A Alta Corte de Cingapura determinou que a revista Far Eastern Economic Review (FEER) e seu editor, Hugo Restall, difamaram o ex-primeiro-ministro Lee Kuan Yew, considerado o ‘pai’ do país, e seu filho, o atual premiê Lee Hsien Loong. ‘O artigo não distinguiu fatos de comentários, sugerindo que ambos eram corruptos’, afirmou o juiz Woo Bih Li.
Os líderes de Cingapura já ganharam milhares de dólares oriundos de casos de difamação contra críticos e publicações estrangeiras. Pai e filho alegam que os processos são necessários para proteger suas reputações de ataques infundados. O caso em questão refere-se a um artigo publicado em 2006, com base em uma entrevista com Chee Soon Juan, líder do partido de oposição. Intitulada ‘Chee Soon Juan, ‘mártir’ de Cingapura’, a matéria descrevia a batalha do secretário-geral do Partido Democrático de Cingapura contra o partido de situação, Partido da Ação do Povo, e seus líderes. Restall mencionava, no texto, o sucesso das autoridades de Cingapura em vencer ações de difamação contra críticos.
Perseguição
A FEER considera apelar do veredicto. O editor alega que a matéria refletia as opiniões de Juan, era de interesse público e foi publicada com responsabilidade jornalística. Com sede em Hong Kong, a revista foi proibida de circular em Cingapura em setembro de 2006, pois o governo determinou que ela não cumpriu as regulamentações para o funcionamento de veículos de mídia.
No início de setembro, o gabinete do procurador-geral de Cingapura deu início a acusações de desobediência contra o Wall Street Journal Asia e dois editores, Daniel Hertzberg e Christine Glancey, por conta de editoriais e de uma carta de Juan, que questionariam a integridade do sistema judiciário. Em outubro do ano passado, o jornal londrino Financial Times foi obrigado a se desculpar e a pagar uma quantia por danos morais a Lee Kuan Yew e a outros membros de sua família por causa de ‘acusações falsas’ sobre os bens do premiê. Informações da AFP [24/9/08].