O primeiro-ministro da Tailândia, Samak Sundaravej, deve voltar ao cargo após ser obrigado a deixá-lo na terça-feira (9/9), quando um tribunal determinou que ele violou a constituição ao apresentar um programa televisivo de emissora privada. O julgamento foi transmitido ao vivo na TV e no rádio – acompanhado de comemoração por parte dos opositores de Sundaravej, que desde o fim de agosto exigiam sua renúncia. Na quinta-feira (11/9), o partido que lidera a coalizão governista na Tailândia indicou Sundaravej novamente ao cargo. Ainda que o veredicto do tribunal o tirasse imediatamente de seu gabinete, não há nenhuma lei que o impeça de ser renomeado.
O premiê, que se diz um apaixonado por comida, apresentou um popular programa de culinária por sete anos, antes de ocupar o posto no governo. Depois de assumir o cargo, entretanto, ele ainda participou de diversos episódios, violando uma proibição constitucional de ter um emprego privado enquanto ocupa posto público. O primeiro-ministro alegava que não tinha um emprego privado, pois não recebia salário; a emissora custeava apenas seu transporte e os ingredientes para os pratos preparados. Mas, segundo o juiz Chat Chonlaworn, a relação de Sundaravej com a emissora de TV pode ser considerada vínculo empregatício.
A coalizão governamental liderada pelo partido de Sundaravej, que venceu as eleições no fim de 2007, é formada por aliados do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto por um golpe de Estado há dois anos, acusado de corrupção. Desde o fim de agosto, milhares de manifestantes da oposição invadiram o Palácio do Governo exigindo a renúncia de Sundaravej, acusado de atuar como fantoche do premiê deposto. Informações de Ambika Ahuja [AP, 9/9/08] e de Thomas Bell [Telegraph.co.uk, 11/9/08].