Que audiência é o primeiro e talvez o único fator motivacional na TV brasileira para retirada ou mudança de um programa de horário, isto é mais que sabido. Mas o nível a que se está chegando na TV tupiniquim é assustador. Notas pipocam e demonstram a que nível de calamidade pública chegou à nossa televisão. Ao ler ‘Esse é o máximo que a emissora de Sílvio Santos ofereceu para tirá-la da Band’. No entanto, surgiram rumores, ontem (26/3), de pessoas ligadas a Márcia Goldschmidt, de que o SBT estaria estudando a possibilidade de bancar o que ela ganha na Band: em torno de R$ 250 mil. No mês de março, até ontem, Márcia tem ganhado do SBT no Ibope. A média dela é quatro contra três da concorrente. Em alguns momentos, ela supera também a Record na coluna ‘Zapping’ do jornal Agora. Ou manchetes como ‘Ratinho vai comandar jornalístico no SBT, informa Ooops!’, da Folha Online, chego a pensar que os jornais não mais noticiam, mas sim, criam ficções factíveis que, devido à bucefalização da sociedade e sua verossimilidade, podem se considerar quiçá uma possível verdade.
Adiante sigo dizendo: ‘O que diabos estamos vivendo? O apocalipse midiático ou um pandemônio sócio cultural?’ É impossível conceber que em plenos anos 2009, uma emissora resolva recuperar índices apelando ao falido e roto caminho do ‘quanto pior, melhor’. E nem quero falar que criaturas increptas ganham mais que os políticos do país, que Añadir imagen’ class=’gl_photo’ border=’0’> muitas vezes são ditos como a pior estirpe deste território que sequer constar no mapa mundial como país.
Produções monótonas
Quando se pensa que a ex-vice líder do país tem como único recurso para despiorar seus fétidos índices frente a uma Record que há anos investe em programação trazer novamente à tona Ratinho como aposta de Sílvio Santos para alavancar a audiência por volta das 18h. Em um momento em que o SBT enfrenta um quadro de queda constante no chamado horário nobre, o mais valioso comercialmente. É de se parar e pensar: em que mundo estamos? Se a Globo cai vertiginosamente a cada mês, o SBT idem, e, ao mesmo, Band e Record sobem, como a décadas não. O que há? Esse discurso débil de que a Record cresce por dinheiro de fiéis da Universal e Band por acidente é tão hipócrita e tão primitivamente sectário que tenho medo de continuar a frase e ser processado por incultos ‘fiéis’ dos estereótipos discursos sócio normativos midiáticos vigentes desde a ditadura no país que prefiro me reter.
Se para alguém não é claro os acertos de Band e Record que são os óbvios e evidentes motivos de seu desempenho frente a um público saturado das mesmices globais e do descompromisso do SBT com horários, e vide também seus artistas, venho eu gritar desde os pampas até o norte equatorial: Acorda, Alice!
O absurdo investimento da Record em telenovelas não pode ser sufragado por estigmas construídos por uma propaganda nazista da era ditatorial. Se em tempos idos o SBT sem planejamento pode com o hoje global Walcir Carrasco ser exitoso, e até em momentos líder de audiência, por que a Record investindo em publicidade, marketing corporativo, assessoria de imprensa (talvez a melhor do país, hoje) entre outros muitos investimentos ser algo competitivo as monótonas produções da toda poderosa.
Chavão eterno
Pensar que a Band não mereceria com o líder em 13 países e presente em 24 CQC lograr êxitos é de uma sordidez ou imbecilidade que me assista, ou melhor, me deprime.
Uma pergunta que às vezes me parece ser um chavão eterno criado por mim é: ‘Quando qualidade terá mais valor que status nessa pseudo-nação verde e amarela?’
******
Ator, diretor teatral, cantor, escritor e jornalista