O Egito proibiu transmissão da cobertura do assassinato brutal sofrido por uma cantora pop libanesa após algumas reportagens em jornais regionais terem afirmado que seu assassinato foi supostamente encomendado por um poderoso homem de negócios egípcio. Suzanne Tamim, de 31 anos, foi encontrada esfaqueada e decapitada no mês passado em Dubai. Sua morte tem sido manchete principal em toda a mídia do mundo árabe, exceto no Egito – no dia 8/8, Abdel-Meguid Mahmoud, procurador-chefe do país, proibiu a cobertura sem dar explicações.
No dia 12/8, o editor do al-Dustour, jornal independente egípcio, foi questionado por procuradores por ter violado a regra com uma matéria no domingo sobre a morte de Suzanne. Autoridades baniram a distribuição da edição, mas o artigo continuou disponível na página de internet do jornal. O artigo de capa trazia citações de duas fontes afirmando que um ex-policial egípcio e dois seguranças de hotel do Cairo confessaram ter matado a cantora a mando de um rico homem de negócios.
Outros jornais fora do Egito reportaram as mesmas alegações, mas, segundo Salah Nasrawi [AP, 12/8/08], o al-Dustour foi o primeiro veículo egípcio a tentar publicar a notícia. Procuradores apareceram na redação para questionar o editor-executivo e dois repórteres foram intimados a responder a um interrogatório oficial.
Outros jornais egípcios publicaram notas sobre a proibição e reclamaram que o governo estava tentando impedir implicações a quaisquer nomes proeminentes. Homens de negócio têm adquirido importância cada vez maior no partido em vigência no país nos últimos 10 anos.