Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Imprensa investigada sobre papel na guerra na ex-Iugoslávia

O escritório da procuradoria sérvia de crimes de guerra deu início a uma investigação sobre o papel dos jornalistas no incitamento aos crimes de guerra durante os conflitos de 1991 a 1995 na ex-Iugoslávia. O inquérito irá focar na relação entre as reportagens e as atrocidades cometidas nas cidades de Vukovar, na Croácia, e Zvornik, na Bósnia. ‘Encontramos exemplos de incitamento à guerra na mídia’, afirmou Bruno Vekaric, porta-voz do escritório. ‘Agora, temos condenações por crimes de guerra e podemos relacionar causas e conseqüências para os crimes’.


Em março, a corte de crimes de guerra da Sérvia condenou 13 ex-paramilitares sérvios pelo massacre de 200 croatas na cidade de Vukovar, em 1991. No ano passado, a corte também condenou três ex-paramilitares sérvios pelo seu papel no assassinato de 25 muçulmanos na cidade de Zvornik, na Bósnia, em 1992.


Durante o auge dos conflitos na Iugoslávia, diversos repórteres, leais ao então regime do presidente autoritário Slobodan Milosevic, eram ativos em escrever matérias tendenciosas sobre os eventos na Croácia e Bósnia. Mas os investigadores terão dificuldades para provar incitamento intencional de crimes de guerra. ‘Nosso objetivo é alertar para que isto [incitar conflitos] não se repita’, afirmou Vekaric.


A Sérvia ainda tem que prender dois fugitivos dos crimes de guerra, o ex-comandante Ratko Mladic, e o líder político dos sérvios na Croácia, Goran Hadzic, e extraditá-los para a corte de crimes de guerra da ONU na Holanda. Especula-se que Mladic, que é procurado devido aos genocídios durante a guerra de 1992 a 1995 na Bósnia, esteja escondido na Sérvia. A prisão de Karadzic e Mladic é uma das principais condições impostas à Sérvia para sua entrada na União Européia. Informações de Aleksandar Vasovic [Reuters, 8/6/09].