O líder da Líbia, Muammar Kadhafi, processou esta semana três jornais marroquinos – Al Jarida Al Aoula, Al Ahdath Al Maghribia e Al Massae – por difamação, pedindo, no total, oito milhões de euros por ‘ataques à dignidade do chefe de Estado’. Advogados de defesa dos veículos argumentam que a justificativa de Kadhafi contraria a constituição líbia, já que ele não é descrito como ‘chefe de Estado’ em nenhum documento, apenas como ‘guia’.
Um dos advogados, Abderrahim Jamai, comparou o caso com o incidente do ‘sapato voador’ e o ex-presidente americano George W. Bush, que não ‘fez nenhum pedido com esta alta quantia’ quando um jornalista iraquiano lhe atirou um sapato durante viagem a Bagdá. Um dos jornalistas envolvidos no caso, Ali Anouzla, disse ter escrito um artigo que ‘faz referência à falta de democracia nos países do norte da África, em especial a Líbia’. ‘Mantenho minhas declarações. A Líbia é uma ditadura que está no mesmo lugar há 40 anos’, afirma. A corte prolongou a definição do caso até dia 22/6, para que as equipes de defesa tenham mais tempo de preparar seus argumentos. Informações da AFP [16/6/09].