Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Rita Celia Faheina

‘A chamada estava em destaque na capa de O POVO na edição do último domingo. O resumo da notícia, além da indicação da página onde deveria estar publicada, anunciava o lançamento de um edital para o concurso de professores com a oferta de 1.264 vagas para as escolas municipais. Mas o leitor que seguiu a indicação de ler as informações na página dois do caderno Populares + Empregos ficou decepcionado. A matéria divulgada no espaço era sobre a contratação temporária para o cargo de agente censitário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mesmo folheando todo o caderno, nada foi publicado sobre o concurso. O leitor Aurílio Lima Vieira disse que leu, releu e voltou página por página sem encontrar as informações. ‘O pior é que a mesma notícia sobre o concurso do IBGE estava repetida na página 10 do mesmo caderno’, reclamou. Não só a notícia citada pelo leitor, mas todo o conteúdo da página. Quer dizer, o jornal saiu com páginas iguais repetindo o erro que cometera nas edições dos dias 30 e 31 de agosto passados, quando houve a repetição de uma página inteira no caderno de Economia. As mesmas notícias da página 26 da edição do dia 30 estavam na página 24 do dia seguinte.

‘Como é que o jornal anuncia um assunto na capa e não publica? Outros colegas também ficaram indignados porque não encontraram as informações sobre o concurso para professores do Município’, completa o leitor Aurílio Vieira. Apenas os internautas que acessaram o Portal O POVO Online é que encontraram a matéria completa.

Embora tenha citado o erro no comentário interno de segunda-feira passada, nenhuma desculpa foi dada aos leitores através da seção ‘Erramos’, nas páginas de Economia. Só na quarta-feira , 10, é que, finalmente, o leitor pôde ter as informações sobre o concurso com a publicação da matéria na página 21 com o título ‘Prefeitura lança edital com 1.264 vagas’.

A desculpa estava no texto. Informava que deveria ter sido veiculada na edição de domingo, 6, mas por problemas técnicos o conteúdo só pudera ser publicado no O POVO Online. Como na matéria anterior, o termo ‘problemas técnicos’ foi usado para a explicação aos leitores. A ombudsman, mesmo solicitando, por e-mail , uma explicação da editora do Núcleo de Negócios, Neila Fontenele, não obteve resposta sobre o erro nas duas ocasiões.

Outras repetições

Nos últimos meses, tenho notado que várias matérias e notas saem repetidas na mesma edição do jornal. Uma das mais recentes foi sobre os crimes contra a Previdência Social. Na última segunda-feira, 7, as mesmas informações (enviadas por agências de notícias) foram publicadas nas páginas de Política e Brasil. Inclusive foi utilizada a fotografia idêntica da chefe da Divisão de Repressão a Crimes Previdenciários da Polícia Federal, delegada Virgínia Vieira Rodrigues Palharin.

No caderno Buchicho, pág. 3, por exemplo, a nota com o título ‘Coisa Pouca’, sobre o reality show A Fazenda, da Record, saiu repetida na mesma página. Uma semana antes, Francisco Serra, entre outros leitores, reclamara da repetição do horóscopo e da troca dos signos, nas páginas 6 e 7 também do Buchicho.

Muitas outras notas têm saído repetidas, tanto nas colunas como nos chamados ‘2 min’ (notícias breves), mas com informações diferentes. Vejamos os exemplos da edição da última terça-feira, 8. Nas colunas Vertical S/A (Economia) e da Sônia Pinheiro (Vida & Arte) foi publicada a mesma informação: Início da Casa Cor no fim deste mês. Porém, na Vertical S/A informava que seria aberta ao público na Rua Marcos Macedo e, na Sônia Pinheiro, na rua Visconde de Mauá. Qual a informação correta? No site da Casa Cor Ceará 2009, informa que será na rua Visconde de Mauá, 1000, no bairro da Aldeota, entre as ruas Maria Tomásia e Marcos Macedo.

Outra nota repetida , na mesma edição do jornal, última terça-feira, dava novas informações diferenciadas. A coluna Vertical se referia à entrega de uma lancha patrulha, pelo ministro da Pesca e Aqüicultura, Altemir Gregolin, ao escritório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no Ceará, para a fiscalização da pesca da lagosta. A notícia informava que a entrega seria às 10h30min. Na página 5 (Fortaleza), encontrava-se a mesma matéria com um horário diferente: a entrega seria às 8 horas. O leitor ficou sem saber o horário correto.

Mais uma contradição em notícias sobre o mesmo assunto publicadas pela coluna Vertical e a editoria de Fortaleza foi notada na edição do dia 17 de agosto passado. Referia-se a uma homenagem ao Desafio Jovem (para recuperação de dependentes químicos) e ao médico Silas Munguba, fundador da instituição, que morreu em junho passado. Na Vertical informava que a instituição completava 30 anos. Na notícia da página 5, que o Desafio Jovem tinha sido criado há 34 anos. Só mesmo pesquisando na Internet. A instituição foi inaugurada em 16 de junho de 1975. Muitos leitores podem achar que são detalhes, mas não são. Jornalismo se faz com responsabilidade, com informações precisas e os exemplos citados não foram corrigidos pelo jornal.’