Censores da Malásia baniram dois livros sobre o Islã alegando que eles oferecem uma imagem deturpada da religião – decisão contestada por um grupo de mulheres muçulmanas ativistas que publicaram uma das obras. O governo decidiu proibir os livros porque acredita que eles podem subestimar a fé do povo, segundo reportou a agência de notícias nacional Bernama. Os livros em questão são o de língua inglesa Mulheres Muçulmanas e o Desafio do Extremismo Islâmico e o de língua malaia Estranho, mas Verdadeiro, em Preces (tradução livre). O grupo ativista Irmãs no Islã, que publicou o livro sobre mulheres muçulmanas, criticou a proibição. Norhayati Kaprawi, ativista do grupo, disse que o livro é um trabalho acadêmico no qual se estudou o impacto do extremismo muçulmano na vida das mulheres. ‘É muito irônico que o próprio livro seja vítima de extremismo. Quer dizer que mulher não pode nem discutir extremismo?’, disse. ‘O que querem que façamos? Que deitemos e calemos a boca?’ Norhayati disse que o Irmãs no Islã não recebeu nenhuma reclamação sobre o livro, que é distribuído desde 2005. O grupo não foi informado da proibição e do fato de que algumas passagens teriam alarmado autoridades. Segundo reportagem de Julia Zappei [AP, 15/8/08], o governo da Malásia freqüentemente revisa livros e publicações que podem conter material sensível, focando principalmente em religião e sexo. No começo do ano, o país adicionou 11 livros à sua lista de proibições – a maioria lançada por editoras americanas – por supostos erros de interpretação do Islã, tais como ligá-lo ao terrorismo e a maus tratos a mulheres.