Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Al-Jazira exibe vídeo de jornalistas seqüestrados

A emissora de TV al-Jazira exibiu, na terça-feira (16/9), um vídeo com dois jornalistas seqüestrados na Somália no mês passado. A repórter canadense Amanda Lindhout e o fotógrafo australiano Nigel Brennan, junto com o repórter somali Abdifatah Mohammed Elmi, que trabalhava como tradutor da dupla, foram rendidos por homens armados em 23/8, próximo a Mogadício, capital do país.


O vídeo exibido pela al-Jazira mostra Amanda, com a cabeça e o corpo cobertos por uma roupa vinho, e seu colega cercados de homens armados. A repórter fala em direção à câmera, mas o áudio não foi transmitido. Segundo a emissora, os jornalistas pedem que seus governos ajudem em sua libertação. Os seqüestradores, que se intitulam ‘Mujahideen da Somália’, acusam o Canadá e a Austrália de ‘participar da destruição da Somália’ e ordenam que os dois países revisem suas políticas, ainda de acordo com informações da rede de TV do Catar. Um membro da organização Repórteres Sem Fronteiras, com sede em Paris, havia afirmado, na semana passada, que os seqüestradores pediam US$ 2,5 milhões pela soltura dos jornalistas.


Insurgência


Seqüestros são comuns no país, que vive em meio a um conflito entre insurgentes islâmicos e o governo interino, que conta com o Exército da Etiópia como aliado. A Somália é, ainda, um dos lugares mais perigosos para a prática jornalística. Diversos repórteres sofreram ataques e pelo menos nove correspondentes locais foram assassinados desde o começo da insurgência, no ano passado.


No início de agosto, dois italianos, que trabalhavam em serviços humanitários, foram libertados depois de ficarem mais de dois meses em cativeiro, também perto de Mogadício. O governo da Itália nega, mas, segundo a agência de notícias Reuters, fontes ligadas aos serviços humanitários que atuam na região alegam que houve pagamento de resgate. Informações de Firouz Sedarat [Reuters, 16/9/08].