Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.
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Folha de S. Paulo
Terça-feira, 14 de abril de 2009
CUBA
Raúl não comenta, mas TV noticia medidas
‘Num movimento inusual, o principal noticiário da TV cubana estatal divulgou ontem as liberação total de viagens de cubanos-americanos à ilha -frisando que o endurecimento e prometeu ampliar a informação O governo Raúl Castro ainda não havia se pronunciado sobre as medidas anunciadas pelos EUA até o fechamento desta edição, mas o certo é que a liberação de viagens de cubanos-americanos à ilha é histórica: restabelece um parâmetro que só vigorou durante a gestão Jimmy Carter (1977-1982) nos últimos 47 anos de conflito.
Além disso, cubanos comuns e autoridades esperam do fim da proibição frutos imediatos: que o fluxo maior a Cuba leve algum alívio para uma economia em crise -cerca de US$ 500 milhões extras. Na semana passada, o governo anunciou déficit de 73% na balança comercial em 2008 e o preço do níquel, principal produto de exportação, despenca a ponto de inviabilizar a exploração em algumas minas do país. Se a liberação de viagens era uma promessa de campanha esperada, a permissão para que empresas de telecomunicações ofereçam serviços à Havana como TV a cabo, hoje ilegal na ilha,não havia sido antecipada e dependerá de uma improvável anuência do regime.
Apesar da retórica da Casa Branca de que a medida espalhará a mensagem democrática em Cuba, esse é, de todo modo, o primeiro ‘buraco’ para transações comerciais-empresariais entre os países desde a permissão para a venda de comida e remédio no começo desta década. ‘Parece-me positivo se as empresas puderem oferecer serviços para melhorar a conexão de internet na ilha’, diz Phill Petters, especialista em Cuba do americano Lexington Institute. Para além da censura do regime na rede, atualmente, o embargo impede que ligação por fibra ótica com os EUA.
Primeiro revés
Quando o Congresso americano aprovou o primeiro relaxamento para as viagens de familiares, em março, o oficial ‘Granma’ classificou a medida de ‘primeiro revés’ para os anticastristas de Miami. Mas o próprio Fidel Castro reclamou de Barack Obama não ter aventado permitir as viagens de todos os americanos a Cuba, proibidas desde 1963.
Em geral, analistas de Cuba ouvidos pela reportagem concordam com Fidel: o gesto de Obama é positivo, ainda que nada audaz. Mas Jorge Piñón, da Universidade de Miami, Luiz Bernardo Pericás, da Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), além do próprio Petters, estão otimistas. Um dos motivos é que Obama não descartou novas medidas e deixou claro que toda a política está ‘sob revisão’. Uma das críticas, porém, foi a ausência de menção à retomada de contatos diplomáticos diretos, já que Obama tem defendido a ferramenta com outros países.
Para Petters, os anúncios serão saudados cautelosamente por líderes latino-americanos na Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago, onde o tema de Cuba se instalou como teste para Obama. ‘Há um consenso na região sobre a normalização das relações. Concordaria com o presidente Lula se a avaliação dele fosse a de que esse gesto é pouco, considerando que os EUA têm contatos com vários regimes não democráticos em várias partes do globo.’’
JORNALISMO ECONÔMICO
O joio, o trigo e a economia
‘SÃO PAULO – Há uma velha brincadeira sobre jornalismo que diz que o que fazemos é separar o joio do trigo, jogar fora o trigo e publicar o joio. Piadinha engraçada e, às vezes, verdadeira.
Menos no caso das previsões sobre economia. Neste caso, nem nos damos ao trabalho de separar o joio do trigo. Publicamos ambos, e o leitor que trate de separar um do outro para sentir-se bem informado. Até tive a esperança de que, com a crise e o colossal fracasso de nove entre dez economistas em prevê-la, haveria um refluxo no torneio de palpites que é dizer como será o futuro da economia. Pura ilusão. Passados uns momentos de silêncio meio envergonhado, eis que a fábrica de palpites voltou a funcionar -e em três turnos.
O mais recente palpite é o das instituições financeiras que atuam no país: segundo o UOL, elas revisaram para baixo, pela sexta semana consecutiva, a sua previsão para o PIB em 2009. Agora, chutam retração de 0,3%. Há apenas seis semanas, previam crescimento (1,5%), não retração.
O que aconteceu nesse mês e meio para uma mudança tão drástica no palpite? Nada de relevante. E nós continuamos a publicar, semana após semana, os chutes travestidos de previsão. Nem nos lembramos que o Datafolha, quando divulga suas pesquisas, informa direitinho o número de pesquisados, as cidades em que foi feita a pesquisa, a margem de erro e avisa claramente que se trata apenas do retrato daquele momento, não a adivinhação do resultado final.
Na economia não. Alguém aí sabe como cada instituição financeira faz seus cálculos?
Podem até acertar. Mas, se há um mês e meio enxergavam uma coisa e agora veem outra radicalmente diferente, como alguém pode acreditar que são realmente capazes de prever o que vai acontecer daqui a oito meses e meio, quando termina o ano de 2009?’
O CARA
O que vai ser de nós?
‘RIO DE JANEIRO – Eu estava editando uma revista de atualidades. A redação vazia ainda, o melhor fotógrafo da equipe senta à minha frente, cabeça baixa, olhos fundos, voz arrastada: ‘O que vai ser de nós?’.
Levei um susto. Tudo estava nos eixos, boas vendas, nenhuma crise ameaçando nossos empregos, nem o dele nem o meu, que diabo, logo de manhã, uma advertência daquelas. ‘Vai ser o que de nós?’, perguntei, embora não alarmado.
A resposta veio sofrida: ‘Chagall morreu… O que vai ser de nós?’. Bem, a coisa não era tão trágica assim. Por maior que fosse a minha admiração por Chagall, acreditava que o mundo continuaria o mesmo, principalmente para mim. Pensando bem, até que melhor para a revista. Teria assunto para a capa e para quatro nutridas páginas do número que começaria a fazer.
Pulando no tempo e no espaço. Quando Stálin morreu, em 1953, a turma do Kremlin se reuniu e decidiu não divulgar a notícia, temia uma hecatombe. O povo acreditava que, Stálin morto, o Sol não nasceria no dia seguinte. O que seria do heroico homem comum que resistira a Napoleão e a Hitler, mas não suportaria viver sem o Guia Genial dos Povos, o ‘pápuska’ de todos. O mais sábio era esperar pelo dia seguinte, ver se o Sol nasceria mesmo. Seguro morreu de velho.
Eu ia lembrando isso ao desconsolado repórter, a humanidade ficaria mais pobre sem o gênio de Chagall, mas o Sol já havia nascido lá para as bandas de Niterói, prosaicamente, como fazia todos os dias. Não havia motivo para alarme.
É bem verdade que certas coisas que acontecem no mundo volta e meia me inquietam. Bem ou mal, íamos levando a vida, até que o Obama descobriu que Lula é o cara. Antes, quando não sabíamos disso, tínhamos alguns problemas, mas dávamos a volta por cima. Agora, o que vai ser de nós?’
TODA MÍDIA
Abrindo para negócios
‘Com a foto ao lado, a manchete on-line do ‘Miami Herald’ saudou a retirada de ‘algumas restrições’ às relações de americanos com Cuba.
Em análise, ‘Depois do aceno de paz de Obama, o próximo movimento é de Cuba’.
Em sua manchete, o ‘Washington Post’ destacou que também ‘restrições de telecomunicações’ foram derrubadas, com ‘exceções ao embargo’ para, por exemplo, celulares. Na submanchete do ‘Wall Street Journal’, atenção às novas ‘regras para negócios: companhias americanas de telecomunicações podem tirar licença para operar na ilha’.
À PRAIA
O HuffPost festejou com passaporte e cartões postais a queda das restrições às viagens de férias a Cuba
DE CUBA, SILÊNCIO
Até o fechamento, a mídia estatal cubana não havia sequer registrado a decisão. Em relação ao tema, a home do ‘Granma’ criticava grupos de ‘contra-revolucionários’ que, clandestinos na ilha, estariam pressionando Obama para não cortar seus recursos.
Na ‘Reflexão do companheiro’ publicada ontem, Fidel Castro tratou da ‘vitória inevitável de Evo’ com sua greve de fome presidencial na Bolívia.
NO VIZINHO
A ‘Economist’ destaca que Obama vai antes ao México tratar da violência e só na sexta encara toda a Cúpula das Américas
MAIS INDÍCIOS
Era a notícia financeira mais esperada na semana, pela ‘Economist’ ao menos, por ‘indicar se os grandes bancos americanos estão se recuperando’.
E o Goldman Sachs divulgou ontem, para as manchetes on-line do ‘WSJ’ e do ‘Financial Times’, um lucro que ‘superou expectativas’ e veio acompanhado do anúncio de uma oferta de US$ 5 bilhões em ações.
De quebra, as ações do Citigroup ‘saltaram’. Também por aqui, no enunciado da Reuters Brasil, ‘China e otimismo com bancos dos EUA’ levaram a nova alta na Bolsa, a terceira seguida.
A CAIXA FINANCIA
Na manchete da Folha Online ao longo do dia todo, ‘Financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal cresce 119% no primeiro trimestre’ e fica ‘na ordem de R$ 7 bilhões’. E na manchete da estatal Agência Brasil, também ao longo do dia, ‘Estados e municípios já podem aderir a programa habitacional’. Depois da demissão no Banco do Brasil, Lula elogiava ontem a Caixa, no Terra.
O BC SE EXPLICA
Com longa entrevista e a foto ao lado, na capa do ‘Valor’, o presidente do Banco Central, Henrique Meireilles, iniciou esforço de mídia que avançou depois às manchetes do UOL e da Reuters Brasil.
Nos enunciados, ele surgiu dizendo que ‘ação do BC evitou alta de juros no mercado’, que ‘juros podem cair mais’, que o ‘Brasil sai da crise antes do que outros’ etc.
Sobre não ter cortado a Selic em dezembro, ‘há um erro de avaliação desses críticos. A atividade econômica tem relação mais forte com a taxa do mercado a termo de 360 dias. A taxa de 360 dias passou a ter queda a partir de dezembro, refletindo sinalizações do BC. Portanto, foi um movimento bem-sucedido’.
DAVOS COM FAVELA
As agências acompanham a reunião preparatória para Davos, no Rio, que ‘Lula usa para chegar fortalecido à Cúpula das Américas’.
Antonio Regalado, no ‘WSJ’, nota que, dos morros, ‘a pobreza desafia a elite’ do Fórum Econômico.
CIDADÃOS DIGITAIS
No ‘El País’, Juan Arias produziu longa reportagem sobre o esforço do Brasil ou do ‘governo Lula’ para ‘liderar o uso da internet no mundo’, com ‘inclusão digital de 100% dos cidadãos, a começar dos pobres’ e seguindo o modelo das ‘favelas do Rio’.’
CAMPANHA
Governo usará TV para divulgar lei antifumo
‘O governo de São Paulo irá realizar uma ampla campanha publicitária, incluindo propaganda na TV, para a divulgação da lei antifumo, aprovada na semana passada pela Assembleia. Também irá disponibilizar um site para receber denúncias de estabelecimentos que não respeitarem a nova legislação.
A decisão de investir na propaganda -ainda não há valor estimado do quanto será gasto nas peças- foi tomada ontem, em reunião no Palácio dos Bandeirantes da qual participaram os secretários da Comunicação, Bruno Caetano, da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, e da Justiça, Luiz Antonio Marrey.
O governador José Serra (PSDB), que pretende disputar a eleição presidencial de 2010, tem à sua disposição cerca de R$ 227 milhões para gastos com publicidade neste ano. Trata-se de um valor 43,6% maior do que o do ano passado.
A nova legislação antifumo, uma das iniciativas mais polêmicas de Serra, proíbe o tabagismo em locais fechados, incluindo bares e restaurantes, e em qualquer lugar que tenha uma cobertura -não será possível acender um cigarro sob a marquise do parque do Ibirapuera, por exemplo. Os espaços específicos para fumantes, os chamados fumódromos, terão de ser totalmente banidos.
As multas contra os locais que desrespeitarem a lei chegam a R$ 3 milhões. Elas serão aplicadas apenas aos estabelecimentos. Não há previsão de pena para fumantes.
A lei prevê que poderá ser utilizada até força policial para que as restrições sejam seguidas, motivo pelo qual o secretário da Segurança Pública estava presente na reunião de ontem.
O projeto de lei, de autoria do Executivo, foi aprovado com ampla maioria na Assembleia. O texto ainda não chegou ao Palácio dos Bandeirantes para ser sancionado por Serra.
O plano de comunicação para fazer valer a lei deve começar assim que o governador assiná-la. Além de abrir a possibilidade das denúncias on-line, algo já previsto no texto aprovado pelos deputados, o site que o governo paulista pretende colocar no ar trará uma série de informações sobre a nova legislação para que a população tire dúvidas sobre sua aplicação.’
PUBLICIDADE
Ronaldo, o brahmeiro
‘BEBERRAZ leitor, alcoofilista leitora, vocês viram o comercial do Ronaldo? O comercial da Brahma? Para quem não viu, faço um resumo: ele aparece driblando vários obstáculos, faz um trocadilho entre o suor dele e o suor da cerveja e acaba dizendo, com um copo na mão, que é um ‘brahmeiro’.
Como assim? Um atleta importante fazendo comercial de cerveja? Ou pior, um atleta ainda gordo, em recuperação, fazendo comercial de cerveja? Não entendi. E não entendi porque me parece uma propaganda ruim para os dois.
Para a cerveja, porque eu, vendo o comercial, penso: ‘Poxa, cerveja engorda pra caramba!’. Para o jogador, porque mostra que ele não é um atleta sério. É um cara que bebe mesmo ainda estando longe da sua melhor forma.
A Brahma e Ronaldo já estiveram juntos em outros comerciais. É uma parceria antiga, desde que ele tinha 17 anos. Mas ela já foi mais sutil e inteligente. Lembro que houve uma propaganda chamada ‘Guerreiro’ em que apenas aparecia o rosto do jogador e havia um bom texto ao fundo. Outra trazia Ronaldo como um toureiro, driblando um touro várias vezes até que o vencia e abria a garrafa nos chifres do animal.
Mas este novo comercial está bem abaixo dos anteriores. Agora há uma ligação direta entre futebol e álcool. E obviamente os dois não combinam. A campanha ainda teve o azar de vir logo depois do anúncio de aposentadoria (talvez compulsória) de Adriano, que tem seu nome associado a problemas com bebidas. Estou longe de ser uma virgem vestal, defensor da pureza absoluta ou abstêmio radical. Até sou a favor da liberação de drogas leves (o que existe em parte, já que as bebidas alcoólicas são drogas leves), mas jogador fazer propaganda explícita de cerveja não dá. Passa da conta.
A legislação permite que as propagandas de bebidas abaixo de 13 graus GL (Gay-Lussac) sejam exibidas em qualquer horário. Por isso é que vemos comerciais de cervejas e dessas vodkas ice a toda hora. Porém, em maio de 2007, Lula assinou um decreto que classificou como alcoólica toda bebida com mais de 0,5 grau GL. Só que, inexplicavelmente, esse decreto não restringiu a propaganda de cerveja.
Voltando ao comercial, que foi criado pela agência África, no texto o atacante afirma que tem orgulho de ‘cair e se levantar’. O redator não devia estar sóbrio quando o escreveu. É uma frase muito infeliz. Uma piada pronta. Tanto que, na mesma hora, o amigo com quem eu via o jogo comentou: ‘Cair e se levantar não é grande coisa. Qualquer bêbado consegue isso’. E comparar o esforço heroico de Ronaldo para voltar três vezes ao futebol com o suor da cerveja é chamar o espectador de estúpido. É fazer troça da fantástica recuperação do jogador, que deveria falar ‘Eu sou artilheiro’ e não ‘Eu sou brahmeiro’.
A publicidade brasileira, que já foi das melhores do mundo, vem piorando nos últimos anos. Mas, agora, se superou. Acho que, pelo menos, para desencargo de consciência, esta nova propaganda deveria vir com um daqueles avisos no final, algo do tipo: ‘O Ministério da Saúde adverte: Cerveja dá barriga e faz você confundir mulher com similares’.’
INTERNET
Siga aquele famoso
‘Quem se aventura pelo microblog Twitter tem a sensação de entrar de penetra em uma festa que pode estar cheia de celebridades. É que cada vez mais gente famosa resolve ‘twittar’ todos os dias -’twitter’ significa tagarelar, em inglês-, seguindo a principal lei do site: contar em 140 caracteres aquilo que você está fazendo naquele momento.
O ator Ashton Kutcher é a celebridade que usa a ferramenta com mais vigor, fazendo, às vezes, 30 comentários por dia. Seguido por 800 mil pessoas no Twitter, ele tem usado o espaço para falar do sul da França, onde estava rodando um novo filme, ‘Five Killers’. Outro ator adepto é Stephen Fry, que postou recentemente links de fotos de filmagens em Bali.
O cineasta David Lynch é mais contido. Escreve uma ou duas vezes por dia, a primeira sempre para descrever o tempo em Los Angeles, onde mora.
Há também utilidade pública, como quando a cantora Lily Allen escondeu ingressos de seus shows nos EUA e avisou os fãs pelo Twitter. E inutilidade: Trent Reznor, do Nine Inch Nails, divulgou um disco falso no Dia da Mentira.
Para entrar nessa babel, só é preciso abrir uma conta em twitter.com e depois seguir amigos, famosos ou até mesmo instituições. Na sua página pessoal, sem nenhuma publicidade, aparecerão listados os comentários feitos pelos usuários que você selecionou. Cada cadastrado tem um pequeno espaço -de 140 caracteres- para cada comentário, que pode ser feito diversas vezes ao dia.
Quem escreve
Yoko Ono está no Twitter. Boa parte das mensagens é propaganda de seus trabalhos, com os devidos links, como a torre pela paz na Islândia, para a qual é possível mandar mensagens.
Vez ou outra, fala de John Lennon. Mas será mesmo Yoko? A possibilidade de ela usar um assistente faz sentido. É o que cocorre com o rapper 50 Cent e com Britney Spears.
O jogador de basquete Shaquille O’Neal, que escreve até em dia de jogos, responde para quem duvida dele: ‘São 140 caracteres. É pouco. Se você precisa de um ‘ghost writer’ para isso, então sinto pena de você’.’
TELEVISÃO
Globo volta às séries policiais
‘Doze anos após ‘A Justiceira’ e num momento em que outras emissoras apostam no gênero, a TV Globo volta na próxima quinta-feira ao universo das séries policiais. ‘Força-Tarefa’ terá 12 capítulos até junho, depois de ‘A Grande Família’. São histórias de uma equipe de policiais militares cujo objetivo é investigar e reprimir crimes cometidos por seus colegas de farda.
O coronel Caetano (Milton Gonçalves) dá as ordens, que cinco homens e uma mulher (Hermila Guedes, do filme ‘O Céu de Suely’) executam. Murilo Benício é o protagonista Wilson, tenente incorruptível que briga até com a namorada, Jaqueline (Fabíula Nascimento, de ‘Estômago’), quando ela compra produtos piratas.
‘Em nome dos princípios, ele abre mão de coisas que muitas pessoas não abrem’, resume Benício, que se diz um ‘viciado em seriados’. ‘Acho que é um grande segmento a se investir.’
O problema, segundo o diretor geral da série, José Alvarenga Jr., é que o investimento é alto -’200%’ a mais do que uma comédia de costumes, embora não revele valores. Cerca de 70% das cenas são externas, especialmente em favelas e bairros pobres do Rio. ‘Não é um Rio típico, de cartões-postais, mas um Rio real’, diz ele.
As tramas são de dois paulistas com grande experiência no gênero: Marçal Aquino e Fernando Bonassi. Mesmo ressaltando ser tudo ficção, Alvarenga acredita que a série possa tocar na realidade. ‘Não quero uma polícia que te para numa blitz e você fica com medo. Por causa da série, começamos a esbarrar com bons policiais, e aí fica claro que não é chapa branca o que estamos fazendo. O Brasil está com esse medo de falar bem de policial’, diz ele, que tem recebido a ajuda de ‘fontes’ da polícia.
Para Milton Gonçalves, que tem um irmão e um sobrinho policiais e já fez vídeos institucionais para a PM do Rio, o seriado pode ‘propiciar discussões na sociedade brasileira’.
FORÇA-TAREFA
Quando: quintas, às 23h
Onde: TV Globo
Classificação: não informada’
Folha de S. Paulo
Família é tema de série que estreia sexta
‘Outra nova série da Globo (estreia na próxima sexta, depois de ‘Globo Repórter’), ‘Tudo Novo de Novo’ mistura comédia e drama para tratar dos arranjos da família contemporânea. Júlia Lemmertz é Clara, uma arquiteta com dois filhos, um de cada casamento, que se envolve com o engenheiro Miguel (Marco Ricca), recém-separado e pai de uma adolescente. Os ex-maridos de uma e a ex-mulher do outro participam da trama, que tem textos de Lícia Manzo, supervisão de Maria Adelaide Amaral e direção geral de Denise Saraceni.’
Folha de S. Paulo
Folhetim da Record tem máfia e amor
‘Uma explosão criminosa na Itália dá o pontapé inicial na nova novela da Record, ‘Poder Paralelo’, que estreia hoje à noite, a partir das 22h15. Na ação, uma bomba instalada em um carro mata a mulher e as filhas gêmeas do protagonista da trama, Tony Castellamare (Gabriel Braga Nunes), que presencia a cena sem conseguir salvar sua família.
Brasileiro de origem italiana, Tony trabalha como comerciante exportador, mas é suspeito de ligação com a máfia. A ponte entre mafiosos do Brasil e da Itália também será feita pelo personagem de Antonio Abujamra, no papel do misterioso Marco Iago, que vive há anos entre os dois países e é um dos braços direitos da máfia.
A nova trama, escrita por Lauro César Muniz e com direção geral de Ignácio Coqueiro, tem o envolvimento da Polícia Federal, com Tuca Andrada como delegado que fica na cola de Tony, e Maria Ribeiro como Marília, investigadora especializada em informática.
Também terá tramas amorosas conturbadas, como a história de Nina (Patrícia França) e Pedro (Guilherme Boury), que tem metade de sua idade. Paloma Duarte é outra com um romance intrincado: ela faz uma atriz que tem um caso há anos com o empresário Bruno (Marcelo Serrado), que promete construir um teatro para ela.
PODER PARALELO
Quando: estreia hoje, às 22h15
Onde: na TV Record
Classificação: não indicada a menores de 14 anos’
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O Estado de S. Paulo
Terça-feira, 14 de abril de 2009
TELEVISÃO
Globo fará cobertura
‘A Globo promete não fazer cara de paisagem na Olimpíada de 2012, em Londres, pelo fato de os direitos exclusivos de transmissão do evento pertencerem à Record. É, mas sem aquela festa com dezenas de repórteres, comentaristas, boletins minuto a minuto. A ocasião deve ganhar tratamento ‘normal’ na emissora, segundo seu diretor geral, Octávio Florisbal.
‘Não vamos deslocar equipes inteiras para Londres, como fizemos em outras olimpíadas. Mas também não vamos ignorar o evento’, fala Florisbal. ‘Ela será noticiada, mas sem muito destaque. Vamos manter a atenção que damos a essas modalidades esportivas em suas várias competições. Em olimpíadas, o número de medalhas do Brasil não chega a ser expressivo.’ E continua: ‘Também devemos usar os 3 minutos de imagens a que todas as TVs têm direito em cada prova.’
Florisbal reafirma que a Globo perdeu a disputa por Londres porque a proposta de compra da concorrência era praticamente o dobro. E acredita que a Record não conseguirá cobrir, com anunciantes, o que desembolsou pelo páreo. Mesmo assim, a Globo já está de olho na compra da Olimpíada de 2016.’
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