A Procuradoria Geral de Cingapura abriu, na semana passada, uma ação legal contra a edição asiática do jornal Wall Street Journal e dois editores por conta de artigos que, supostamente, questionariam a integridade do sistema judiciário do país. Uma declaração no sítio da Procuradoria alega que os artigos em questão insinuariam a falta de imparcialidade, integridade e independência do judiciário de Cingapura.
Um juiz da Suprema Corte deu o aval para que o processo fosse iniciado. Os textos, publicados em junho e julho, são dois editoriais e uma carta do ativista pró-democracia Chee Soon Juan. Além da companhia, também são processados os editores Daniel Hertzberg e Christine Glancey.
Liberdade zero
Segundo a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras, Cingapura é um dos países que menos respeitam a liberdade de imprensa. Autoridades locais já ganharam centenas de milhares de dólares em danos em casos de difamação abertos contra críticos e publicações estrangeiras. Elas alegam que os processos são necessários para proteger sua reputação de ataques infundados.
Em um caso ocorrido recentemente, o ex-primeiro-ministro Lee Kuan Yew, considerado o ‘pai’ de Cingapura, e seu filho, o atual premiê Lee Hsien Loong, abriram ação contra a revista Far Eastern Economic Review, com sede em Hong Kong, e seus proprietários. Afirmavam ter sido difamados em uma entrevista com o ativista Chee Soon Juan. Além de enfrentar julgamento, a revista ainda teve sua distribuição proibida no país, acusada de desrespeitar regras para o funcionamento de empresas de mídia. Informações da AFP [13/9/08].