Depois de semanas de tensão e 12 horas de votação, membros do Newspaper Guild, sindicato do Boston Globe, rejeitaram esta semana, por uma pequena diferença de votos, o pacote proposto de reduções de salários. Como resultado, a proprietária do diário, o grupo The New York Times Company, irá seguir adiante com sua ameaça de impor unilateralmente um corte de 23% nos salários. No total, 542 dos 670 membros do sindicato participaram da votação. Em declaração emitida pelo Globe, a administração disse ter enviado uma carta formal ao sindicato após os resultados da votação terem sido divulgados. ‘Como as partes estão em um impasse, o Globe irá implementar a redução salarial na próxima semana’, informou. O sindicato não apreciou a medida. ‘Com a votação, membros do sindicato disseram que o grupo pode propor algo melhor’, opinou Daniel Totten, presidente do sindicato. O pacote colocado a voto incluía redução salarial de 8,4%; dispensa de uma semana de trabalho, sem remuneração, que equivalia a corte de 1,9% no salário; eliminação da contribuição da empresa nos planos de aposentadoria; dentre outros. O grupo The Times Company alega precisar fazer cortes devido a perdas severas nos lucros do diário. Há dois meses, o grupo ameaçou fechar o Globe, a não ser que o sindicato concordasse em aceitar um plano de corte de custos de US$ 20 milhões (http://www.observatorio.ig.com.br/artigos.asp?cod=536MON017). Após chegar a um acordo com o sindicato, no mês passado, o grupo desistiu de fechar o Globe. Como a maior parte dos jornais americanos, o Globe já passou por drásticas reduções de custos. ‘É simplesmente trágico que um dos maiores jornais regionais não seja capaz de funcionar’, opinou Alberto Ibargüen, ex-publisher do Miami Herald e executivo-chefe da Fundação John S. e James L. Knight. Informações de Richard Pérez-Peña [New York Times, 9/6/09].