescentou ao assunto um dado extremamente relevante: a reprovação da sociedade ao comportamento do Congresso cresceu seis pontos quando comparada com os percentuais de novembro passado.
Ainda não é a pior marca: em novembro de 2007, enquanto Renan Calheiros teimava em manter-se na presidência do Senado apesar dos escândalos, a rejeição ao Congresso era oito pontos maior.
Coluna semanal
Como os nossos partidos são extremamente frouxos em matéria de moralidade, a pressão em cima dos congressistas só pode ser exercida pelos meios de comunicação. Desta vez, a mídia está conseguindo aquele mínimo de continuidade para evitar que as malfeitorias sejam varridas para debaixo do tapete.
Este mínimo de continuidade, porém, está distante dos níveis necessários para dar um susto nos prevaricadores. Basta ver que, no domingo (22/3), apenas o Estado de S.Paulo manteve na primeira página o noticiário sobre a farra do Senado. O Globo e a Folha, cada um com suas razões, não têm condições de encostar à parede o novo-velho presidente do Senado, José Sarney, cuja reeleição acendeu os brios e iniciou o processo de repúdio nacional e internacional aos desmandos dos nossos legisladores.
Sarney é o vice-rei do Brasil, não é por acaso que quando chegou ao Amapá na última quinta foi aclamado como ‘rei’. Se o desejar, manda reinstalar o Conselho de Comunicação Social e o destino da mídia brasileira ficará em suas mãos. Em compensação, quando Sarney perder a coluna semanal que tem na página 2 da Folha será o sinal de que o processo de saneamento é irreversível e já começou.