Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Comunicadores de ciência lamentam perda do acervo do Museu Nacional

A Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Ciência, manifesta seu repúdio e lamenta pelo incêndio que aconteceu na noite de domingo (2 de setembro) no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Considerada a primeira instituição científica do Brasil, o museu abrigava um dos maiores acervos de história natural da América Latina, incluindo o fóssil mais antigo de nosso continente, uma coleção de meteoritos, diversas múmias egípcias e outros itens de inestimável valor.

Perdemos objetos e documentos caros à história de nosso país e de toda a humanidade. Mais que isso, o incêndio é a representação mais trágica de um cenário desolador para a ciência no Brasil, que convive com a míngua e o corte de verbas há anos. Uma nação que não valoriza e investe na pesquisa e na educação está fadada ao atraso e à mediocridade.

Não custa lembrar: as labaredas que destruíram ontem o Museu Nacional também já haviam acabado com o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo no ano de 2015. Quantas outras instituições estão sob o mesmo risco? Quais providências foram, são e serão tomadas para que essas tragédias não continuem a ocorrer?

Exigimos das autoridades municipais, estaduais e federais que ocupam agora os postos de poder explicações e uma apuração dos fatos. Ao mesmo tempo, exigimos das autoridades políticas que estão em campanha eleitoral e vão comandar a máquina pública a partir de 2019 um plano de longo prazo para as ciências em nosso país.

Por fim, gostaríamos também de nos solidarizar com todos os funcionários, professores e cientistas que trabalhavam no Museu Nacional.

Nós, na condição de jornalistas e comunicadores, estamos ao lado de vocês e nos comprometemos a trabalhar cada vez mais para que a ciência seja mais respeitada e valorizada no Brasil.

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Criada em 2018, a Rede Brasileira de Jornalistas e Comunicadores de Ciência (RBJCC) visa aproximar os profissionais que trabalham nessa área, chamar a atenção para a importância de divulgar conteúdos relacionados à ciência e, de maneira geral, melhorar cada vez mais a qualidade do que é produzido e publicado sobre saúde, meio ambiente, física, astronomia, agronomia e demais temas dentro dessa editoria.